Debater questões da sociedade dentro da universidade é uma questão de construção social, por isso a presença dos núcleos de estudos são de importância para a vida acadêmica.
Por Matheus Vilas Bôas [1]
Edição por Gabriel H. A. Campagnoli [2]
Revisão por Barbara da Silva Paula [3]
Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Prof. Nicole Morihama [5]
A nossa instituição é composta por importantes núcleos de estudos, tais como: NERA (Núcleo de Estudos Étnicos-Raciais), focado em temas raciais; NERD (Núcleo de Estudos das Redes Digitais), que aborda assuntos como redes sociais, internet e games; NUGE (Núcleo de Estudos de Gêneros e Sexualidades), que se concentra em tópicos como feminismo, sexualidade e gênero; e o NEMA (Núcleo de Estudos do Meio Ambiente), que trata sobre temáticas relacionadas à natureza e sustentabilidade.
Mas afinal, como esses núcleos podem ajudar os alunos?
No Brasil, como apresentam os dados da ONU, a população negra é a mais atingida pela violência, desemprego e falta de representatividade.
Em 2021, dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, apenas o Amapá não apresentou aumento do desmatamento em relação a 2020, como aponta o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).
É preciso considerar também os dados apresentados pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que expõem que, entre os anos de 2007 e 2011, ocorreram em média: um feminicídio a cada uma hora e meia no Brasil. Resultando em um total de mais de 20 mil feminicídios registrados no período. Esses dados nos demonstram uma resposta direta e assertiva, a pergunta inicial do texto.
Os grupos de estudos são necessários para que possamos aprender e discutir sobre assuntos e temáticas sociais que estão em evidência, não somente em nossa vida, como também em nosso país. Podendo assim, nos tornar melhores como seres humanos onde apenas tentar não basta, pois buscaremos realmente fazer a diferença.
Entretanto, para não deixar essa discussão rasa e dar a devida importância para os núcleos de estudos, conversamos com Victor Agostinho de Melo, estudante de bacharelado em Artes Visuais, que participa do NUGE. Ele nunca havia participado dos núcleos de estudos e conheceu o NUGE através do professor Manuel Andrade.
Victor acha que o NUGE tem o papel de promover discussões a respeito do espectro, divulgar e materializar as vivências de indivíduos marginalizados, podendo permitir que as pessoas desenvolvam suas potências com consciência. Ele também acrescentou que escolheu esse grupo de estudos por se tratar de questões de sexualidade e gênero. Sendo membro da comunidade LGBTQIA+, Victor queria estar por dentro do que a instituição estava promovendo e produzindo nesse aspecto, além de sentir necessidade de debater esses assuntos que o atravessam.
Para ele, é importante que o núcleo seja como um alicerce, onde possa se sentir mais inserido no ambiente acadêmico, além de achar que devido a essa experiência alcance um maior destaque no âmbito profissional.
Conversamos também com o professor Wiliam Pianco, coordenador do NERD, que nos disse que o núcleo tem por objetivo não somente a promoção de reflexões críticas e analíticas relativamente às variadas nuances de um mundo contemporâneo plenamente globalizado e mediado por lógicas comunicacionais das redes sociais. Nesse sentido, é característica substancial desse núcleo o interesse pelo estímulo à constituição de peças de portfólio para os discentes a ele vinculados. Entende-se assim que o NERD caminhou no sentido da mais-valia para alunos e alunas no âmbito de que a inclusão desses futuros profissionais no mercado de trabalho seria amplamente fortalecida.
Os núcleos de estudos proporcionam ao aluno segurança para se manifestar com maior autonomia. E ao debaterem questões importantes, os núcleos disponibilizam acesso à informação, de modo que gere conscientização oferecendo algo diferenciado para o desenvolvimento.
[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – repórter
[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – editor
[3] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – revisor
[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM