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Campanha arrecada resíduos eletroeletrônicos em prol da saúde e do meio ambiente

Reportagem: Maria Eduarda Carvalho [1]

Edição: Gabriela Francia [2]  

Supervisão: Prof. Gean Gonçalves [3] e Prof. Wiliam Pianco [4]

Você já parou para pensar na quantidade de aparelhos eletrônicos de computação, telefonia e uso doméstico que são descartados de forma inadequada no meio ambiente e no tamanho do problema que isso pode causar à sociedade? Igualmente, já refletiu para onde vão todos esses resíduos e como eles atacam o planeta de forma negativa?  

Nesse sentido, o descarte incorreto de lixos eletrônicos impacta a saúde pública devido aos metais pesados e gera danos ao meio ambiente através da contaminação de solos, lençóis freáticos e organismos vivos da fauna e da flora. Além disso, reduz o tempo de vida dos aterros sanitários. 

Tudo isso pode ser evitado se houver coletividade na conscientização do descarte adequado para esse tipo de material, como pilhas, baterias, celulares, fones de ouvido, fios, cabos, computadores, notebooks, tablets, periféricos, eletrodomésticos, caixas de som e impressoras. 

A professora Elisangela Ronconi, do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da FMU, é responsável pela Campanha de Coleta de Resíduos Eletroeletrônicos desse ano e explicou sobre a importância dessa ação para a sociedade.  

Segundo ela, a parceria com o Instituto Limpa Brasil (organização sem fins lucrativos voltada para práticas cidadãs sustentáveis), acontece desde 2018 e, no ano passado, além da coleta de resíduos eletrônicos, também houve arrecadação de tampinhas, um material que precisa de atenção e pode ser reciclado. 

Ela explica que esses resíduos não acarretam problemas apenas para o meio ambiente, mas para o próprio ser humano:  

“Os resíduos eletrônicos, de uma maneira geral, têm em sua composição uma série de substâncias que são extremamente prejudiciais para a saúde humana e para o meio ambiente. Tem alguns metais pesados, por exemplo, que podem causar diversas doenças, como câncer, doenças cardiorrespiratórias, doenças neurológicas. Por exemplo, o níquel e o zinco são substâncias comumente usadas nesses equipamentos, como baterias, pilhas, e quando descartamos inadequadamente, pode contaminar o solo, a água, os animais, até chegar no ser humano”. 

Quando esses componentes são descartados de forma correta, pode haver até mesmo a possibilidade de reciclagem, já que muitas das peças contêm metais que são recicláveis, porém, o contrário disso é a rejeição desse material em terrenos baldios, lixões, e até nas ruas, o que causa grandes problemas. 

“Existem hoje algumas cooperativas que trabalham exclusivamente com a reciclagem desses resíduos. No caso da FMU, a Limpa Brasil tem uma cooperativa parceira, a qual vai recolher esses equipamentos e vai ver o que pode ser reaproveitado, e o que não tem proveito, que são os rejeitos, vão para o aterro sanitário”, diz a professora.  

Outra forma eficaz de fazer o descarte correto é buscar conhecer os lugares que utilizam o sistema de logística reversa, conceito que ganhou força a partir da publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, com a Lei nº 12.305, em agosto de 2010. A política engloba um conjunto de procedimentos e meios para recolher e dar encaminhamento pós-venda ou pós-consumo ao setor empresarial, para reaproveitamento ou destinação correta de resíduos.  

“Os fabricantes devem ser responsáveis por esse recolhimento. Não é simplesmente vender e não se importar em como o consumidor vai descartar isso. Essas empresas precisam se responsabilizar por esse descarte adequado. Pilha, bateria, celular e outros equipamentos eletrônicos, em diversas lojas têm o descarte, como numa loja da Vivo, Tim, sempre vai ter um coletor, não por que ela é ‘boazinha’, mas porque é obrigada por lei”, completa a professora. 

Coletor localizado no Complexo Taguá / Foto: Elisangela Ronconi   

A arrecadação aconteceu no Complexo Taguá e no Complexo Santo Amaro até o fim de maio, mas é possível encontrar outros pontos de descarte voluntário, sem restrição de horário. 

Poster de divulgação da campanha / Foto: Elisangela Ronconi 

[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM 

[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM 

[3] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM 

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM