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Perfil: Wiliam Pianco

Supervisor de estágio na AICOM e Professor de Jornalismo e Relações Públicas.

Texto por Sabrina Moreira Szcypula [1]

Revisão por Guilherme Augusto de Lima Faria [2]

Edição por Cláudia Lima de Oliveira [3]

Supervisão por Prof. Wiliam Pianco [4] e Profa. Nicole Morihama [5]

Com um sorriso simpático no rosto e dotado de uma natureza entusiasta, o docente paulista Wiliam Pianco contou-nos diversos detalhes sobre sua história, trajetória profissional e acadêmica, antes e durante seus anos no Centro Universitário FMU | FIAM-FAAM.

Nascido na Penha, Zona Leste de São Paulo, Wiliam mudou-se com seus pais para São Miguel Paulista quando tinha por volta de 13 anos de idade. Segundo o docente, ele nunca conseguiu se adaptar muito bem a este local, algo que o motivou a regressar à Penha e morar por um tempo com uma tia.

Durante a infância, Wiliam costumava brincar de escolinha com sua mãe e uma prima, sendo este, talvez, o primeiro indício pelo apreço em dar aulas. Porém, o desejo de lecionar só ganhou realmente espaço a partir de sua primeira graduação.

Inicialmente, o docente pretendia seguir na área de exatas, chegando a estudar eletroeletrônica pelo SENAI, mas o hábito da leitura e da escrita, mesclados à influência de um antigo amigo, o guiaram pelo caminho do Jornalismo.

Formado em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade Cruzeiro do Sul, em 2006, o professor relata que foi nesse ponto de sua vida que o amor pela docência realmente floresceu. Enquanto cursava a graduação, Wiliam nutriu uma grande admiração por seus professores, levando-os como figuras emblemáticas em sua vida. Também realizou uma Iniciação Científica sobre o trabalho do educador Paulo Freire a respeito do audiovisual na formação de adultos, tendo como orientador seu amigo e docente Samuel Paiva. Posteriormente, durante seu TCC, escreveu um livro-reportagem enquanto acompanhava por seis meses o trabalho de uma unidade do Movimento de Alfabetização de Adultos (MOVA), sendo estes seus grandes pontos de influência para a docência.

Em 2007 realizou sua extensão em Comunicação e Pós-Modernidade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC). O docente comenta como o curso abriu diversos horizontes para ele, além de ensinamentos que utiliza até os dias de hoje em sala de aula. Em 2011, concluiu seu mestrado em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos, com a orientação do docente Samuel Paiva. O docente comenta como sua vida mudou com todo o envolvimento que teve na instituição, tanto durante seu estágio docente como em todos os projetos que participou. Em 2018, concluiu o seu doutorado em Comunicação, Cultura e Artes pela Universidade do Algarve, em Portugal – depois de conquistar uma bolsa de estudos pelo Programa Ciências Sem Fronteiras. O professor comenta que amadureceu como pesquisador nesse período e que defendeu a tese intitulada “A Alegoria Histórica nos Filmes de Viagem de Manoel de Oliveira”, com a pesquisa centrada no cinema português.

Sua primeira experiência em dar aulas ocorreu através do MOVA, onde teve a oportunidade de lecionar. Ali pôde obter um pouco da experiência ao instruir adultos e conta que foi algo que o emocionou e impactou fortemente. Contudo, sua primeira experiência realmente voltada para a docência foi quando estagiário em seu mestrado com o professor Samuel Paiva. Wiliam comenta como ficou nervoso durante sua primeira aula, mas que conseguiu lidar e conduzir a disciplina com êxito, principalmente por todo o auxílio e instrução que recebeu do docente titular. Também atuou pelo Centro Universitário Paulista (Unicep), onde trabalhou com os cursos de Comunicação e na própria Universidade do Algarve, durante o período de seu doutorado.

Sua história com o Centro Universitário FIAM-FAAM começou após seu regresso de Portugal. Foi convidado a produzir uma mostra de cinema no SESC da Avenida Paulista e contar com uma rede de contatos, onde iria liderar as palestras do evento. O docente, então, convidou sua colega Tainah Negreiros, professora de Produção Audiovisual, e através deste contato, a docente lhe indicou a uma vaga disponível no Centro Universitário FMU|FIAM-FAAM. Wiliam foi entrevistado pela professora Isabella Goulart e passou a lecionar na universidade no primeiro semestre de 2020.

Durante seus anos na faculdade, ao lado de outros docentes da instituição, o professor fez parte da Comissão de Eventos, dedicada a coordenar os eventos de Rádio e TV e também foi convidado a coordenar o Núcleo de Estudos das Redes Digitais (NERD), junto com os professores Benedito Moraes e Kaluan Bernardo. Wiliam também orienta projetos de Iniciação Científica e de TCC, além de mais recentemente ter organizado, junto com o professor Gean Oliveira, a Semana de Jornalismo. Por fim, também tem atuado como apoio da coordenação e se tornou o supervisor de estágios do curso de Jornalismo na Agência Integrada de Comunicação – AICOM.

O docente comenta que antes da pandemia já possuía certa experiência com o ensino remoto, então ministrar aulas de forma online não foi algo difícil. Entretanto, ele conta como foi um período doloroso pela perda de amigos, pela falta de contato com os estudantes e com outras pessoas em geral. Referente ao pós-pandemia, o docente comenta que nós já estamos nos adaptando e entrando em uma nova etapa em diversos setores da nossa configuração social, sendo regidos agora pelo modelo híbrido, ou seja, com uma parte das atividades sendo executadas de forma remota e outra parte de forma presencial.

Para Wiliam, a maior dificuldade que já enfrentou em sua vida profissional foi algo recente, em 2019, quando um discurso reacionário, preconceituoso e anti-instituições atacou e continua atacando frontalmente as instituições de ensino e a ciência. Ele comenta que tudo isso afeta a profissão dos professores, pois esse ato coloca todo o trabalho dos docentes em cheque, desestabilizando não só a educação, como também a ciência e o saber.

Para o futuro, o professor Wiliam comenta que, no cunho pessoal, deseja sempre ser uma boa influência para o sobrinho Heitor, vê-lo crescer bem e se tornar uma grande pessoa; e projeta seguir com seus estudos e construir uma história feliz ao lado da namorada e família. Além de esperar continuar ajudando no progresso dos alunos, não só no sentido profissional como também pessoal de cada um.

O docente finaliza com algumas mensagens para os discentes, lhes incentivando a ler mais, consumir diversas formas de cultura, como: filmes, estar em contato com centros culturais e estudar. Ele destaca como tudo isso é fundamental para se ter uma base consolidada, além de nos tornar pessoas melhores, livres de preconceitos e dificuldades de assimilação com as mudanças do mundo. Também ressalta a importância do cuidado individual que cada um deve ter com sua saúde física e mental, comentando que: “É importante que as pessoas cuidem da sua saúde, tanto física quanto mental. É muito importante termos momentos de lazer, de descanso e sem fazer nada, assim como é importante estudar e trabalhar. Isso garante a preservação da nossa saúde mental”.

Por fim, o último conselho que o docente deixa para os discentes, parafraseando o intelectual Paulo Freire: “Eu diria que é importante que a gente entenda que ‘o mundo não é, o mundo está sendo’. O que a gente assiste… aquilo que a gente encara como o mundo concreto é sempre o resultado de mais um processo. Quando entendemos que ‘o mundo não é, o mundo está sendo’, a gente possui mais chances de assumir o protagonismo nesta história”.

[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM.

[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM.

[3] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM.

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM.

[5] Professora do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisora de estágios AICOM.