Por Larissa de Lima [1]
Revisão por Safira Ferreira [2]
Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [3] e Profa. Nicole Morihama [4]
Políticas Públicas são o conjunto de medidas feitas para beneficiamento da população em geral e em conjunto entre poder público e a própria população. Um excelente exemplo de conjunto de políticas públicas no Brasil é o SUS.
O SUS já existe há mais de 30 anos e é a manutenção do mesmo que garante o direito à saúde universal em nível nacional. É importante usá-lo ele como exemplo, pois no atual cenário pudemos ver a importância e a diferença que fez em um país com a dimensão de Brasil, em um momento de crise – tanto de saúde devido a pandemia, quanto econômica devido a diversos fatores – o acesso a saúde de forma gratuita de forma indistinta.
Agora, que o país vive um cenário pós pandêmico, há outras questões muito importantes para lidar: as sequelas, e não apenas as que o vírus causou propriamente, mas sim às marcas psicológicas e econômicas. Durante um curto período no primeiro ano da Covid 19, o Governo Federal criou o Auxílio Emergencial, mas como ressaltado foi apenas algo por um curto período, beneficiando parte da população e ainda assim, um valor não compatível com a inflação para suprir carências básicas.
Ao andar no centro de São Paulo se pode notar o aumento da população em situação de rua, com barracas em diversos pontos da cidade. A Praça da Sé teve uma mudança brusca em seu cenário e agora nota-se com mais frequência voluntários distribuindo alimentação durante o dia.
Uma das sequelas invisíveis que a pandemia deixou foi a psicológica. De acordo com a Assistente Social Cleide Dantas Ribeiro, esse foi um ponto de bastante destaque em sua fala: “a população adoeceu psicologicamente”. Cleide atua na área há mais de 30 anos e é assistente social em uma UBS, tendo contato com a população diariamente e por estar justamente na etapa de acolhimento da unidade, percebe que uma das primeiras e principais reclamações é justamente do quanto a pandemia afetou a todos mentalmente.
Ao ser questionada sobre qual foi a mudança no perfil de quem a procurava, sua resposta foi forte e :
“Cresceu muito o número de universitários que buscam atendimento psicológico na UBS, pessoas que antes não procuravam esse tipo de atendimento e muitas vezes não eram pessoas que já eram pacientes em outros setores. Estudantes de psicologia e psiquiatria também têm buscado atendimento, em parte inclusive, para não utilizarem o atendimento que as próprias faculdades oferecem. Outro número que cresceu muito, infelizmente foi o de suicídios.”
Quanto a questão econômica, algumas unidades de saúde tiveram um contato direto, pois apesar de não ser uma política pública, a prefeitura fez uma ação no período de vacinação da Covid19, como Cleide explicou:
“Durante o início da campanha de vacinação, a prefeitura pediu para que quem fosse até a Unidade de Saúde se vacinar, levasse um quilo de alimento não perecível. Com esses alimentos montamos cestas básicas e entregamos as pessoas que estavam precisando de ajuda. A comunidade ajudou bastante, todos levavam ao menos um pacote de alguma coisa, mas apesar disso, foi uma quantidade pequena perto do número de pessoas que precisavam das cestas. Ainda hoje algumas pessoas ainda passam na UBS e perguntam se tem cestas, mas não temos – por não termos pessoal para esse trabalho e por não existir especificamente um projeto nesse sentido”
Até o momento, nenhuma Política Pública específica e efetiva pós-pandemia foi criada, apesar da inflação em alta, o desemprego e questões de saúde tão urgentes a serem resolvidas. Esse provavelmente será um tema de destaque principalmente por estarmos em ano de eleições presidenciais. Enquanto isso, a população aguarda novas medidas que a ajudem em um período tão crítico.
[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM,
[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM,
[3] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM
[4] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM.