Do diretor Alex Garland, o filme conta a história de AVA, uma inteligência artificial, e gera debate importante entre professores e alunos sobre esta nova tecnologia
Reportagem: Catarina Frota [1]
Supervisão: Prof. Gean Gonçalves [2] e Prof. Wiliam Pianco [3]
Na terça-feira (16) foi exibido, no auditório Ulysses Guimarães, o filme “Ex-Machina” (Direção: Alex Garland, 2015) que ganhou o Oscar de Melhores Efeitos Visuais em 2016. O filme foi o primeiro da mostra “Gênero e Tecnologia”, especialmente, criada para o Congresso Acadêmico FMU FIAM-FAAM Inteligência Artificial: Realidades e Projeções.
Na história Caleb, um programador avançado, é sorteado para participar de um experimento promovido pelo chefe da empresa em que trabalha. Ao chegar na casa do CEO, Nathan, se depara com uma inteligência artificial de aparência humanizada e feminina chamada AVA. O filme se divide em sete sessões de conversa em que vemos a evolução do relacionamento entre os dois, além da relação chefe-empregado de Caleb e Nathan, que ao final levanta muitas questões sobre como será o futuro, a tecnologia artificial e a convivência com os humanos.
No encerramento do filme, o professor Jorge Gonçalves, junto à professora Isabella Goulart, iniciou o debate sobre a inteligência artificial presente no filme e a forma com que a figura feminina é totalmente sexualizada e só existe na narrativa para servir os homens. Percebe-se que no longa as únicas mulheres existentes em cena são androides programadas para agir de tal forma.
Outra questão importante na discussão foi como esses filmes também podem ser usados como plano de fundo para discussões maiores, como a de gênero, racismo, xenofobia e outras forma de discriminação, pois na produção a forma com que os robôs agem, se vestem ou se escondem ocorre para que sejam aceitos naquela sociedade. Eles tentam ter uma passabilidade em ambientes sociais, sem deixar evidente sua condição de máquina, prática que comumente acontece com muitos grupos marginalizados que também agem assim para não serem excluídos ou violentados.
Durante a conversa também surgiram muitas indicações e sugestões de produtos audiovisuais que falam do mesmo assunto do filme, como as obras Black Mirror (2011) e Love, Death & Robots (2019), séries da Netflix; os filmes A experiência (1995), O homem bicentenário (1999), A.I. – Inteligência artificial (2001) e Ela (2013), e o jogo Detroit – Become Human (2018).
Durante a semana, a mostra “Tecnologia e Gênero” exibiu mais dois filmes que também foram comentados pelos alunos durante o debate. A exibição de trechos do filme “Metropolis” (Fritz Lang, 1927), com acompanhamento ao vivo da orquestra do curso de Música da FMU e “2046 – Os segredos do amor” (Wong Kar-Wai, 2004).
[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – repórter.
[2] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM.
[3] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM.