Quando paixão e profissão andam de mãos dadas, tudo tende a dar certo
Por: Thaís Geisy de Moura Costa [1]
Revisor: Victor Barrelo A. Ferreira [2]
Editora: Tamires Ramos de Souza [3]
Supervisores: Prof. Wiliam Pianco [4] e Profª Nicole Morihama [5]
Quase todo brasileiro tem um time de futebol por quem derrama suas lágrimas na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, no rebaixamento ou no título e até que a morte os separe. O esporte mais popular do Brasil está presente na vida de muitos meninos que sonham em fazer parte desse meio, e com Bruno Alexandre Elias (29) não poderia ser diferente. Como muitas crianças, herdou do pai o amor pelo Palmeiras e, sempre que podia, assistia aos jogos e plantou em seu coração uma sementinha verde que só floresceu.
Com um sorriso amistoso e dono de uma voz simpática, Bruno, em seu perfil no LinkedIn se descreve como um cara “prestativo, discreto, harmonioso e detalhista”. O assessor de imprensa descobriu no seu amor ao Palmeiras outra paixão: o jornalismo. Desde então, o destino tratou de juntar seus dois amores, num casamento perfeito entre profissão e verdão! Em um bate-papo descontraído, o jornalista formado pelo Centro Universitário FMU FIAM-FAAM nos confidenciou sobre sua vida e carreira.
Bruno, em relação a sua trajetória, como se deu o “click” que o levou a escolher o Jornalismo?
BRUNO ELIAS: Bom, tudo começou quando entrei no Palmeiras para trabalhar como menor aprendiz em 2009. Tinha 16 anos de idade, e foi algo inesperado, principalmente pela proposta ter sido de um ano e meio no departamento de acervo histórico, sempre muito subjugado e completamente abandonado [por falta de investimento]. Toda esta experiência me abriu caminhos para definir em qual área e qual ramo iria seguir em minha vida. E foi ai que surgiu o meu fascínio pelo Jornalismo e sua parte apurativa.
Você poderia me contar mais sobre o seu trabalho no acervo histórico.
BE: Claro! Foi uma fase muito importante e decisiva em minha vida. Como já disse o departamento não era valorizado. Não tínhamos uma sala ou qualquer outro espaço para trabalhar. Inclusive, assim que assumi o papel de organizar todos os arquivos, ouvi a seguinte frase: “vamos deixar o menor aprendiz ali e o que se resolver está bom pra gente”. Então, de tijolinho em tijolinho, comecei por meio dos materiais que encontrava a resgatar a história do clube, manter os inventários organizados e naturalmente o Departamento de Marketing e Assessoria de Imprensa utilizavam nossas pesquisas para alguma pauta diferente, por exemplo, quando contratavam um jogador de outra nacionalidade. E assim permaneci por sete anos.
Como aconteceu o seu estágio na Band?
BE: Como eu estava terminando a faculdade, sai para fazer o estágio na área justamente com intuito de voltar um dia para o clube, porém como jornalista. Consegui uma oportunidade na área de comunicação da Band, em uma empresa chamada Press FC. Era uma agência de assessoria de imprensa, onde eu atualizava o site da Band, criando títulos e descrições para matérias e vídeos. Este período contribuiu para minha formação profissional e pessoal.
E quando ocorreu o seu retorno para o Palmeiras?
BE: Em 2017 surgiu a chance do meu retorno e não pude desperdiçar.
Desde então, trabalho na parte de assessoria, atendendo a diversos veículos como UOL, Estadão, Folha de São Paulo e Lance. Além de produzir matérias para o site e revista oficial do Palmeiras bem como atualizar as mídias sociais do clube, que estão em contato direto com os torcedores.
Se tivesse que escolher, qual seria uma das melhores partes do seu trabalho?
BE: São tantas. Mas acredito que pelo tempo que tenho de casa, conquistei meu espaço e uma boa agenda de contatos que me proporcionam criar ótimas matérias e reportagens.
Mesmo com sua curta carreira no Jornalismo, um feito honroso surgiu para contribuir com seu crescimento: ser coautor de Mauro Beting no livro ‘Meu Nome é Enea’. Como se iniciou esta parceria?
BE: Tenho a honra de ter sido convidado para escrever este livro ao lado deste jornalista no qual nutro muito respeito e admiração. Tudo começou quando o Palmeiras foi campeão brasileiro em 2016 e o Mauro me convidou para ser seu coautor. Acontece que não sabíamos se o Palmeiras seria ou não campeão e fizemos uma aposta [risos]. A editora pediu ao Mauro que o livro fosse produzido em pouquíssimo tempo, e que estivesse transitando pela zona comercial e emocional. A primeira coisa que pensamos e concordamos foi que o livro seria feito com muito amor e os ganhos seriam consequência desta escolha. E claro, precisava ser feito por um palmeirense e por aqueles que conhecessem a história do clube. Neste meio tempo, em setembro, o time estava bem no campeonato brasileiro, então desenhamos um cenário favorável. Foram muitas madrugadas de pesquisa, produção, diagramação, revisão.
Como se sentiu ao ver o resultado de tanto trabalho e dedicação?
BE: Muito orgulho. O livro ficou bem confiável no sentido de apuração e confiabilidade dos dados. Não fiquei mais rico, porém superou minhas próprias expectativas [risos]. Foi um sucesso de vendas, e graças a Deus, no final de 2016 o Palmeiras foi coroado com o título. Foi também uma fase difícil, pois foi este o último jogo da Chapecoense antes do terrível acidente. Antes de ser publicado, conseguimos colocar um capítulo especial sobre este time que tanto fez pelo nosso futebol. No lançamento em São Paulo, na Livraria Cultura acabou emocionando muitas pessoas que estavam ali presentes.
Para finalizar, qual dica você daria para quem deseja construir uma carreira no jornalismo esportivo?
BE: A principal dica é gostar muito desta área, pois você terá de trabalhar sempre aos fins de semana e muitas vezes até tarde. Feriado? Não existe. A concorrência também é grande. Hoje há inúmeros veículos, sem contar a mídia independente, atrás da mesma notícia. A parte boa é que esporte é apaixonante, há muitas histórias a serem contadas em um único evento. Você vai se emocionar muitas vezes, se irritar, enfim, viver intensamente. Por último, procurar sair do senso comum e tentar e enxergar pautas que vão na contramão daquelas triviais, ou seja, das que sempre estão “na mira” dos outros repórteres.
[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/ FIAM-FAAM, estagiário AICOM – repórter
[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/ FIAM-FAAM, estagiário AICOM – revisor
[3] Aluna do curso de Jornalismo FMU/ FIAM-FAAM, estagiário AICOM – editora
[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/ FIAM-FAAM, supervisor de estágio AICOM
[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Pública e Jornalismo. FMU/FIAM-FAAM