Impacto da tecnologia na vida dos trabalhadores do agronegócio

Integração da tecnologia na agricultura inova e cria mais conectividade e segurança no campo

Reportagem: Milena Beatriz Silva [1]

A tecnologia tem adentrado a agropecuária e trazido revoluções desde os anos 1990, com os maquinários agrícolas. Tecnologias como a mecanização nos canaviais, removeu o perigo e os acidentes recorrentes nesse tipo de trabalho.

Nessa visão tem surgido todo tipo de tecnologia para alavancar a produtividade da produção além de manter também a preservação da qualidade dos alimentos de maneira que não prejudique a saúde do consumidor. Porém com o avanço tecnológico não permite só uma melhor experiência para o consumidor, mas também para os trabalhadores do ramo.

O Grupo São Martinho é um exemplo de como novos projetos e tecnologias para impulsionar com qualidade a sua produção podem afetar positivamente a empresa. A empresa foi certificada com o selo GPTW – Great Place to Work, que atesta a São Martinho como um excelente lugar para trabalhar a partir da opinião dos colaboradores e colaboradoras.

“A São Martinho sempre foi inovadora e construiu sua história a partir de uma visão e atuação de pioneirismo e superação.” afirmou o Vice Presidente e Superintendente Agroindustrial da São Martinho, Agenor Cunha Pavan, “Entendemos que essa inovação deve ser focada no desenvolvimento de novas tecnologias para garantirmos a contínua produção de carbono renovável com a máxima eficiência e menor custo do mercado”, explica na nota de imprensa do Grupo sobre a Criação do Centro de Inovação.

Tecnologias utilizadas na São Martinho tem promovido experiências mais confortáveis para os trabalhadores, algumas tecnologias relacionadas a conectividade como a implantação de rede 4G pública na Usina Iracema em parceria com a CNHi e Tim (2020-2021) além de implantação de rede 4G nas sedes do grupo Pradópolis, Quirinópolis, o projeto da expansão (fase 2) das Centrais de Operações Agrícolas para todas as unidades da Companhia, focado na extração de inteligência dos dados coletados a partir da “iluminação” das áreas agrícolas, desde 2021; e o desenvolvimento da Plataforma Digital e Datalake agroindustrial SM, a partir de 2022.

Em adicional o Grupo tem parceria com Cubo Agro, que impulsiona startups que geram soluções para o mundo agro.

Conectividade

Outras empresas também estão se modernizando. Uma usina de álcool e açúcar vem investindo em conectividade e treinamento: 470 mil hectares de plantação são monitorados em tempo real.

Toda essa tecnologia afeta diretamente os trabalhadores, um exemplo desse efeito é a conectividade sendo levada para dentro dos campos, impedindo agora de que os trabalhadores fiquem incomunicáveis. Enquanto antigamente era impossível se comunicar com quem trabalhava no campo, hoje já existem formas de tecnologia que permitem essa comunicação dentro da área.

Segurança

Outra forma que a tecnologia está impactando o bem estar dos trabalhadores é o monitoramento dos caminhoneiros em seu trajeto, para evitar acidentes. Sistemas como o Vsafe reduz até 86% comportamentos de riscos nas estradas. Emitindo alertas em tempo real ao condutor e também para o gestor da frota diante de possíveis situações de perigo.

Essas situações são fadiga, distração, uso de celular, distância perigosa em relação a outros veículos, fumar enquanto dirige e mudança de pista sem acionar o alerta, entre outras”, diz Conselvan, diretor geral da Veltec para o Canal Rural.

“Para os próximos anos, nossa expectativa é de crescimento, uma vez que a segurança no trânsito está entre as metas de desenvolvimento da ONU. O órgão tem o objetivo de reduzir pela metade as mortes por acidentes de trânsito. Entendemos que essa é uma questão vital para o Brasil e para os empresários brasileiros também”, conclui o executivo.

Outras tecnologias para diversas áreas dentro do agro também tem se desenvolvido como o aplicativo desenvolvido pela Associação Brasileira de Estudo da Abelha (A.B.E.L.H.A), pelo Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria) e a MD Educação Ambiental realiza o georreferenciamento, permitindo a localização do apiário pelo próprio produtor. Dessa forma o planejamento da produção é mais eficiente.

Essa nova forma de fazer agricultura tem sido chamada por muitos de Agricultura 4.0 e isso já está sendo aplicado para os futuros colaboradores da área. O curso da Federação da Agricultura de Goiás já inclui o desenvolvimento de novas tecnologias para o agronegócio.

Foto: Divulgação/EOS

“O que nós propomos no curto prazo, principalmente, são ações rápidas, o que nós chamamos de micro cursos e micro formações perto das pessoas que estão atuando no campo e trazendo pequenas introduções de novos conceitos, de conhecimentos sobre determinada ferramenta digital para que estas pessoas comecem a se acostumar, se habituar e utilizar estas ferramentas digitais”, explicou o Alejandro Frank, diretor de núcleo de Engenharia Organizacional da UFRGS para o Jornal Nacional.

O setor estava previsto para gerar cerca de quase 110 mil vagas que exigiam conhecimentos tradicionais do campo aliados às novidades tecnológicas digitais.

Todas essas melhorias e integração com a tecnologia não traz benefícios apenas para os trabalhadores como também para empresas que podem ter redução de custos, maior produtividade em sua produção entre outros.

Essa unificação entre o trabalhador e a empresa trará cada vez mais impacto positivo para como a agricultura é feita no Brasil e continuará alavancando o Brasil como potência agro que têm apenas se concretizado no cenário mundial.

[1] A reportagem foi elaborada pela estudante do 6° semestre de Jornalismo da FIAM FAAM – FMU, Milena Beatriz Silva, que participou do Ciclo de Palestras e Visitas do Agronegócio realizada pela Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto (ABAG/RP) e disputa o prêmio José Hamilton Ribeiro de Jornalismo promovido pela mesma instituição.