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Estudantes apresentam soluções de Design de Serviços 

Projetos motivaram diálogo e criatividade na Semana de Moda e Design 

Reportagem: Joyce Lisauskas [1] 

Fotografia: Thiago Balbi [2]

Supervisão: Prof. Gean Gonçalves [3] 

No dia 23 de abril, durante a Semana Acadêmica de Moda e Design no campus Vila Mariana, ocorreu o evento “Roda de Conversa sobre Design de Serviços”, com o professor Erico Oliveira. Cinco grupos apresentaram propostas para melhorar serviços existentes.  

O primeiro grupo propôs um restaurante para introvertidos e pessoas neurodivergentes, onde o projeto visa criar um ambiente confortável e privativo para clientes que enfrentam dificuldades em ambientes públicos movimentados. O restaurante teria mesas individuais em estilo cabine, pedidos feitos por menus em papel e um cardápio com pratos japoneses menos comuns no Brasil, incluindo opções vegetarianas e veganas. 

Uma pesquisa de público revelou interesse em um ambiente tranquilo para comer, valorizando a privacidade e a experiência sensorial durante a refeição. Apesar de desafios como a concorrência e a necessidade de um local estratégico, a proposta foi bem recebida, destacando a importância de ambientes inclusivos adaptados às necessidades dos clientes. 

O segundo grupo apresentou uma proposta inovadora para lidar com o alto volume de lixo orgânico em condomínios de São Paulo. A ideia é implementar composteiras modulares nos condomínios, envolvendo os moradores no processo de compostagem e oferecendo recompensas como incentivo. 

O grupo destacou a importância da conscientização sobre a quantidade de lixo produzido na cidade e abordou questões práticas, como o controle do odor e os custos de manutenção das composteiras. Eles também enfatizaram a necessidade de adaptação às diferentes realidades de cada condomínio, considerando a quantidade de pessoas e o espaço disponível. 

Além disso, discutiram estratégias de engajamento, como a comunicação direta com os moradores para mostrar o impacto positivo da compostagem. Também falaram sobre a viabilidade financeira do projeto, incluindo parcerias com empresas e a possibilidade de criar uma marca própria de produtos relacionados à compostagem. 

O feedback recebido pelo público foi positivo em sua maioria, destacando a proposta como uma solução inovadora e sustentável para o problema dos resíduos orgânicos em áreas urbanas. 

O terceiro grupo apresentou o projeto “Tablesnavigator”, que propõe uma solução para os desafios em restaurantes, melhorando a experiência para funcionários e clientes. O aplicativo funciona como uma “smart tag”, permitindo que os clientes façam pedidos diretamente, agilizando o processo. Ele também identifica restrições alimentares e preferências do cliente, garantindo uma experiência personalizada. 

Durante a apresentação, discutiu-se a dinâmica do restaurante em horários de pico, a individualidade dos clientes em relação a restrições alimentares e a importância de entender o dia a dia dos restaurantes. 

Embora algumas questões tenham ficado em aberto, como a necessidade de mais discussões com profissionais da área e preocupações com o uso excessivo de tecnologia, o projeto busca utilizar a tecnologia para tornar a experiência em restaurantes mais eficiente e personalizada, mantendo um equilíbrio com a experiência tradicional de frequentar restaurantes. 

O grupo seguinte revelou seu direcionamento aos esforços para discutir e encontrar soluções para o problema do descarte inadequado de pilhas e baterias. A iniciativa surgiu da constatação da falta de facilidades para se livrar desses materiais de forma adequada, algo que afeta não apenas as pessoas que têm pilhas guardadas em casa, mas também o meio ambiente. 

Durante suas pesquisas, o grupo descobriu que muitas pessoas enfrentam dificuldades devido à falta de informações sobre locais de descarte e aos impactos negativos que o descarte inadequado pode causar ao ambiente. Estudos realizados pela empresa Green Electron também revelaram a falta de conhecimento sobre a coleta e reciclagem de lixo eletrônico, o que amplia a preocupação com essa questão. 

Entre as propostas discutidas pelo grupo estão a implementação de incentivos, como descontos em troca de pilhas usadas, e a necessidade de parcerias com empresas e programas de coleta seletiva em supermercados. Além disso, a logística reversa, que envolve o retorno dos materiais ao ciclo produtivo após o uso, foi considerada como uma alternativa viável para garantir o correto descarte e reciclagem desses materiais. 

A conscientização e a divulgação para a população em geral também foram destacadas como fundamentais para enfrentar esse problema de forma efetiva. O grupo acredita que a educação ambiental e o estímulo à responsabilidade individual na hora de descartar pilhas e baterias são passos importantes para mitigar os impactos negativos no meio ambiente. 

O último grupo realizou uma pesquisa para avaliar a situação atual do metrô, buscando entender as dificuldades enfrentadas pelos usuários e possíveis melhorias que poderiam ser implementadas. A pesquisa foi feita através de um formulário online, no qual foram recebidas 27 respostas. 

Uma das principais questões abordadas na pesquisa foi a dificuldade em mostrar a situação da alteração da linha do metrô. A maioria dos participantes relatou enfrentar problemas nesse aspecto, indicando que a situação é considerada ruim e não tão única dentro do metrô. 

Outro ponto abordado foi o conhecimento dos horários de funcionamento do metrô e as regras para levar bicicletas e animais. Muitas pessoas admitiram não conhecer todos os horários de funcionamento e não estarem informadas sobre as políticas para transporte de bicicletas e animais. 

A pesquisa também revelou que muitos usuários têm enfrentado dificuldades ao tentar carregar o bilhete na máquina do metrô, sendo uma situação recorrente que afeta praticamente todos os entrevistados. 

Quanto ao tipo de recarga mais fácil para carregar o bilhete, houve divergências nas respostas, mas a maioria indicou que não utiliza a bilheteria para recarregar o bilhete.  

Outras questões levantadas na pesquisa incluem a informação sobre os tipos de bilhete, a implementação de uma fila expressa com taxa adicional para melhorar o fluxo, e a possibilidade de ampliar os métodos de pagamento para incluir cartão de crédito e débito. 

No entanto, foi decidido que o projeto de implementação de melhorias no metrô enfrenta desafios logísticos e financeiros significativos, sendo necessário um planejamento cuidadoso e investimentos substanciais para efetivar as mudanças desejadas. 

A aluna Beatriz Cândido, ao ser questionada sobre o que foi mais desafiador na criação do projeto, nos conta: “Pensar em soluções funcionais e viáveis para a problemática abordada”. E completa: “O que eu mais gostei foi entender quais as causas dessa problemática, descobrir coisas que antes não sabíamos sobre a população e o país em que vivemos”. 

[1] Estudante do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM – Estagiária AICOM 

[2] Professor do curso de Design FMU/FIAM-FAAM

[2] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM