maquinas 1

O momento das máquinas tomarem o lugar dos seres humanos não é só daqui há alguns anos?

Por: Beatriz G. da Silva [1] Revisor: Maíra Fernandes [2]

Editora: Gabriela Francia Fernandes [3]

Supervisores: Prof. Wiliam Pianco [4] e Profª Nicole Morihama [5]

Por: Beatriz G. da Silva [1] Revisor: Maíra Fernandes [2]

Editora: Gabriela Francia Fernandes [3] Supervisores: Prof. Wiliam Pianco [4] e Profª Nicole Morihama [5]

Não meus caros, o futuro está batendo na porta! Já temos a primeira rede de fast food 100% robotizada, a BIONICOOK. É isso mesmo que você está pensando, os lanches são preparados e servidos por um robô, sem NENHUMA intervenção humana. O restaurante já conta com duas unidades em São Paulo, uma no Aeroporto Internacional de Guarulhos e a outra no

Metrô Carrão Sul. E os serviços em geral estão seguindo por esse caminho…

Entrar no Mc Donald’s, ir até o caixa e ser direcionado ao totem já é costumeiro com o novo sistema de autoatendimento da rede de fast food. Ligar na central de atendimento do

Bradesco e ser atendido pela BIA, inteligência artificial do Banco, que tira dúvidas e realiza transferências bancárias. Fazer compras no Pão de Açúcar e ter a opção de pagá-las sem

auxílio de atendente, direto no totem de autoatendimento, são situações que se tornaram comuns.

“Alexa, siga com a reportagem.”

E, com os avanços da indústria 4.0, essas situações tendem a se espalhar a mais serviços e lugares.

A indústria 4.0 é a integração, cada vez maior, das tecnologias para automatização do processo de produção. Como benefício, as empresas ganham eficiência, maior produtividade e impulso econômico. Os malefícios ficam para os colaboradores que, por vezes, assistem a extinção de seus cargos. Para Joseph Schumpeter, importante economista do século XX, a destruição criativa é um reflexo das invenções tecnológicas, criando enorme riqueza, mas também perturbações sociais consideradas injustas pelo povo.

A preocupação com o desemprego ocasionado pelo uso de tecnologia não é recente. Essa substituição dos seres humanos pela máquina ocorre desde a primeira revolução industrial,

mas agora os efeitos são mais sentidos devido aos rápidos avanços tecnológicos apresentados nas mais diversas esferas produtivas.

Segundo dados do IBGE, levantados no primeiro trimestre de 2022, o desemprego no Brasil já atingiu 11,9 milhões  de pessoas, o que representa cerca de 11% da população. Até o último trimestre do ano passado, 3,5 milhões de desempregados estavam em busca de trabalho há mais de dois anos. Fatores como a crise econômica e a perda de competitividade do país no cenário internacional, associados ao aumento do uso de processos produtivos automatizados contribuem para este cenário de desemprego estrutural elevado.




Fonte: IBGE. Desemprego, 2022. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php

Mas, nem todos se sentem prejudicados pela substituição da mão de obra braçal por tecnologias. Encontramos o IHHO, restaurante coreano no bairro da Saúde, em São Paulo, que tem um sistema de atendimento diferenciado. Já na entrada, há uma máquina para autoatendimento onde o cliente monta todo seu pedido, faz o pagamento e entra no ambiente apenas para se alimentar.

Conversamos com o gerente para entender os benefícios desse sistema.

[AICOM] Por que esse restaurante usa esse sistema de atendimento do lado de fora? Quais facilidades na rotina dos funcionários?

[GERENTE] Para os funcionários seria mais objetividade, o cliente já entra sabendo o que vai comer e o funcionário não precisa questionar muito sobre o que o cliente quer comer, se ele já escolheu [o prato].

[AICOM] Quais são os pontos positivos deste sistema? Quais são os negativos?

[GERENTE] A objetividade, a praticidade e agilidade são os pontos positivos deste sistema. Os pontos negativos estão relacionados à própria experiência do cliente, pois muitos gostam de se sentar, ler o cardápio, esclarecer dúvidas..

[AICOM] O restaurante deixou de contratar ou teve de demitir algum funcionário em função do uso da máquina?

[GERENTE] Não, porque a quantidade de funcionários para levar os pratos à mesa se manteve a mesma. O fato da máquina realizar os pedidos dos clientes não provocou a demissão de nenhum funcionário.

Mas como não ficar pra trás?

No livro “Tecnologia, trabalho e desemprego: um conflito social”, os autores Jayr Figueiredo de Oliveira e Antonio Vico Mañas defendem que os avanços tecnológicos podem trazer pontos positivos e negativos: “o progresso técnico pode ser ao mesmo tempo fonte de

crescimento e, portanto, de empregos, e origem de elevação da produtividade, que permitiria a supressão de postos de trabalho. Mas a inovação tecnológica e a elevação da produtividade, ao mesmo tempo que destruiriam produtos, empresas, atividades econômicas e empregos, também poderiam criar novos produtos, novas empresas, novos setores e atividades econômicas e, portanto, novos empregos”, dizem os autores da obra.

Sendo assim, partindo de um ponto de vista mais otimista, o que pode ser feito por profissionais que desejam permanecer ou voltar ao mercado de trabalho? E pelos jovens que ainda irão iniciar essa jornada? Quais são as perspectivas de trabalho no futuro?

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o cenário de mudanças implica na necessidade de adaptação dos profissionais à nova realidade. Nesse caso, é fundamental que as empresas passem a investir na qualificação técnica dos funcionários. Aprender sobre programação, robótica, levantamento e análise de dados deve fazer parte da rotina de trabalho dentro do contexto da indústria 4.0. Mas além das capacidades técnicas, os funcionários deverão aprimorar suas competências socioemocionais, estimulando aspectos como a

criatividade, o empreendedorismo, a liderança e a boa comunicação com os demais colegas.

A CNI acredita que alguns setores, como o de automóveis, de calçados e vestuário, de

alimentos e bebidas e de exploração de gás e petróleo, serão mais impactados pelos processos tecnológicos e, por isso, as profissões envolvidas nestes segmentos tendem a ganhar mais relevância no mercado de trabalho futuro.