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Estudantes de Serviço Social, Psicologia e Artes Visuais promovem evento inspirado na perspectiva do amor da filósofa bell hooks

Como parte da celebração do novembro negro, evento contou com participação do NERA e NUGE, além de poetas do slam

Reportagem: Felipe Ribeiro

Supervisão: Professor Gean Gonçalves

Amor como afeto coletivo e resistência. Com essa motivação filosófica proveniente da escritora bell hooks, os estudantes do Centro Acadêmico de Serviço Social Carolina Maria de Jesus e da Liga Acadêmica Virgínia Bicudo, de Psicologia, em parceria com o NERA e o NUGE promoveram no dia 22 de novembro a roda de conversa “Tudo sobre o amor – bell hooks, amor, um ato revolucionário” e o slam “Versos de amor: entre sombras e raízes”. 

O racismo é uma realidade persistente que atravessa a história, com impactos profundos e duradouros em diversas sociedades, especialmente na brasileira, a qual a presença de afrodescendentes é marcante. Ao longo de séculos, a violência racial tem sido enraizada práticas de exclusão, discriminação e opressão, que, infelizmente, ainda se manifestam de formas sutis e explícitas no cotidiano. 

A estudante Julia Maria, de Artes Visuais, fez uma performance como a entidade Maria Padilha

Uma das faces mais dolorosas do racismo no Brasil está no apagamento das culturas africanas e na tentativa de negar a herança de um povo que foi brutalmente arrancado de suas terras e trazido para o Brasil para a escravização. No entanto, as raízes africanas não foram erradicadas, ao contrário, elas continuam a se manifestar com força, resistência e beleza. As religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, são exemplos vivos dessa resistência, preservando saberes ancestrais, que carregam a memória de um povo que sobreviveu à violência e ao desrespeito – e que é negado o amor.  

Tendo em vista esses pontos, a roda de conversa contou com a professora de inglês e filosofia Jaqueline Pinto de Carvalho, que é abyan de candomblé e mãe de santo de umbanda no terreiro Tujaec. Junto a ela estiveram presentes, os professores Gean Gonçalves (Jornalismo) e Eloisa Gabriel (Serviço Social) da coordenação conjunta do NERA. O professor Manuel Fabrício (Artes Visuais), coordenador do NUGE, e o estudante Oliver, do curso de psicologia da Liga Virgínia Bicuda.  

A conversa girou muito em torno da relação de amor que é destacada no livro de bell hooks, mas também das relações sociais dos negros no Brasil atual, e como a vida das pessoas são afetadas por um racismo estrutural. Para todos os participantes, mesmo assim a luta continua e o amor é uma importante ferramenta. 

Eloisa Gabriel, Gean Gonçalves e Jaqueline de Carvalho (da esquerda para a direita). Foto: Felipe Ribeiro/AICOM 

O evento contou também com uma apresentação de slam com poetas convidados pelos estudantes do curso de Artes Visuais. No slam, os participantes recitam seus versos com muita interpretação, para dar mais emoção ao texto poético. Nesse momento participaram Kauê Rodrigues, Thais Soares, Arthur Nascimento e Julia Maria.

Foi essa batalha de poesia que encerrou o evento. Afinal, “a intensidade das palavras ecoa saberes ancestrais e traçam caminhos por onde o amor se manifesta, desafiador e indomável”, como classifica o convite do evento que marcou o novembro negro da FMU.