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Guilherme da Silva, aluno da FIAM FAAM, participa do Brasil Fashion Designers

Formado no curso de Moda em 2024, Guilherme levou sua autoralidade para o festival voltado para a revelação de novos talentos que ocorreu em São Paulo.  

Por Matheus Cerullo [1]

Supervisão Prof.ª Sofia Franco [2]

Guilherme da Silva, formado em Moda pelo FIAM FAAM Centro Universitário em 2024, tem 30 anos e estava no processo de confecção de seu TCC, junto de sua colega Rafaelle Joaquina Paixão, quando recebeu um comunicado compartilhado pelo centro universitário em meados de outubro de 2024. A FIAM FAAM estava divulgando o Brasil Fashion Designers para seus alunos do curso de moda e a oportunidade logo chamou sua atenção.  

O trabalho de conclusão de curso realizado pela dupla evidencia sua vontade por criação e a capacidade técnica do recém graduado da instituição. O tema do projeto foi a moda cyberpunk, que pode ser vista na foto abaixo. 

Foto por Rafaelle Paixão. Modelos em ordem de aparição: Kevyn Takeyama, Bruna Tartuce e João Victor Pereira

Sérgio Kamimura, professor do Bacharelado de Moda há dez anos na FMU|FIAM-FAAM e responsável por orientar o TCC de Guilherme e Rafaelle, ressalta a importância de concursos desse tipo: “Essas iniciativas que buscam novos talentos são muito boas para a visibilidade no mercado e mostrar novas perspectivas”. Ele ainda ressalta grupos como a Casa de Criadores e o coletivo Pretos na Moda, inseridos no contexto de crescimento da moda no Brasil: “A São Paulo Fashion Week entrou para o calendário da moda com novos estilistas sendo reconhecidos, para além dos já consagrados. Não é como os Big Four – Nova York, Londres, Paris e Milão – responsáveis por ditar tendências no mundo, mas têm ganhado muita relevância. É disso que vem a importância da circulação de novos talentos no mercado da moda”, explica o docente. 

O que é o Brasil Fashion Designers?  

Inserido nesse contexto de revitalização do mercado, o Brasil Fashion Designers (BFD) é um concurso de moda promovido pela Febratex Group, que ocorreu durante a Febra Têxtil 2025 no final de fevereiro na Expo Center Norte, em São Paulo. O concurso tem a finalidade de integrar diversas camadas da indústria têxtil, oferecendo oportunidades únicas para os 10 selecionados para a competição. O propósito da BFD é a de procurar novos talentos nas principais universidades de São Paulo. Guilherme da Silva, Bacharel em Moda pela FIAM FAAM, foi um dos escolhidos para o evento.   

Capa da edição especial da Revista Têxtil, inteiramente dedicada a Vivi Haydu. 

A competição ainda foi uma oportunidade para homenagear a carreira e trajetória de Vivi Haydu, uma personalidade celebrada no ambiente da moda brasileira. Nascida no Egito e radicada no Brasil, Vivi começou sua carreira como modelo e desde nova praticou a dança, depois deixando a passarela para organizar eventos que viriam a ter grandes impactos no mercado nacional, como a Feira Nacional da Indústria Têxtil (Fenit). Sua trajetória se consolidou ao tornar-se diretora de redação na Revista Têxtil, a publicação mais antiga e consagrada do nicho da moda no Brasil. A publicação contou com uma edição especial sobre a trajetória de sua diretora, disponibilizada para os participantes da BFD para se inspirarem. 

Ao se deparar com o tema, o aspecto da trajetória da fundadora da revista que mais chamou a atenção de Guilherme foi o envolvimento dela com a dança. Com o tema em mente, o jovem criou um trabalho muito mais minimalista do que o apresentado em seu TCC, feito que lhe rendeu o Prêmio de Excelência 

O estilista afirma que costuma ter ideias mirabolantes e com diversas camadas e, ao se deparar com o tema do concurso, aceitou o desafio de se inscrever e produzir os croquis – desenho que conceitua uma peça ou conjunto – de dez visuais diferentes. No final, acabou utilizando apenas dois, que garantiram sua presença no evento.  

Ao descobrir que os conceitos de suas roupas haviam sido aceitos, teve apenas um mês e meio para produzir as peças de vestuário. Como isso foi durante o período de férias da faculdade, não pode usar a máquina de costura do campus Vila Mariana, que tanto o ajudou durante a graduação. Por não ter uma máquina própria, a alternativa foi encontrar alguém para colaborar.  

O processo foi corrido e Guilherme teve de tomar a frente do conceito criativo com a ajuda de Ita, costureira com quem firmou parceria. Ele conseguiu finalizar os dois conjuntos a tempo do evento e estabeleceu uma amizade duradoura com sua companheira de produção. Para tratar da dança em seu primeiro look, o estilista teve inspiração no urbano, no Hip-Hop e na dança de rua. No segundo, refletiu sobre a questão performativa e a participação de Vivi em programas de televisão.  

Foto: Reprodução do Evento 
A partir da esquerda: Ohara de Azevedo, Guilherme da Silva, Daniela Rocha.

Ele se sentiu extremamente realizado e contente ao poder fazer contatos no evento e desfilar com seu projeto. “É muito gratificante poder colocar meu nome em destaque. Por sentir que aquele foi o começo de algo que eu quero futuramente. Eu gostei da experiência e quero ter mais delas para trabalhar em looks elaborados, realmente criar a minha arte e expor”, reflete Guilherme. É possível ver a sua participação no vídeo do desfile a partir de 17 minutos e 19 segundos, basta clicar aqui.

Guilherme ainda comenta sobre a sensação de desfilar com suas colegas e junto de seu trabalho. “A sensação é surreal, quando tive de fazer a volta com as modelos me senti perdido pela quantidade de luzes e poses para tirar fotos e logo voltar. É um mix de felicidade e sentir que tudo foi muito rápido e já não lembrar mais de nada”, comentou rindo.

Infelizmente, não obteve o prêmio principal, que seria a participação no evento de forte expressividade internacional, a “Expotextil Peru”. No entanto, seu Prêmio de Excelência lhe rendeu uma máquina de costura industrial, que pode abrir novos horizontes e ajudá-lo na confecção de seus próximos projetos.  

Hoje, Guilherme busca expandir seus horizontes artísticos, com inspiração em filmes e séries animadas. Além disso, quer se aperfeiçoar em novas técnicas com cursos de design para se arriscar estudando animação, sempre com um olho na moda e na vontade de se expressar através dos tecidos.  

[1] Estudante do curso de Jornalismo FMU/FIAM- FAAM, estagiário AICOM – Repórter

[2] Professora do curso de Jornalismo