Instituto Nacional de Câncer estima que no triênio 2023 a 2025 serão mais de 73 mil novos casos de câncer de mama; professora da FMU enfatiza importância da atenção à saúde mental nos diagnósticos
Reportagem: Brenda Vieira [1]
Supervisão: Prof. Gean Gonçalves [2]
O mês de outubro é internacionalmente reconhecido como um período de conscientização do tratamento e da prevenção ao câncer de mama, tumor que surge através da proliferação anormal de células na região mamária. Os cuidados médicos associados a essa condição incluem diagnóstico precoce como meio para elevar as taxas de sucesso em tratamentos como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. Pórem, além do autoteste, torna-se crucial manter atenção redobrada à saúde mental das mulheres.
O diagnóstico é frequentemente acompanhado de uma profunda gama de emoções, como medo, raiva, angústia, ansiedade e incerteza sobre o futuro. Portanto, uma abordagem completa para o tratamento do câncer de mama requer um foco especial na saúde mental. Kátia da Silva Wanderley, especialista em Psicologia Clínica e Hospitalar e membro do corpo docente do curso de Piscologia da FMU, observa que após o diagnóstico, é comum experimentar o que os especialistas denominam como “luto antecipatório”, uma resposta à perda iminente da saúde.
De acordo com dados publicados pela Comissão de Estudos e Pesquisa da Saúde Mental da Mulher da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), uma em cada quatro mulheres que recebem o diagnóstico de câncer de mama acaba desenvolvendo quadros de depressão. A docente alerta que “os efeitos colaterais do tratamento enfraquecem o paciente, minando sua autoestima e levando ao desenvolvimento de depressão, fobias e ataques de pânico ao longo do tempo.”
Apesar da necessidade crucial de focar no combate à doença, é essencial reconhecer que o cuidado da saúde mental é um componente igualmente vital para manter o ânimo ao longo do processo. Os pilares fundamentais para manter uma atitude positiva após o diagnóstico incluem o apoio de amigos e familiares, juntamente com a prática de atividades terapêuticas e suporte psicológico.
O apoio oferecido por meio de uma rede de assistência é essencial para encorajar as pacientes. A atenção, a escuta cuidadosa e o auxílio com as atividades diárias do tratamento são cruciais para que se sintam amparadas. “Às vezes, não é preciso dizer nada. A simples percepção de que alguém está ali, disponível e atento às suas necessidades, proporciona um conforto imensurável”, explica Kátia.
Além disso, manter-se ocupada com atividades que promovam calma e equilíbrio emocional pode auxiliar no alívio do estresse e da ansiedade frequentemente associados ao tratamento. Hobbies como ioga, costura e pintura oferecem um espaço de distração e relaxamento.
A professora também enfatiza a importância do acompanhamento psicológico desde o momento do diagnóstico, destacando a necessidade de abordar adequadamente o impacto emocional dessa condição. É fundamental que a pessoa compreenda as complexidades de seu processo por meio da escuta de um profissional, com o objetivo de promover seu bem-estar, autoaceitação e empoderamento.
A FMU reconhece a importância desse suporte e está comprometida em oferecer atendimento psicológico acessível por R$30/mês para pacientes com câncer de mama. Agendamentos podem ser feitos via e-mail [email protected] ou telefone (11) 3346-6217 | (11) 3346-6216. Os atendimentos são conduzidos por alunos e docentes do curso de Psicologia da FMU.
[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM.
[2] Professor do curso de Jornalismo, supervisor de estágios AICOM.