Atual secretária de Relações Internacionais e ex-prefeita de São Paulo ministra aula magna para os cursos de Relações Internacionais e Comércio Exterior
Reportagem: Larissa de Lima [1]
Supervisão: Prof. Gean Gonçalves [2] e Prof. Wiliam Pianco [3]
No dia 14 de março aconteceu a aula magna dos cursos de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FMU, tendo como convidada a ex-prefeita de São Paulo e atual secretária municipal de Relações Internacionais Marta Suplicy.
A mesa da aula magna foi composta por Marta Suplicy, secretária de Relações Internacionais de São Paulo; pelo professor Dr. Manuel Nabais da Furriela, vice-presidente acadêmico da FMU, pela professora Dra. Stella Christina Schrijnemaekers, pelo professor Me. Thiago Mattioli e Mariana Thiele, representante do escritório do Itamaraty em São Paulo, o Ministério das Relações Exteriores.
Furriela destacou o aniversário de 55 anos da nossa instituição de ensino, fundada em 1968, e o fato do curso de Relações Internacionais ter se sobressaído positivamente em diversos rankings nacionais de educação superior. Também falou do selo de Direitos Humanos e Diversidade dado a FMU pela prefeitura de São Paulo pelo terceiro ano consecutivo.
Marta iniciou sua fala pontuando a diplomacia aplicada, que busca resultados mais concretos e palpáveis na população, que gera um contato maior com as pessoas, incluindo com as universidades, como o evento em questão.
Ressaltou a importância de atenção ao planeta e à floresta amazônica, em referência a um livro de Stephen Hawking, no qual o físico fala que se continuarmos no ritmo de destruição do planeta em que nos encontramos, teremos que pensar em como viver fora dele e recomendando inclusive o livro que está lendo no momento, de João Moreira Salles, Arrabalde, sobre como começou a destruição da floresta.
Marta contou que durante quatro anos fomos considerados párias no cenário internacional devido ao ex-presidente, Jair Bolsonaro, que teve falas contraditórias ligadas às nossas florestas e diversas outras questões. Entretanto, na avaliação dela, São Paulo deixava claro que não compactuava com as ideias da Presidência e que agora voltamos a ser respeitados quando utilizaram a expressão ‘Brazil is back’.
A secretária mencionou uma fala que gosta e acredita muito: São Paulo é vanguarda. Fala que caracteriza que o que é feito em São Paulo, tem relevância nacional e não apenas regional. São Paulo abre portas e se afirma na paradiplomacia (a diplomacia entre municípios), sendo a cidade mais forte do Brasil, fazer esse trabalho acaba sendo uma ciência e uma arte, pois é uma combinação de informação e percepção e as cidades mais fortes são aquelas que as pessoas desejam morar, pelas trocas de experiência e recursos.
Suplicy explicou a importância do trabalho da Secretaria de Relações Internacionais: apesar de não poder legislar internacionalmente e fazer tratados comerciais, pode sim enviar projetos de leis para a esfera federal e também buscar estratégias de unir a cidade a redes globais, e captar recursos.
A secretária diz que em seu trabalho sempre busca privilegiar questões sociais, com especial destaque às mulheres. “Tivemos diversas conquistas, mas ainda há muito mais barreiras a serem quebradas e os homens precisam aprender a lidar com mulheres empoderadas, com relação a direitos trabalhistas na prática, questões de assédio e a divisão de tarefas (em casa e na maternidade): o dever compartilhado”. Citou ainda algumas novas leis e projetos, como por exemplo: a que criminaliza assédio em escolas e repartições públicas (cinco anos de reclusão) e delegacias da mulher que passam a funcionar 24 horas.
Próximo ao fim da aula magna, a secretária explicou o papel da Secretaria Municipal no estabelecimento de contatos e parcerias com empresas e governos internacionais; falou sobre a responsabilidade em assessorar o prefeito, pois em alguns momentos ele não pode se ausentar da cidade e então envia representantes da Secretaria, que também atuam com relações consulares e com cidades irmãs, e dão suporte técnico para relações internacionais de outras secretarias
Para finalizar, Marta falou sobre diversos eventos internacionais que São Paulo sediará nos próximos anos, entre eles a 20ª Assembleia Geral da União das Cidades Capitais Ibero-Americanas; e que sediará em 2024 o Congresso Mundial do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade), que conta com a participação de mais de 100 países e movimenta o setor hoteleiro e turístico.
“A série de eventos que a cidade sediará mostra que não nos acomodamos, procuramos manter a cidade nos trilhos e com bom convívio internacional e o Brasil tem sido recebido “com tapete vermelho”, após a troca de gestão presidencial”.
A aula está disponível no canal da FMU no YouTube:
[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – Editora
[2] Professor do curso de Jornalismo, supervisor de estágios AICOM
[3] Professor do curso de Jornalismo, supervisor de estágios AICOM