Experiências de brasileiras e suas vivências fora do país
Repórter: Alaide E Silva
Revisado por: Marina Fiorotti, Mylenne Jesus e Victor Hugo Sigoli
Edição: Mirella Dias
Matéria originalmente produzida para a disciplina Jornalismo Digital em 2022.1
Em discussões acerca de interculturalidade, foi encontrado, frequentemente, os termos “diferença”, “diversidade” e menções “imigrante/diferente”, enfatizamos aqui atitudes que assumem positivamente a diversidade cultural.
Claudia Eleutério, Fernanda Fagundes, Marcela Paim e Sonia Mello são mulheres que decidiram fazer a jornada em outros países, onde as mesmas comentam que existem várias
comunidades culturais com identidades diferenciadas, enquanto a interculturalidade faz referência à dinâmica que se estabelece entre elas.
Claudia Eleutério, professora de inglês, mora há seis anos no Japão e conta que trabalha constantemente na sua construção de relações interculturais. Mesmo o idioma não sendo tão amigável, não considera tão difícil as relações humanas para com os imigrantes. Eleutério sustenta que uma comunicação efetiva dificilmente ocorrerá pela própria história do povo, isto é, a interculturalidade não será muito aprofundada, ocorrendo apenas o entendimento dos hábitos e costumes do lugar. Como exemplo ela cita: tirar os sapatos em qualquer lugar que chegue; crianças de até 10 anos sempre irão acompanhada de um adulto para suas escolas, vestindo um boné amarelo; a limpeza sempre preservada pelas próprias pessoas que usufruem do local (tanto funcionários quanto estudantes fazem atividades de limpeza preservando o lugar).
Clique nesse link para conferir o vídeo da Cláudia:
Fernanda Fagundes trabalha com Infoproduto, atualmente está no Brasil, mas passou dois anos na França e 11 anos na Espanha, conta que a adaptação foi o desafio maior, precisou de terapia para corrigir o estresse emocional que enfrentou nos primeiros três meses. Teve a possibilidade de durante todos esses anos retornar para o Brasil, no mínimo duas vezes por ano. Fagundes trouxe alguns relatos interessantes, um deles tem a ver com a parte do lazer, contando sobre o ‘TAPEI’ que significa: a cada bebida paga, é ganho um aperitivo de forma gratuita.
Compartilhou que o grande incômodo foi perceber as rivalidades entre os dois principais movimentos separatistas da Espanha que, atualmente, envolvem a Catalunha e o País Basco, ambos clamam por independência. “Existe uma mágoa que vem lá de trás e essas pessoas vêm fazendo essa lavagem cerebral completa nos jovens. Então, se esse jovem não sai da cidadezinha dele, ele tem raiva da Espanha”, conta Fagundes.
Confira o vídeo da Fernanda no link: https://youtu.be/kKG_utMtnlw
Marcela Paim, social media estrategista que mora há três anos no Canadá, atualmente na cidade de Oakville, trouxe sua visão de que lá consegue-se encontrar alguns pratos brasileiros, como bife com batata frita, picanha e alguns tipos de peixe, mas o tempero é a grande diferença. O que mais chamou a atenção dela é que Toronto é um lugar feito totalmente de imigrantes e essa troca é que ele considera rica. Para ela os canadenses são amigáveis, mas muito frios, não tem a questão de ter uma vizinhança. “A licença poética que eles têm é de fazer o que quiser. Eles se vestem do jeito que eles quiserem, se querem ir de pijama no mercado, vão sem problemas, cada um tem a liberdade de ser o que é”. Confira o vídeo com a entrevista da Marcela aqui:
Sonia Mello, fonoaudióloga, atualmente vive em Cambridge na Inglaterra e há seis anos é imigrante. Quanto à alimentação, houve uma adaptação muito rápida. Na sua concepção da interculturalidade acha que o que mais marcou foi no aspecto disciplinar, tais quais, o respeito ao próximo, ao espaço do outro, a pontualidade, o não
julgamento e agir sem preconceitos. Mello, dentre as outras entrevistadas, foi a única que não expressou nenhuma vontade de retornar ao Brasil, dizendo que não sente nenhuma saudade.
“Particularmente, quando eu saí do Brasil, não tinha vontade e nem tinha esse plano de retornar”. Uma das críticas de Mello é a falta de segurança e de qualidade de vida que sente em seu país de origem. Confira o áudio da entrevista no link: https://youtu.be/qWbT86LBKc8
Para quem tem o sonho de migrar para outros países, o importante é entender que é necessário participar de todo um processo educativo para a construção da interculturalidade. Deve absorver ao máximo conhecimentos e experiências de outras pessoas, não somente a questão da língua, o desafio também está na própria linguagem, ajudando a construir uma estrutura cultural fortalecendo e adequando o seu aspecto cultural.