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Relação da criação de clubes de e-Sports e os clubes de futebol

O evidente crescimento do mundo dos jogos virtuais e a profissionalização do meio, vêm chamando a atenção de grandes clubes de futebol

Por: Lucas Ferreira Urban [1]

Revisão: Caio Henrique Parnaíba Fonseca [2]

Edição: Gabriel Alexandre da Silva [3]

Supervisor: Prof. Wiliam Pianco [4]

No Brasil, há muitos clubes poliesportivos, ou seja, clubes que investem em diversas modalidades. O Flamengo, sucesso em competições olímpicas e multicampeão no basquete e o Sada Cruzeiro, muito vitorioso no vôlei nacional e mundial são exemplos de clubes que vão além do futebol. Com isso, os clubes ficaram de olho na modalidade que mais cresceu nos últimos anos, o chamado e-Sports.

Começou sendo apenas uma diversão e se tornou uma profissão, e atualmente isso é levado bem a sério. Os atletas dos e-Sports tem até preparo, acompanhamento físico e psicológico, para aguentar as rotinas maçantes na frente da tela, segundo Matheus Antunes (Coach da Portuguesa E-Sports – FIFA 22).

”Os clubes oferecem muita estrutura. Além da oportunidade de emprego, eles oferecem game house, staff, internet, auxiliam em viagens, normalmente arcam com os custos, dão o melhor conforto, alimentação, hospedagem… principalmente para os campeonatos. Oferecem todas as informações. Milhares de pessoas trabalhando para você para que você apenas jogue. Isso é o legal das equipes de futebol nos e-Sports porque você é tratado como um atleta.” Disse Antunes.

Assim como o Brasil é uma potência no futebol mundial, nos e-Sports a coisa não é muito diferente. Com o crescimento da modalidade no território nacional, o Brasil acabou se tornando uma potência no mundo virtual também.

Essa movimentação acabou atraindo alguns clubes de futebol, que começaram a fazer parcerias com os times de e-Sports, um dos mais conhecidos é a equipe do Flamengo, o time foi fundado em 2017 e já conseguiu chegar nas finais do CBLoL.

Perguntado sobre a pressão de representar um clube nos E-Sports, Matheus Antunes concluiu:

“O clube em si é como patrocinador dos atletas. Além de poder representar e vestir uma camisa grande, envolve também a questão das mídias. Por representar um clube profissional, você acaba se envolvendo com a torcida, os fãs. As redes sociais acabam tendo um grande impacto e vira um vínculo só. Assim como a pressão por resultados no futebol, o E-Sports também vai passar a ter. O torcedor quer ver o clube vencer e acompanhar pelas redes sociais com boas notícias.” Disse Antunes.

Um time que também tem destaque no e-Sports é o Santos, ele tem uma das melhores equipes femininas do Brasil de CS:GO, além de ter um time masculino igualmente competitivo. Ademais, o clube também está nos line-ups de RainbowSix e League of Legends.

Os jogos mais famosos no Brasil relacionados aos e-Sports são o League Of Legends, Counter Strike, Rainbow Six e o Call Of Duty. Um jogo que vem crescendo nos últimos anos também é o EA Sports Fifa.

O que pode caminhar ao lado do crescimento dessa modalidade e o crescimento das plataformas de vídeo e streaming, muitos profissionais começaram a sua carreia fazendo lives em plataformas de streaming como o Youtube.

Fora do Brasil as coisas também estão tomando grandes proporções, nos clubes do futebol europeu também têm seus times de e-Sports, como o ParisSaint-Germain, o Barcelona, o Schalke 04, o Wolfsburg e o Manchester City. Em vista disso, a visibilidade dos clubes sociados a e-sports tornaram-se maior como observamos no gráfico abaixo:

No Brasil algumas dessas orgs tem conquistado se destacado no cenário. O site “As Superlistas” fizeramum ranking digital das organizações brasileiras de e-sports com mais seguidores nas redes sociais.

Mostrando o crescimento dessa modalidade é a movimentação de dinheiro que esse esporte gera, seja na visibilidade nas redes sociais ou nos proprios caixas do clube. Em um campeonato de Dota 2, a premiação já chegou ao númerode US$ 47 milhões. A entrada de clubes com capacidade financeira, estrutural e comtorcida para impacto social só aumenta o crescimento da modalidade e o espaço que os esportes eletrônicos podem ganhar.

Com um novo mercado aberto e uma movimentação tão grande de dinheiro, o E- Sports estica a quantidade de vagas para a modalidade e caça novos jogadores. Um bom exemplo disso é a LOUD, uma das mais relevantes organizações de E-Sports do Brasil, que está com um leque de possibilidades aberto para novas áreas dentro dessa categoria. Bruno “PlayHard” Bittencourt, CEO da Loud, em conversa com a EXAME, explica que:

“Sempre pensamos em como podemos trabalhar nosso jogadores, profissionais e influenciadores no 360, Tentar alavancar a carreira a todo momento. Mas sempre visando nesse futuro, tanto da Loud como do cenário brasileiro do eSports como um todo. Nesse nosso mercado, é difícil achar pessoas com qualidades específicas, então focamos em manter essas boas pessoas por perto” disse Bittencourt.

Assim como a LOUD, há muitas outras empresas fazendo a mesma busca e

oferecendo benefícios ótimos como ela ou até mais. E se tem algo que não podemos negar é que o E-Sports é, com certeza, uma nova era em total expansão.