Rodrigo Hidalgo

PALESTRA SOBRE JORNALISMO INVESTIGATIVO COM RODRIGO HIDALGO

Reportagem: Adriana Lira e Igor Uliana [1]

Edição: Lala Evan [2]

Supervisão: Prof Wiliam Pianco [3] e Profa. Nicole Morihama [4]

A 12° Semana da Comunicação do FMU FIAMFAAM teve seu início na segunda-feira (24/10) com a palestra de abertura de Jornalismo Investigativo, que teve como tema a “A atuação do repórter no campo da investigação”, moderada pelo professor Benedito Moraes, e com o o palestrante Rodrigo Hidalgo, repórter da TV Bandeirantes, com 30 anos atuando na profissão.

Hidalgo compartilhou sua história e trajetória no Jornalismo, que teve seu início como rádio-escuta, apurando e correndo atrás de notícias. Seus planos eram de cobrir a área esportiva, mas não o fez por conta da imparcialidade necessária para tal, termo que é fundamental adotar quando quer se tornar jornalista.

Sobre a experiência que teve nessa área investigativa, o jornalista destacou as dificuldades e os receios com a solidificação do crime organizado que vem aumentando no Brasil.

Hidalgo disse que uma das primeiras coberturas que chegou a ele foi sobre o massacre do Carandiru, que hoje em dia é muito conhecido pelos filmes, documentários, reportagens e até em vídeos no Youtube. Ele ressaltou que trabalhar com um isso no início de sua carreira só foi possível pela ajuda de outros profissionais da área. Também salientou a importância de ter de saber da notícia e ser mandado ao local, onde precisava pesquisar ao máximo as informações possíveis sobre o ocorrido, conversando com outros jornalistas que já estavam no local, procurando e apurando junto às fontes.

Hidalgo mostrou reportagens premiadas e que atingiu audiências incríveis na época em que foram passadas, como o incêndio da Vila Socó em que muitas pessoas e famílias inteiras perderam suas vidas. Apesar dos números relatados na reportagem, investigações mostram dados ainda maiores de vítimas.

Ele ainda comentou que trabalhar com o caso foi difícil, já que as informações não foram dadas com clareza, e no momento em que o jornalista foi fazer sua reportagem,  mais de três décadas depois, teve que tomar muito cuidado em quem entrevistar e mostrar; a identidade de vítimas e possíveis testemunhas  que foram guardadas por direitos constitucionais, mas que ainda assim  trazem preocupações até para ele mesmo, que assinou a reportagem. Foi o caso, por exemplo, de uma vítima de fake news que teve sua identidade confundida com a de uma sequestradora de bebês, perdendo sua vida para moradores de sua própria região.

O repórter compartilhou sobre a sua preocupação com o aumento e o futuro do crime organizado no Brasil, em resposta à pergunta dos alunos presentes na palestra, ressaltando em sua fala  que é de extrema preocupação o futuro do país, já que temos exemplos negativos ao redor do mundo, como o México.

”Um dos maiores problemas para combater essa violência está na própria corrupção, muitos têm interesse nas ações desses crimes, até mesmo policiais que tiram proveito de situações, aceitando propina; São problemas que não afetam apenas o México ou São Paulo, e sim a América Latina por completo, como o tráfico de drogas que assola o mundo. Com a influência de integrantes criminosos dentro do estado, principalmente em ano eleitoral, quando vemos políticos serem financiados pela própria milícia, notamos a situação complexa em que estamos inseridos”, ressaltou Hidalgo.

Ele que acompanhou o crescimento do PCC no início de sua carreira, avisando desde o surgimento sobre esse grupo que estava se formando nos presídios, viu a criminalização se solidificar e mudar de roubos em caixas eletrônicos e se instalar no tráfico de drogas, que é muito mais lucrativo e dificilmente é pego em exportações internacionais.

Hidalgo encerra sua palestra dizendo que está em uma área de sua profissão que gosta muito de atuar, desde descobrir as primeiras informações até a pós-produção e edição de suas reportagens, passos que ele não abre mão e que se vê genuinamente interessado em participar. Ele não se vê aposentado tão cedo e espera cobrir e ir atrás de mais casos que chamem sua atenção.

[1] Estagiária de Jornalismo AICom

[2] Estagiária de Jornalismo AICom

[3] Supervisor de estágio de Jornalismo AICom

[4] Coordenadora do curso de Jornalismo FIAMFAAM