Por Natalia de Souza e Mylena Ramos
“Temos de mostrar os fatos e não reproduzir as falas”, diz Eliane Scardovelli, da Rede Globo. Convidada para compor a mesa que teve como tema o telejornalismo, a jovem, que está no Profissão Repórter desde 2010, confessou que embora já tenha experiência em TV, cada reportagem é um universo diferente e mesmo gravando no mesmo lugar depois de algum tempo, as pessoas e suas histórias mudam.
Ela relembra a emoção de gravar um programa sobre a falta de UTI pediátrica em Cuiabá (MT) e também a reportagem sobre crianças transgêneras, de 2014, para o Profissão Repórter. “Antes de ser jornalista, somos seres humanos”, diz Eliane. Ela, que precisou viajar para os Estados Unidos para encontrar pessoas a serem entrevistas, acrescenta: “O jornalista tem de gastar muita sola de sapato para buscar a informação”.
Na Rede Record desde 1992, a editora-chefe do Balanço Geral, Claudia Aied, relata que o Balanço Geral é um programa popular que possui várias faces, com assuntos policiais, de comportamento e de entretenimento, com linguagem mais coloquial e equilíbrio para não perder o respeito com o entrevistado e o telespectador.
Cláudia destaca as mudanças no jornalismo da Record nesses 20 anos. “Hoje é um jornalismo muito mais profissional. As mudanças (no Balanço Geral) vão acontecendo conforme a demanda, no momento está bom, mas se precisar, vou realizar novas sem nenhum problema”, diz.
Para ela, quem faz jornalismo de verdade é quem apura e produz a pauta, os outros profissionais só lapidam a notícia. “A gente continua fazendo o nosso trabalho do mesmo jeito, se o Papa der um pronunciamento nós vamos falar disso, então não existe mistério, independentemente da linha religiosa da Record.”
Produção e sensacionalismo para TV
Sobre o processo de produção das matérias, Eliane conta que no Profissão Repórter ela e seus colegas participam de todos os processos, desde a escolha da pauta até a edição, “o que é maravilhoso, assim podemos deixar a matéria como queremos”, diz Eliane. Já no Balanço Geral, Claudia explica que eles não têm esse privilégio, pelo formato e tempo de processo que é menor.
Ao ser questionada se o Balanço Geral é um programa sensacionalista, como por exemplo, os links da jornalista Fabíola Reipert, Claudia diz: “Para mim não é sensacionalismo, é popular”. E completa dizendo que é a audiência que dá a temperatura para o que fazem.
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