Reportagem: Emilly Domingues [1]
Supervisor: Prof. Wiliam Pianco [2] e Profa. Nicole Morihama [3]
Na última manhã da 12° Semana de Comunicação da FMU FIAMFAMM, dia 28 de Outubro, foi realizada a palestra com a presença do professor e doutor em Ciências Sociais, Tomaz Penner, que abordou o tema “Produção seriada original brasileira da Netflix e a diversidade LGBT+”. O encontro foi mediado pelo docente Gean Oliveira Gonçalves.
O convidado trouxe sua experiência ao trabalhar com a Netflix configurando catálogos da empresa e a sua pesquisa de doutorado, que apesar de ter sido parada em 2020, ainda é muito importante para termos uma noção de como funciona a seleção do catálogo do streaming e em especial essa diversidade em público LGBTQ+ no Brasil.
Na última manhã da 12° Semana de Comunicação da FMU FIAMFAMM, dia 28 de Outubro, foi realizada a palestra com a presença do professor e doutor em Ciências Sociais, Tomaz Penner, que abordou o tema “Produção seriada original brasileira da Netflix e a diversidade LGBT+”. O encontro foi mediado pelo docente Gean Oliveira Gonçalves. O convidado trouxe sua experiência ao trabalhar com a Netflix configurando catálogos da empresa e a sua pesquisa de doutorado, que apesar de ter sido parada em 2020, ainda é muito importante para termos uma noção de como funciona a seleção do catálogo do streaming e em especial essa diversidade em público LGBTQ+ no Brasil.
Ainda sobre sua pesquisa de doutorado, Penner nos conta como é feita a distribuição de conteúdos originais para cada país e qual o objetivo de direcionar os seus conteúdos. O direito de exibição é diferente pela demanda e o licenciamento de cada país tem que ter a exclusividade para atrair o público, atualmente são mais de 500 títulos produzidos por ano e a diversificação dos países estão se tornando maiores com o tempo, com mais de 64 países tendo sua destruição de países produtores de conteúdo.
Sua pesquisa seguiu a linha de como funciona essas produções e distribuições até chegar ao seu foco: quantos conteúdos originais brasileiros contam com personagens LGBTQIA+. Enquanto sua pesquisa era feita, o catálogo brasileiro contava com apenas 37 personagens em séries originais, o professor ainda fez uma pesquisa mais aprofundada onde mostra que dessas 37 séries; 65% eram compostas por homens cisgêneros , 27% por mulheres cisgêneros, 5% por mulheres transgenros e apenas 3% por pessoas transgeneros ou não binarias, ainda nesta pesquisa é mostrado que pessoas trasngeneros fazem parte de 27% sem relações socioafetivas. Até 2020 era difícil ver esse tipo de diversidade em destaque.
Quando perguntado se ele acreditava que conteúdos estadunidenses poderiam influenciar a representatividade para a comunidade trans, o professor respondeu que acredita que atualmente isso possa acontecer e acredita ser necessário se posicionar sobre este assunto para que esta parte da comunidade ganhe seu destaque.
Com alguns gráficos é nos mostrado a predominância de homens gays, brancos e jovens. Apesar das únicas protagonistas, da época, serem mulheres bissexuais (3%), outras categorias foram representadas apenas 11% lésbicas e em questão racial apenas 21.6% por pessoas negras e 2.7% por asiáticos.
Contando como um “achado colateral” todas as produtoras de séries originais brasileiras do streaming foram feitas no sudoeste do Brasil, sendo sete em São Paulo e uma no Rio de Janeiro. Tornando o sistema audiovisual nacional altamente concentrado em região e que privilegia uma narrativa sobre a nação. Penner aponta que metade desses títulos, às vezes condicionados pela região que é passado, são em sua maioria comédias ou narrativas criminais e é notável a popularização das narcosséries.
Tomaz Penner fechou a palestra conversando e respondendo alguns convidados e contando sua vontade de terminar sua pesquisa e pontua que atualmente acredita ver uma abertura de caminhos para essa diversidade em conteúdos brasileiros da Netflix.
[1] Estagiários de Jornalismo AICom
[2] Supervisor de estágio AICom
[3] Coordenadora do curso de Jornalismo FIAMFAAM