1 - LUIS KAWAGUTI - AULA MAGNA JO

Curso de jornalismo recebe Luis Kawaguti em aula magna

Jornalista proferiu aula magna de abertura do semestre letivo sobre cobertura de zonas de conflito e de guerra

Reportagem: Ana Paula Sousa [1] 

Edição: Larissa de Lima [2] 

Supervisão: Prof. Gean Gonçalves [3] e Prof. Wiliam Pianco [4] 

No dia 7 de março de 2023, durante a aula magna do Curso de Jornalismo, o jornalista Luis Kawaguti compartilhou sua experiência nas áreas de defesa, segurança e política internacional. Atualmente, ele é editor do jornal Gazeta do Povo e analista da Guerra da Ucrânia. A palestra teve a moderação do professor Wiliam Pianco. 

Kawaguti se formou em jornalismo em 2002, e conta que logo se interessou em cobertura de conflitos, direcionando sua carreira para a área. Trabalhou na BBC World Service e prestou serviço para agências internacionais de notícias. No Brasil passou pelas redações de Veja, Diário de São Paulo, Folha de São Paulo e UOL. É autor do livro “A república negra” (Ed. Globo, 2006) sobre a missão de paz da ONU no Haiti. Durante a palestra, relatou seus trabalhos como jornalista em zonas de conflito, citando reportagens feitas durante sua passagem pela guerra da Ucrânia, especialmente em Bakhmut, que é considerado um dos fronts mais violentos da guerra. 

O palestrante tirou dúvidas dos estudantes e contou as diferenças entre trabalhar em uma grande empresa de mídia em reportagens internacionais e ser jornalista freelancer, tratou dos prós e dos contras e os fatores de sucesso nas mídias brasileiras e internacionais. Kawaguti também relatou que jornalistas de conflitos precisam de um curso oferecido pelas Forças Armadas para serem preparados e treinados para sobreviverem em meio à guerra. “Quanto maior sua exposição ao risco, maior a chance dele se concretizar”, disse o jornalista em resposta a uma das perguntas feitas em relação aos medos e receios de estar em um ambiente hostil de combate.

O convidado explicou também o processo e as dificuldades de ser um jornalista de guerra e contou as fases que um jornalista em seu trabalho passa numa situação de conflito, que são similares as da teoria militar: o planejamento, preparação para a missão e a execução. Com histórias de confrontos e dicas para os alunos que desejam ingressar na área. De acordo com o palestrante, é importante os estudos contínuos de pautas políticas, além da prática, das entrevistas e conversas com fontes, que ajudam no aprendizado e compreensão geopolítica dos conflitos. “Você não pode pensar só dentro da sua editoria, você tem que pensar como um todo”, afirma Kawaguti sobre a pluralidade de assuntos em meio a um conflito internacional. 

No âmbito de eixos ideológicos jornalísticos, de acordo com o convidado, é muito difícil hoje encontrar um órgão de imprensa que seja totalmente neutro em relação a posicionamentos políticos, “Ou você está num espectro de esquerda ou você está num espectro de direita”, afirma o jornalista. Segundo ele, órgãos de imprensa e jornalistas devem perseguir a noção ética de neutralidade, trazendo todos os aspectos e lados possíveis, mesmo em um contexto de dificuldade como a polarização da sociedade. Com uma palestra necessária e útil aos estudantes de jornalismo, trazendo a trajetória de um correspondente de conflitos e zonas de guerra, a aula se encerrou com ótimos pontos de reflexão e ótimas abordagens no que diz respeito a prática da profissão. 

Assista a Aula Magna do Curso de Jornalismo 2023.1 

Com o jornalista Luis Kawaguti: https://x.gd/sMZ8e 

[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – Repórter 

[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – Editora  

[2] Professor do curso de Jornalismo, supervisor de estágios AICOM  

[3] Professor do curso de Jornalismo, supervisor de estágios AICOM