Por Paula Oliveira [1]
Carla Tôzo [2]
Desde pequena, sempre senti a necessidade de estar em contato com tudo ao meu redor. E por diversas vezes, depois de adulta, enquanto realizo minha leitura diária na internet, me pego com mais de oito abas (sobre diversos assuntos) abertas no meu browser e, ao mesmo tempo, estou no celular checando minhas redes sociais.
O que sempre foi uma espécie de angústia (por não estar por dentro de tudo o que estava acontecendo ao meu entorno), hoje ganhou um nome técnico: FoMO, do inglês “Fear of Missing Out” (Medo de estar perdendo algo). A síndrome foi descrita pela primeira vez em 2000 e segundo especialistas, atingem principalmente jovens e adultos até 34 anos e pode ser observada em “hard users” de mídias sociais.
De acordo com o psicólogo Pedro Viana “essa angústia é causada pela relação dos usuários com as redes sociais que ainda é muito recente. A imaturidade do uso das mídias não permite que eles entendam ou vejam o lado positivo dessa relação”.
A ostentação nas redes sociais, a publicidade nela inclusa e as publicações que só mostram os momentos de alegria e conquista, colaboram para essa ansiedade e incentivam essa interação. Segundo a pesquisa “Status of Mind” (Status da Mente, em português) de 2017, realizada pela Royal Society for Public Health, uma organização independente da Inglaterra, um dos maiores vilões hoje, é o Instagram. O aplicativo está no topo da lista quando falamos dos que mais colaboram com problemas para nossa saúde mental.
Ao conversar com a usuária, Jaqueline Santos, ela relata que o Instagram colaborou muito com a sua depressão. “Ficar lá subindo a página, acompanhando os stories e vendo as pessoas felizes, me consumia muito. Não conseguia mais seguir com a minha vida”. Porém, esse vício pode ser reduzido e uma das dicas são os apps para smartphones que ajudam a controlar e regular a quantidade de horas gastas nas redes sociais, podendo assim dosar o tempo desperdiçado.
Além de tomar essa medida, é importante também buscar ajuda profissional e tentar deixar as comparações de lado. Focar em si mesmo, buscar outras atividades que lhe agradam, e lembrar de que nem sempre é possível participar de tudo que está acontecendo ao seu redor, é fundamental para ter uma vida mais equilibrada.
[1] Aluna do oitavo semestre do curso de Jornalismo. Estagiária da Agência Integrada de Comunicação (AICom).
[2] Professora do curso de Jornalismo. Atua na Agência Integrada de Comunicação (AICom).