José Julieno Vasconcellos, formado em Jornalismo pela FIAM-FAAM, também acompanhou apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro na manifestação de 7 de setembro
Reportagem e Edição: Catarina Frota [1]
Supervisão: Prof. Gean Gonçalves [2] e Prof. Wiliam Pianco [3]
Nos últimos quatro anos, o Brasil passou por muitos acontecimentos: a pandemia de Covid-19, um novo governo federal, manifestações nas ruas com a polarização dos eleitores. O documentário Grito elaborado por José Julieno Vasconcellos, formado em Jornalismo pela FIAM FAAM, mostra um parte desses episódios, com entrevistas feitas com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no 7 de setembro de 2022, dia do bicentenário da Independência, às vésperas das eleições, além dos dois dias de votação – 1º e 2º turno, que marcaram um novo momento no País.
Na verdade, o desejo [de fazer o documentário] começou lá no 6º semestre quando eu tive aulas com o professor Bene, nós teríamos que fazer um documentário de cinco minutos, e isso aconteceu na véspera do 7 de setembro de 2021. Como eu sempre fui totalmente contra o governo Bolsonaro, e as suas ideologias, pensei que estava na hora de ir a campo e ver de frente o que essa galera pensa, o que eles veem, o que ouvem, dizem e registrar tudo, assim fiz o documentário Vociferado.
conta Julieno
Vociferado é o documentário que o inspirou a fazer seu projeto de trabalho de conclusão de curso (TCC) que deu nascimento ao filme Grito, e apesar dos dois terem a mesma premissa, a de entrevistar os manifestantes bolsonaristas, no segundo projeto a intenção foi conjugar a narrativa jornalística com a estética e proposta do expressionismo alemão e do jornalismo gonzo: “Eu queria sair de algo que existe, de uma realidade próxima da gente, por isso que eu me baseei no expressionismo pra usar aquela estética mais exagerada das situações”.
O nome do documentário também teve inspiração no expressionismo, o quadro “O grito”, de Edvard Munch, 1893, traz uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero, e foi a principal base do autor do documentário.
Ao todo foram mais de oito horas de gravação coletadas para um vídeo que em sua versão final deveria ter trinta minutos, aproximadamente. Durante as entrevistas, seu método de trabalho envolvia se aproximar dos manifestantes como se fosse simpatizante à causa política e ir elaborando perguntas, mas a parte mais difícil, para ele, foi ouvir tudo calado, tanto as provocações quanto o conjunto de inverdades que eram ditas, principalmente, o que era proveniente de notícias falsas.
Todo o documentário se dá em preto e branco para trazer essa sensação de agonia e irrealidade, e apenas nos seis minutos finais a cor volta com a notícia da eleição do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, o que traz a sensação de alívio para quem está na Avenida Paulista naquele momento.
[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – repórter e editora.
[2] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM.
[3] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM.