NUGE

NUGE Apresenta: Gestão da diversidade nas empresas

Nesta quinta-feira, dia 19 de maio de 2022, às 17:30 o NUGE (Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade da FMU/FIAM FAAM) promoveu uma roda de conversa com a temática “Gestão da diversidade nas empresas”

Por Barbara da Silva Paula [1]

Edição Gabriel H. A. Campagnoli [2]

Revisão por Barbara da Silva Paula [3]

Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Prof. Nicole Morihama [5]

A conversa foi conduzida pela professora e mestra, Alexandra da Silva Alves, dos cursos da área de Negócios da HECSA e líder do NPN (Núcleo de Prática de Negócios); Professor e mestre Luiz Roberto de Almeida dos cursos da área de Negócios e de Comunicação da HECSA, também líder do NEPMKT (Núcleo de Estudos e Práticas em Marketing) e pelo professor e doutor Manuel Fabrício, atual performer do curso de Artes Visuais da HECSA e coordenador do NUGE (Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade da FMU/FIAM FAAM).

A professora Alexandra Alves abre o diálogo trazendo trecho da letra de uma canção do grupo infantil Palavra Cantada: “somos todos coloridos”, ela aponta que a beleza da letra é iniciar o conceito da diversidade para crianças com naturalidade. Sendo que essa convivência com a diversidade ocorre também no ambiente profissional, quando adultos. Independente da condição física, gênero, opção sexual ou nacionalidade, nas empresas convivemos uns com os outros, desenvolvendo nossas individualidades, habilidades e qualidades no coletivo.

Por esse motivo as empresas começaram a aplicar políticas de inclusão e conscientização para promover a participação de minorias, ao enxergarem essa diversidade como necessária para o seu crescimento e lucro.

As empresas e instituições dispostas a trabalhar questões atravessadas pelas minorias e que abrem espaço para ouvir e dar voz a elas, são espaços necessários para naturalizar questões de gênero, como os núcleos de estudo do Centro Universitário FMU FIAM FAAM. Pois dessa forma é possível criar espaços onde o outro não tenha medo de julgamentos que o limitem.

Como a professora ressalta: “é fundamental trabalhar com diversidade e inclusão, para que aquele que ainda não se vê como um igual possa saber que a beleza do igual é ser diferente. Precisamos admitir nossa diferença e diversidade na sociedade.”

Em seguida, agregando ao diálogo o professor Luiz Almeida ressalta a necessidade de reconhecer as diferenças e não achar que todos os seres humanos são iguais, pois as pessoas têm necessidades diferentes, o que reflete nas empresas.

Um exemplo em expansão, são as empresas multinacionais que cada vez mais, estão mais abertas a questões múltiplas, como o comitê de diversidade da Microsoft que promoveu a gestão da diversidade, pensando em como ajudar funcionários e sua remuneração.

Acolher e entender as diferenças como potencial, gera resultados inovadores no mercado de trabalho e nas produções artísticas. O professor Luiz, afirma: “Pessoas diferentes chegam a soluções diferentes, que trazem benefícios, maior lucro. O capitalismo percebeu que também é mais vantajoso aproveitar a diversidade e usar ao máximo as potências, as oportunidades de negócios e público consumidor que a diversidade traz.”

Na sequência o professor Manuel Fabrício destaca a importância de podermos ser quem somos em nosso ambiente de trabalho, o poder de ser transparente. Ele nos contou como foi tocante, com uma turma no final de semestre, em que um aluno escreveu: “Professor, você não sabe a importância de você ter entrado na sala de aula e ter falado que era gay, que tem um marido. Você não sabe como isso mudou minha vida, o meu modo de ver e entender o mundo”. Em seguida, a professora Alexandra também compartilha sua história pontuando uma de suas preocupações como mãe: “Nós professores também somos fonte de inspiração para as gerações, me questionei como seria a aceitação da minha filha, por ter duas mães. Mas é preciso tornar natural essas relações na sociedade, para que elas sejam naturalizadas no mercado também. O mercado de trabalho precisa ter essa visão de inclusão e adaptabilidade”

Uma das questões levantadas na roda foi: “Há políticas de reparação histórica nas empresas?”

Hoje, as empresas e universidades estão criando maior consciência, como a empresa citada acima, Microsoft que trabalha em sua estrutura questões raciais, Queer, sobre os diferentes formatos de famílias, mulheres, espanicos, chilenos, etc.

Quando questionados sobre como levar essa diversidade nas pequenas empresas, a professora Alexandra Alves, destaca o próprio executivo, o dono das pequenas empresas, são os donos que precisam ter informação, do quão positivo podem ser os seus resultados e lucros com boas práticas de inclusão, pois a imagem da marca será melhor vista. Ela cita na conversa o Filme “Kinky Boots – Fábrica de Sonhos de 2005 “em que um herdeiro de uma fábrica de sapatos femininos, começa a fabricar sapatos femininos, mas para homens, que queriam sapatos de mulheres, descobrindo um grande público e suas necessidades: travestis”.

Outra questão trazida foi a diversidade dentro da própria Transgeneridade e em diversos conceitos que estão se moldando e criando espaço.

O professor pontua que ao pensar nas marcas é preciso se perguntar: essa marca quer meu dinheiro, mas como ela me trata?

Promover a diversidade e gerar práticas inclusivas no mercado de trabalho não é algo fácil, mas necessário para conscientização do profissional, como a professora afirma:” independente de se é um homem ou mulher, olhar para o profissional se ele tem qualificações para atuar nessa área.”

A inclusão precisa ser aplicada e vista dentro da estrutura das empresas e não só nas campanhas, mas na liderança e cargos também. Um exemplo foi a mudança de postura e na estrutura do departamento de comunicação da Ambev, que após a circulação de uma propaganda que repercutiu mal, precisou se inovar e aderir a um pensamento mais moderno e aberto. Atualmente ela possui uma mulher como gerente, à frente dos negócios, sendo uma das maiores cervejarias do Brasil.

Ao final concluíram que muito se avançou, mas temos um grande caminho pela frente ao pensar na diferença entre igualdade e equidade, pois para se atingir uma sociedade mais equânime, é necessário dar suporte às diferentes necessidades de cada indivíduo, promover políticas e ações afirmativas que vão além da cota.

[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – repórter

[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – editor

[3] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – revisor

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM  

[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM