Professor Joao Luis Gago Batista, que leciona a disciplina ‘‘Práticas em Jornalismo: Rádio’’ há três semestres para o curso de Jornalismo no Centro Universitário FMU FIAM-FAAM, comenta sobre a disciplina e a importância do rádio para os alunos e pessoas no geral.
Por: Wladimir de Oliveira Campos Neto [1]
Revisado por: Victor Barrelo A. Ferreira [2]
Edição por: Tamires Ramos de Souza [3]
Supervisão: Prof. Wiliam Pianco [4] e Profa. Nicole Morihama [5]
Como a matéria funciona, o que aprendemos?
Aprendemos o que é rádio, a história do radiojornalismo no Brasil, trabalhamos com os macetes para se escrever para rádio, quais as técnicas mais eficientes para se escrever na linguagem radio jornalística, apurar e checar e por fim iremos para prática tendo que fazer um rádio jornal no estúdio com todos os alunos e, se houver tempo fazer podcasts também.
Qual a importância da rádio para o jornalismo?
A mesma importância do jornal impresso, televisão e o jornal digital para o jornalismo. É mais uma plataforma onde eu posso fazer a mediação entre o que está acontecendo no mundo e a pessoa que está interessada em ouvir minha emissora, o rádio tem algumas peculiaridades, ele emite a notícia de forma oral, mas sem o apoio de imagem. Tradicionalmente, quando ouvimos a rádio, não estamos assistindo, mas hoje em dia isso é possível, posso ouvir o programa da CBN matinal, pelo próprio site deles com imagem ou via youtube. O rádio entre os quatro suportes jornalísticos, impresso, televisão, digital e rádio, é o que mais tem facilidade de acesso, porque posso estar ouvindo uma emissora no metrô, em casa, no ônibus, estar andando na rua e ouvindo, nesse sentido ele é muito interessante pois possibilita uma interação muito mais livre e fácil.
A morte dele foi decretada duas vezes, pelo menos, uma quando surgiu a televisão e a outra quando houve a revolução digital, e tanto no nos dois momentos o rádio renasceu tal qual fênix e ficou mais forte ainda, hoje o rádio também me permite que eu esteja por exemplo na China, se eu estiver conectado via wi-fi, posso ouvir uma emissora brasileira de lá.
Qual a importância da disciplina para a formação do aluno?
Ela é tão importante quanto qualquer outra disciplina que envolva essas outras três plataformas já citadas, a importância é ensinar como trabalhar com esse tipo de mídia, como escrever pro rádio, como trabalhar todas as conjunturas de uma notícia para a plataforma, entre essas plataformas o rádio é de longe a mais coloquial, a que deixa os jornalistas mais à vontade, ele permite que o apresentador ou apresentadora do rádio jornal brinque com os colegas do trabalho com situações e momentos que não estão no script, permite ter um jogo de cintura e ter uma proximidade maior com o ouvinte, você segue os protocolos, mas tem uma liberdade maior para agir.
As rádios ainda têm aquela influência de antigamente?
A rádio está se renovando todo dia, o podcast que é um tipo de mídia que surgiu há anos, porém veio se popularizar de uma forma gigantesca nesses últimos anos, é uma ferramenta absolutamente genial e que está abrindo o espaço para o consumo de rádio, sei que não está somente neles, mas vem se renovando a cada dia.
É inegável que numa megalópole como São Paulo e outras capitais grandes, na hora do rush quem está dentro do carro provavelmente está ouvindo alguma coisa, pode ser uma emissora de música ou notícia e nesse sentido enquanto prestador de serviço a rádio é fundamental para quem está numa cidade como São Paulo, tanto de manhã quanto na volta para casa, o papel dela é essencial na vida das pessoas.
O mercado de trabalho das rádios é algo que sempre vai crescer?
Antes havia o editor de texto, o editor da rádio em si, havia sonoplastia, pauteiro e produtor de reportagem, hoje todo mundo está fazendo muitas funções, o que é bom para os donos das emissoras e muito ruim para nós que trabalhamos com rádio e queremos receber nosso salário para exercer a nossa profissão da forma mais digna possível. Deve permanecer por muito tempo, mas há um enxugamento no mercado de trabalho, isso vale para rádio, jornalismo digital, impresso e televisão, por causa das possibilidades de se trabalhar com os recursos que a revolução digital nos trouxe.
[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM – repórter
[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM – revisor
[3] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM – editora
[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM
[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM