Conferência de professora da USP fez parte da programação da Semana de Comunicação e do Congresso Acadêmico
Reportagem: Gabriel Casusa [1]
Supervisão: Prof. Gean Gonçalves [2] e Prof. Wiliam Pianco [3]
Na quarta-feira (17), no auditório Ulysses Guimarães, a professora da Universidade de São Paulo (USP), Elizabeth Saad, proferiu uma conferência sobre o papel das tecnologias de inteligência artificial no contexto jornalístico.
Elizabeth Saad é professora titular sênior do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP. Docente no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação na mesma instituição, onde orienta pesquisas de mestrado e doutorado sobre comunicação digital. É ainda coordenadora do grupo de pesquisa COM+, consultora independente e componente do Digital Journalism Research Group, da Oslo Metropolitan University.
Com moderação do professor Gean Gonçalves, a palestra fez parte da programação do Congresso Acadêmico Inteligência Artificial: Realidades e Projeções, que contou com diversas palestras e convidados especiais durante a semana. Em sua palestra, Elizabeth abordou o que são as inteligências artificiais como funcionam e como estamos vendo apenas um começo do que está por vir. A palestrante fez um comparativo com o momento de introdução da internet nos anos 1990: “é preciso ter os pés no chão com essas coisas [IA], assim como foi com o surgimento da Internet”.
“Nem toda IA é futurista. Um software de transcrição, por exemplo, usa IA para reconhecer e gerar palavras a partir de um arquivo de áudio”.
O Chat GPT, assistente virtual com inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI, está cada vez mais em alta e foi bastante mencionado pela professora Saad. Ela reforçou que apesar de ser uma IA, seu funcionamento depende muito da pergunta feita, para se obter uma resposta útil. “Quanto melhor o prompt, melhor a resposta”, concluiu a palestrante.
Concluindo sua palestra, Elizabeth Saad levantou algumas possibilidades de como as IA vão atuar no campo do jornalismo, tanto como ela poderá ser usada como ferramenta benéfica, como apoio àquela parte rotineira e repetitiva da construção noticiosa, como poderá ser prejudicial a profissão, quando os jornalistas deixarem de tomam decisões nas informações articuladas pela IA ou com a criação de redações sintéticas, isto é, sem jornalistas, apenas com bots para a produção de feeds.
Exemplos benéficos na prática diária do jornalismo, de acordo com Saad:
- Buscas em bases de dados textuais e/ou de imagens
- Automação dos metadados e de transcrições
- Análise do DNA de artigos (autorias)
- Sistemas de predição de manchetes para melhor adequação às necessidades do público
- Liberação do profissional para a produção de conteúdos investigativos
Ao final, foi aberto um espaço para alunos e professores trazerem questões a serem levantadas para debate junto da professora. Nesse momento, a professora ressaltou o quanto as empresas de jornalismo e os jornalistas são resistentes as inovações. Após o término dessa dinâmica, Elizabeth nos contou, com exclusividade como foi a experiência de palestra na FMU/FIAMFAAM:
“Já tinha vindo algumas outras vezes [na FMU], antes da pandemia e achei ótimo. Achei essa possibilidade de juntar pessoas de vários cursos muito legal, muito produtivo, até porque traz uma diversidade de opiniões e perguntas”.
[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM – repórter.
[2] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM.
[3] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM.