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Rádio e Convergência de Mídias para entender a sociedade da informação

Professor da disciplina Rádio e Convergência de Mídias, Jorge Gonçalves, explica como a tecnologia permitiu a convergência de mídias e o que será aprendido e praticado na disciplina 

Reportagem: Stepan Shevtsov Sena [1] 

Edição: Gabriela Francia [2] 

Supervisão: Prof. Gean Gonçalves [3] e Prof. Wiliam Pianco [4]

Foto: Divulgação/FIAM FAAM

Para aqueles que estão matriculados em cursos relacionados à área da Comunicação, como Rádio e TV, Jornalismo, entre outros, e também para a grande maioria dos usuários das mídias sociais, é evidente que praticamente todos os modos de comunicação se encontram na internet ou se adaptaram para que seja possível acessá-los no meio digital, por meio de um computador ou de dispositivos móveis. As novas tecnologias permitiram o surgimento de uma gama de possibilidades para o público em geral que possui acesso à internet. Hoje, é possível fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo, no mesmo aparelho e de forma ilimitada. 

O professor Jorge Gonçalves de Oliveira Júnior, que ministra aulas para as graduações de Rádio e TV, Produção Audiovisual, Jornalismo, Publicidade e Relações Públicas, é formado em Letras e Ciências Sociais (USP), com pós-graduação em Antropologia Social (USP) e Roteiro de Ficção (Senac). Ele explicou para a equipe da AICOM de que forma a disciplina Rádio: Convergência de Mídias, do curso de Rádio e TV, impacta a vida profissional para os estudantes que desejam ingressar nesse mercado de trabalho, quanto para aqueles que são meros consumidores de mídia. 

AICOM – De onde veio seu gosto pelas áreas de Produção Audiovisual e Rádio e TV? 

Jorge Gonçalves – Eu acho que principalmente do cinema. A minha formação em Letras me faz ter uma paixão por contar histórias, o que sempre me interessou, tenho uma pós-graduação em Roteiro de Ficção. Rádio, TV, cinema e internet são maneiras diferentes de contar histórias, que é o que mais me interessa. A estrutura das narrativas como a gente reinterpreta ou cria um mundo através das narrativas é o meu grande interesse de vida. 

AICOM – Qual a importância de estudar o Rádio? 

JG – O rádio é um dos veículos mais antigos, mais importantes e tem uma capacidade incrível de se renovar através dos tempos. Já declararam a morte do rádio várias vezes, porém ele continua dinâmico, importante, essencial, não só no jornalismo, mas em diversas áreas. Fico espantado com a capacidade dessa mídia se renovar e se reinventar. 

AICOM – O que é e como surgiu o conceito de ‘Convergência de mídias’? 

JG – Esse conceito foi desenvolvido no livro “A cultura da convergência” do pesquisador e professor Henry Jenkins, que conseguiu sintetizar o que já estava acontecendo há algum tempo nessa obra e definiu este conceito de convergência de mídias. A partir de então, ele se torna um autor incontornável de toda a área de comunicação, com um conceito-chave a ponto de batizar várias disciplinas de cursos de comunicação (rádio, televisão e convergência de mídias), definindo esse processo graças à digitalização (que só é possível se tem uma base digital). Ou seja, diferentes mídias convergem e se renovam. 

AICOM – Como o tema “rádio’’ e “convergência de mídias’’ se interligam em uma só disciplina? 

Na verdade, quando a gente pega a história do rádio, pensando nela como disciplina montada, a convergência de mídias é a mais nova etapa desse processo que mencionei de renovação do rádio. A disciplina foca principalmente na história do rádio, como ele foi se transformando, e aí passa por diversos processos importantes, como por exemplo da frequência modular (FM), a criação das redes e da transmissão satélite, que é uma outra etapa, e veio também a digitalização que permitiu a convergência de mídias, que é uma das etapas mais recentes. 

AICOM – De que maneira os estudantes e profissionais da área de Comunicação irão utilizar os conhecimentos aprendidos nessa disciplina? 

JG – Olha, durante a própria execução da disciplina, porque rádio e convergência de mídias estão interligados com a disciplina de Captação e Edição em Áudio em um projeto integrado, então os alunos já vão desenvolver produtos de rádio e podcasts que serão produzidos nessa outra disciplina que é mais prática, ou seja, é uma disciplina teórica que está relacionada a uma disciplina mais prática, e dessa forma eles já vão produzir um produto que serve de portfólio para sua colocação no mercado de trabalho. Então, eu diria que imediatamente, pois durante a própria disciplina já há essa preocupação em sempre fazer um trabalho prático. 

AICOM – Conte quais são as atividades práticas feitas nas aulas de Rádio e Convergência de Mídias? 

JG – A disciplina em si é construída como uma disciplina teórica, porém com esse projeto integrado com Captação e Edição em Áudio, fazemos o produto prático em que a gente aplica o conhecimento teórico, então teoria e prática estão muito bem-casadas. Além disso, esse produto desenvolvido nesta disciplina vai participar de um evento que a gente tem no curso de Rádio e TV, que é o “Teorias na tela”, então como resultado, além dessa produção, o festival vai premiar as melhores produções em diferentes categorias de avaliação. 

[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM 

[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM 

[3] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM 

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM