Perfil: Fernanda Albuquerque de Almeida 

Professora de Artes Visuais e Comunicação Social

Escrito por Taise Magalhães¹

Em um caderno de artes acontece a primeira rabiscada com um lápis preto, uma linha fina que dera início a uma história que continua sendo contada dia a dia no quadro chamado vida. Vamos juntos conhecer a história da docente Fernanda Albuquerque Almeida.  

A garotinha que crescera em Guarulhos, São Paulo, sempre gostou de desenhar, talvez não soubesse que aqueles primeiros rabiscos fossem o início da sua trajetória no caminho das artes. Já no primário, com a disciplina de Artes que a fazia ter o acesso ao material didático lhe foi revelado um mundo novo. Não demorou muito para se encantar com as pinturas impressionistas, àquelas ilustrações chamavam a sua atenção, porém não sabia quais sentimentos eram despertados. 

“Eu achava que a arte poderia ser uma forma de transformação do indivíduo e consequentemente da sociedade”

professora Fernanda Almeida

Talvez o próprio movimento artístico impressionista já sugerisse o caminho que ela haveria de percorrer. A paixão pela educação, o desejo de ensino, o amor pela arte não abandonou a garota, que logo ao terminar o ensino médio ingressou na faculdade. Com o pincel das decisões à mão e o apoio da mãe que esteve ao seu lado, o curso de Educação Artística foi a sua escolha. Ingressou com uma bolsa de estudo no Centro Universitário Metropolitano de São Paulo, que finalizou em 2008. 

Os detalhes na vida de uma garota que sempre soube o poder da arte foram despertados com mais evidências na vida acadêmica com as aulas práticas e as disciplinas que o curso oferecia. Ela que sonhara inicialmente em ser professora foi conduzida por uma pincelada para outra tela que a fizera aprender ainda na faculdade que existia outros caminhos além do lecionar e isso ocorreu depois do estágio como arte-educadora, no Serviço Social do Comércio (SESC), da Pompeia. Nessa primeira oportunidade compreendeu que a licenciatura não apenas dava a ela o exercício de docência, mas que poderia atuar em campos relacionados a museus ensinando artes de uma forma diferente. Como o estágio anterior era breve, voltou ao mercado buscando novas oportunidades e desta vez quem a acolheu foi o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE). Ainda na graduação trabalhou no (FILE), na área de produção de conteúdo voltada para as peças gráficas, foi nesse momento que houve um direcionamento totalmente oposto ao que imaginara quando iniciou a graduação. 

Sempre houve muito esforço e trabalho árduo para chegar aos dias de hoje onde aquela menina que desenhava por diversão alcançou o título mestra em (2014) e doutora (2019) ambos em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo (USP). O sonho de lecionar nunca a abandou apenas adormeceu por um período, mas logo depois de concluir o seu doutorado ela se viu novamente com o desejo de ir para as salas de aula e compartilhar os seus conhecimentos. Como numa pintura que pode ocorrer de uma pincelada fugir do padrão, aconteceu na vida da professora Fernanda Almeida, a vida quis rabiscar um desenho diferente do qual ela gostaria de pintar. 

A pandemia foi um momento em que quadros passaram a ter mais valor, enquadrar o sol da janela de casa nos primeiros dias até era confortável, porém na pintura da vida naquele momento o autor estava ausente, com a pandemia o mundo parara por meses impedindo que a professora Fernanda Almeida pudesse de fato realizar o que desejava. 

Não era o momento de desistir e nesse meio tempo começou o pós-doutorado. Ao finalizar o tempo de pesquisa e a bolsa ser concluída, o desejo de lecionar em universidades ainda permanecia em seu ser. Foi professora convidada de Estética do Audiovisual na Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP). Na busca por uma oportunidade, o Centro Universitário FMU FIAM-FAAM a acolheu como parte do corpo docente em 2024, hoje ela atua em disciplinas dos cursos de Jornalismo, Rádio e TV, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Tecnologia em Produção Audiovisual. 

“Agora sinto que posso dizer que eu sou uma professora, sinto que finalmente me tornei uma professora, e o mais precioso é o encontro com o aluno que te devolve o olhar, onde é possível ter uma troca de aprendizados que para além dos ensinamentos técnicos é também em grande medida afetuoso”. 

Como nos movimentos sutis das pinturas impressionistas, nesse momento um novo desenho surge na história da professora Fernanda Almeida e com todo o repertório de estudos que ela possui deixa um convite aos alunos para que busque sempre pelos estudos, pois o conhecimento não pode ser tirado de ninguém, além disso ele transforma indivíduos e suas realidades. 

¹Estudantes do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM – Estagiária AICOM