ISABELA BOSCOV 2

Isabela Boscov participa de conversa sobre crítica de cinema e TV com estudantes da FIAM-FAAM

A jornalista e crítica de cinema e TV participou de um bate-papo, via Youtube, com estudantes dos cursos de jornalismo e audiovisual

Reportagem: Ana Paula Sousa [1]

Edição: Larissa de Lima [2] 

Supervisão: Prof. Gean Gonçalves [3] e Prof. Wiliam Pianco [4]

Na noite de 3 de abril, os alunos dos cursos de Jornalismo, Rádio e TV, Produção Audiovisual e Produção Multimídia tiveram a oportunidade de ter uma conversa com Isabela Boscov. A convidada é jornalista e crítica de produções de cinema e TV, formada em Rádio TV pela ECA-USP. Ela possui uma trajetória em importantes veículos de imprensa, como o Jornal da Tarde e as revistas SET e Veja, e também é uma influenciadora digital muito conhecida por seu canal de crítica no Youtube.

O diálogo se deu a convite do professor Gean Gonçalves, responsável pela disciplina sobre Jornalismo Científico e Cultural. Na ocasião, Isabela deu início com uma contextualização sobre sua própria vida e carreira, contando aos alunos sobre o seu processo de escolha de curso de graduação, com as casualidades da vida e aptidões. Contou também sua experiência com o jornalismo, ressaltando o período de seis anos no jornal Folha de S. Paulo.  

Em sequência, a convidada esclareceu a dúvida de muitos alunos sobre como jovens profissionais podem começar a fazer críticas culturais e como fazê-las de forma coerente e bem executadas. Segundo ela, é um caminho contraintuitivo, deve-se evitar começar pela crítica, mas sim pela reportagem, com vivência de redação.  

“Em qualquer editoria, em qualquer área, que se apresente como uma possibilidade, porque a gente nunca sabe onde vai estar o aprendizado mais importante”. 

Para Isabela, a melhor forma de se aprender e ter domínio crítico sobre determinado assunto é consumir o conteúdo de interesse e questionar tudo, isso ajuda a compreensão daquilo que não se sabe. Aprender e ter certeza da compreensão é um passo importante, em seguida, transformar algo potencialmente complicado ou desconhecido, em algo compreensível, sem alterar o sentido.  

“Não se furtem de experiências que parecem estar desviando vocês daquele caminho que idealmente vocês estão enxergando, porque a gente realmente não sabe de que maneira, as experiências diferentes vão contribuir para aquilo que a gente vai vir a ser profissionalmente”. 

Boscov ressaltou que para uma boa escrita, uma boa formação de opinião e textos críticos, a leitura é o elemento imprescindível: 

“Não tem nada que estruture tão bem o pensamento da gente, que organize nossa capacidade de comunicação, quanto a leitura, principalmente a leitura de quem escreve bem”. 

Em relação ao cinema nacional e o papel do streaming no consumo da produção audiovisual, já que produções de muitos países tem chegado em peso, a crítica explica que o cenário brasileiro é muito forte e se concentrou bastante na televisão, com as telenovelas. Ela acrescenta que parte do cinema brasileiro é, dessa forma, influenciada pela linguagem das novelas, o que pode, para alguns ser uma característica, mas para outros, negativamente, se dá como um vício. Ela cita produções brasileiras como Marte Um (2022), Carvão (2022) e Deserto Particular (2021), que são: “ótimos filmes feitos em momentos difíceis”.  

Voltando-se ainda mais para o debate sobre os streamings, ela menciona que uma das vantagens é o acesso que esses serviços dão para as pessoas à Cultura. Em um país como o Brasil, as dificuldades regionais e financeiras, dificultam o acesso da população às produções audiovisuais, e o streaming, nesse sentido, é bem democrático e acessível.  

Entre as desvantagens das plataformas, vemos a ampliação das produções de má qualidade e a passividade do público: “as pessoas tendem a aceitar qualquer tipo de conteúdo que o algoritmo oferece”. 

Na etapa de finalização do bate-papo, Boscov também expôs seus pontos de vista sobre ataques na internet aos jornalistas, a premiação do Oscar e os gêneros negligenciados pela Academia. A jornalista ponderou sobre o que torna um filme excelente e citou autores da literatura cuja leitura é essencial.

Confira o diálogo na íntegra:  

[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – Repórter  

[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – Editora   

[2] Professor do curso de Jornalismo, supervisor de estágios AICOM   

[3] Professor do curso de Jornalismo, supervisor de estágios AICOM