Gabriel Ferreira [1]
Carla Tôzo [2]
Empreendedorismo com propósito
Bruno Bernardo formado em publicidade, empresário com vasta experiência no mercado, criador do Hub LabOf (consultoria para ressignificação de marcas) e que esteve sete anos à frente da Peppery palestrou sobre novas formas de empreender, inovar e buscar formas de unir um empreendedorismo com a publicidade levando em conta uma nova mentalidade para que o negócio evolua e vire um case de sucesso.
O convidado que começou a trabalhar aos 13 anos como garçom em buffets infantis fez uma correlação com a publicidade e a questão de “servir” o cliente. “É um negócio muito louco, se tiver ruim o cliente vai reclamar, se tiver o pedido errado ele vai reclamar, e do outro lado tem as agencias, clientes chatos…”, disse.
Ter um propósito para o seu empreendimento foi o principal fator que Bruno destacou para um bom negócio, buscando novas tendências e parcerias especializadas em seu projeto.
A tecnologia do jornalismo 360° e real
A tecnologia cada vez mais invade a vida das pessoas e tem mudado as profissões que nos cercam e não seria diferente no jornalismo. O jornalismo em real time e 360° tem sido explorado como forma de imersão para as pessoas se verem dentro de uma nova experiência e com as redes sociais tendo papel fundamental na vida das pessoas o jornalismo precisa ser cada vez mais rápido, dinâmico e certeiro. Por convite da professora Monica Costa Marques a FIAM recebeu o especialista em opinião pública, inteligência de mercado e de serviços em plataformas e redes sociais Bruno Honório que é professor e palestrante nas áreas de pesquisa de mercado digital com foco em etnografia digital. Ele é formado em relações públicas pela FESPS (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo) e trabalha na empresa Mutato monitorando e classificando dados no ambiente digital para insigths mais precisos para diferentes perfis, inclusive, no ano de 2019 ele foi vencedor no Prêmio Share Social Media como: profissional do ano em insights.
Bruno ressaltou que os conteúdos se aprofundam cada vez mais no comportamento dos usuários nas redes sociais baseados em consumos de marcas ou vídeos ou ações feitas por esses em seus computadores. Assim, isso cada vez mais tem influenciado no formato que as matérias jornalísticas precisam ter para atingir exatamente um tipo de pessoa. ” O jornalismo em real time e o 360 traz uma nova sensação e busca atingir as pessoas de uma forma diferente. Hoje é um ponto muito importante para construção do nosso processo comunicacional, ainda mais com essa digitalização em massa nas redes sociais, é uma forma de fazer conteúdo de forma rápida, assertiva e atingindo todos os públicos que precisamos com o nosso trabalho, seja como marca ou serviço.”
Técnicas de comunicação para TV
A repórter Ingrid Griebel da Record palestrou sobre as técnicas de comunicação e como elas podem ser usadas em reportagens que precisam ser rápidas e urgentes, principalmente em sua área como o telejornalismo. Apresentando casos como o desabamento de um prédio em São Paulo e o mais recente de Brumadinho em que ela esteve na cobertura, compartilhou sua experiência em como apurar corretamente as informações e transmiti-las da forma certa e muito rápida. “Ter pressa não significa não ser preciso, ser cauteloso e ter cuidado com a informação, eu prefiro deixar de dar um furo do que dar uma “barrigada”, prefiro dar uma informação mais precisa e aguardar a confirmação daquele furo.” Segundo a profissional, o repórter tem que ser observador e identificar logo quem poderão ser suas fontes no local do acontecido, já que, não terá muito tempo para fazer a matéria, sempre correndo atrás das melhores entrevistas em um período de menos de uma hora.
Apesar da facilidade hoje trazida pelo celular com redes sociais e internet em mãos, Ingrid destaca a importância do modo “analógico” do jornalismo checando as informações diretamente com as pessoas que são as fontes de um acontecimento ou caso. “As pessoas querem contar para o repórter, você vai perguntando e no fim você chega à informação.”, destacou.
Debate sobre os estigmas do corpo trans organizado pela Galoco
Lorena Landim, criadora da página “Trava de Segurança” e palestrante da causa LGBT, com muito bom humor e espaço aberto para perguntas palestrou sobre transfemismo e os preconceitos vividos por pessoas trans em uma sociedade ainda tão preconceituosa.
Lorena explicou, por exemplo, as diferenças entre identidade de gênero, orientação sexual e órgão sexual. “O órgão não tem o poder definir quem somos, ele é assim como a mão ou o cabelo, o que define quem somos, é o que nós definimos como identidade.” E também classificou as diferenças de nomenclaturas e como cada uma se encaixa nas identidades de gênero sendo elas, cis, trans, travesti, drags entre outras, citando a importância do acompanhamento psicológico e médico.
“A transfobia não tem cara, não tem cor, você não sabe de onde vai vir e hoje eu sofro mais com machismo do que a transfobia depois da transição, então hoje posso dizer que sou privilegiada, mas eu tive que me fortalecer com redes de apoio, com amigos, é a galera que te acompanha.”
Hoje em diversas áreas e redes sociais vemos um crescimento da diversidade, porém ela ainda está muito longe do ideal. Ainda hoje 90% da comunidade trans vive no mundo da prostituição e isso corrobora com os números do Brasil ser o país que mais mata travestis e transsexuais no mundo.
A “escolha” por esse caminho se dá pela falta de apoio e aceitação nas famílias e na sociedade, impactando na falta de acesso aos estudos e na ampliação do preconceito. Os presentes debateram sobre a importância da inserção de pessoas trans no mercado de trabalho, não só operário e estigmatizado, mas também em ambientes de altas patentes, inclusive, o Trans empregos – site especializado em dar oportunidades para pessoas trans em diversas áreas- foi citado por Lorena.
Para encerrar, ela destacou que cada pessoa tem sua vivência e individualidade e que todo ser humano é um ser complexo e cheio de dilemas. “Pessoas trans, cis, homem, mulher, gay, as vezes as pessoas perguntam coisas tão filosóficas e nós não temos a resposta, elas acham que temos uma chavinha que vira e não é assim, colocar toda uma expectativa numa resposta do que é ser “tal coisa” da pessoa trans é muita responsabilidade, o que posso te falar é da nossa causa social e como ela é importante.”
A 9ª Semana de Comunicação ocorre até o dia 25/10, nos campi Ana Rosa, Liberdade e Morumbi, nos períodos da manhã e da noite. Confira a programação completa no 9ª Semana da Comunicação.
[1] Aluno do sexto semestre do curso de Jornalismo. Estagiário da Agência Integrada de Comunicação (AICom).
[2] Professora do curso de Jornalismo. Atua na Agência Integrada de Comunicação (AICom).