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Engrenagens: projeto de TCC de alunos de Rádio e TV retrata trabalho precário e invisível

Estudante de Rádio e TV, Victor Taciano, conta sobre a ideia de retratar o preconceito cotidiano contra as profissões e ocupações que mantêm a ordem, a conservação, o abastecimento e o funcionamento social

Reportagem: Mariah Simões [1]  

Edição: Catarina Frota [2] 

Supervisão: Prof. Gean Gonçalves [3] e Prof. Wiliam Pianco [4] 

Você já se questionou o porquê de a sociedade brasileira não dar a devida importância para algumas profissões, como a de empregada doméstica, de auxiliar de limpeza, de segurança, entre outras? É isso que o estudante Victor Taciano e seus colegas visam questionar com o projeto de trabalho de conclusão de curso Engrenagens.  

“Eu tive que me submeter a um emprego que abusava de mim psicologicamente só por dinheiro, pra então perceber que, enquanto o mundo não tomasse as devidas atitudes, muitos ainda iam ser usados e discriminados”, relata Victor.  

Na criação do seu TCC, após diálogos com os professores Bruno Casalotti e a professora orientadora Carla Christini, surgiu a proposição de criar uma narrativa transmídia que revela ao público histórias reais de trabalhos socialmente desprestigiados. 

“Transmídia é uma estratégia narrativa que envolve contar uma história em diferentes plataformas de mídia, como livros, filmes, jogos, quadrinhos e séries de TV”, descreve uma postagem sobre o projeto no Instagram @projetoengrenagens. 

Haverá um site criado com o propósito de incentivar o público a expor relatos pessoais, criando uma ligação familiar com cada história. Logo em seguida, virá o podcast que discorre com profissionais, pesquisadores e representantes de sindicatos, o lado intelectual da situação dos trabalhos precários. Por fim, as redes sociais, que trazem uma reflexão em cada post publicados.  

De acordo com Taciano, a essência do projeto é fazer com que as pessoas que consumem todo o conteúdo questionem as próprias ações diárias e que tentem mudar quando estão diante de trabalhos invisíveis. 

“Tive essa ideia assim que iniciei a faculdade, e pude notar a indiferença com que as pessoas tratavam as moças da limpeza, por exemplo. Foi de grande impacto justamente por me identificar com elas. O projeto conversa com a minha vida particular e por isso sinto um papel gratificante. Quero incentivar a inteligência coletiva, para que todos fiquem confortáveis em expor suas vivências sociais”, acrescenta Victor. 

O estudante menciona o conceito do filósofo francês Pierre Lévy, que entende que o ciberespaço é fértil para a colaboração, para que possamos ter uma reflexão mais abrangente da realidade. 

Gravação das histórias do projeto Engrenagens

O projeto é composto por seis capítulos, os primeiros três se iniciam com relatos de pessoas em funções que mudaram suas vidas e que proporcionam um futuro melhor, mesmo que não haja reconhecimento da sociedade. E os outros três apresentam o outro lado da história, nomeado como batalhadores, mostra os profissionais realizados profissionalmente que se sentem reconhecidos, além de estudantes que quebraram o ciclo de vulnerabilidade econômica da família, tornando-se os primeiros a mudar sua história profissional.  

Durante a entrevista para nossa reportagem, Victor Taciano confessa ter mais ideias para dar continuidade ao projeto, como cursos e palestras sobre o tema. O lançamento do site do Engrenagens, com o primeiro capítulo da história, acontece no dia 22 de maio. Enquanto isso, já é possível se envolver com as novidades do projeto por meio do Instagram @projetoengrenagens. 

 [1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – repórter. 

[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – editora. 

[3] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM. 

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM.