Texto: Júlia Maria Toledo Nascimento e Thomaz Henrique Dionizio Mendes [1]
Edição: Rafael Alves [2]
Supervisão: Prof. Wiliam Pianco [3] e Profa. Nicole Morihama [4]
Que a fotografia faz parte do nosso dia a dia eu tenho certeza que você já sabia, mas você tem ideia de como um profissional inicia nesse ramo da Comunicação? Aqui na FMU, nossos alunos aprendem todos os princípios essenciais para a produção fotojornalística; para que possam se tornar profissionais capazes de analisar/refletir a fotografia e sua utilização no jornalismo. A fotografia surgiu como um avanço social-tecnológico e, inicialmente, registrava os valores da sociedade burguesa da época. Posteriormente, passou-se a enxergar seu grande valor social, já que a partir da fotografia, é possível fazer uma análise subjetiva da situação retratada.
PARTE HISTÓRICA
A fotografia tem sua introdução no jornalismo, em meados do Séc. XIX, com a fotografia de guerra. Os primeiros exemplos dessa fusão são a Guerra Civil Americana e a Guerra da Criméia. Durante esse período, inúmeros fotógrafos foram surgindo, assim como novos modelos de câmeras fotográficas que se tornaram cada vez melhores com o decorrer dos anos.
Um desses jornalistas foi Roger Fenton, britânico, que é por muitos especialistas considerado o primeiro fotojornalista de guerra da história. Seu grande feito foi ter registrado imagens da Guerra da Criméia.
Outra grande referência do fotojornalismo foi Henri Cartier-Bresson. Nascido no século XX, tornou- se o primeiro fotógrafo ocidental a registrar a vida cotidiana dos habitantes da antiga União Soviética. Sua primeira ida à então nação socialista ocorreu no ano de 1954. Além disso, o francês foi considerado um especialista em fotografias de rua e o pioneiro do jornalismo moderno, pois transformou a forma como as pessoas enxergam a fotografia, com base em seu conceito do “instante decisivo”. Este estabelece a fotografia como o registro de um momento que harmoniza o racional e o emocional de quem captura a imagem, além do equilíbrio das linhas de movimento da cena registrada. O resultado disso se dá naquelas fotos capazes de conectar o público com o registro, de forma a hipnotizar o olhar das pessoas à imagem.
A fotografia e sua relação com as FAKE NEWS:
A fotografia tem um vasto poder na comunicação, por isso é inevitável dizer que elas também podem se inserir nas tão faladas FAKE NEWS. Com o advento da tecnologia, principalmente depois dos anos 2000, e com a evolução dos softwares de edição de imagem, tornou-se muito fácil manipular as fotografias. A partir desse ponto, é necessário dizer que o fotojornalista, deve cumprir seu papel com a ética jornalística, respeitando assim o dever de capturar imagens de modo que sua interpretação seja a mais clara possível.
Para o fotógrafo Guilherme Dionizio, que atua no ramo há mais de 15 anos, os veículos precisam ter uma preocupação maior na seleção das imagens que acompanham a notícia, pois muitos utilizam imagens amadoras que surgem na internet e redes sociais. Além disso, o profissional destaca a ética de trabalho fundamental para que sua produção seja útil contra a desinformação. Ainda sobre a importância do fotojornalismo no combate às fake news, Dionizio pontua a contribuição da tecnologia para a propagação de imagens que não são fiéis à realidade: “Por outro lado, sabemos que uma fotografia, principalmente digital, pode ser facilmente manipulada e essas alterações podem mudar a compreensão de um fato jornalístico”.
O fotógrafo comentou também sobre as redes sociais, dizendo que essas contribuem para o fotojornalismo, mas ao mesmo tempo atrapalham o fotojornalista. Isso se dá pela velocidade com que as imagens surgem nas redes, fazendo muitas vezes com que os veículos optem por essas fotografias amadoras. Ele cita como exemplo o caso da queda do avião do candidato Eduardo Campos em 2014, quando a Folha de São Paulo utilizou uma foto tirada por uma pessoa que conseguiu acessar o local e fotografar com o celular.
Se você possui interesse em seguir carreira na área do fotojornalismo, fique atento! Guilherme comentou as principais dificuldades dessa ocupação: “No início as maiores dificuldades são melhorar as fotos e melhorar o equipamento, em parte porque os equipamentos são muito caros e a melhoria das fotos depende disso, principalmente as lentes.”
- IMAGEM DE DETAQUE: Landing Place, Railway Stores, Balaklava – Roger Fenton (1855) / Reprodução: https://www.metmuseum.org/toah/hd/rfen/hd_rfen.htm
[1] Estagiários Jornalismo AICom
[2] Estagiário Jornalismo AICom
[3] Supervisor de estágio Jornalismo AICom
[4] Coordenadora do curso de Jornalismo FIAMFAAM