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“Criatividade não é luz divina, é algo que se aprende”

Por: Lino Bocchini [1]

Revisado por: Wiliam Pianco [2]

Supervisão: Prof. Wiliam Pianco [2] e Profa. Nicole Morihama [3]

Para quem não é do ramo, a disciplina de Criação Publicitária pode parecer misteriosa. Afinal, como se aprende a criar? Criatividade se ensina?

A professora Ediliane de Oliveira Boff, que ministra essa e diversas outras disciplinas no curso de Publicidade e Propaganda, explica que não apenas se aprende como é um dos pontos centrais da profissão – “um dos principais cargos do mercado é justamente o criativo”. Para entender um pouco mais desse universo, conversamos com Ediliane.

Professora, o que é ensinado em sala de aula na matéria de Criação Publicitária?

A disciplina é dividida em dois grandes blocos. O primeiro fala de criatividade, de processo criativo. Estimula usar a criatividade, ensina as ferramentas que o aluno precisa para desenvolver o trabalho de criação.

O segundo bloco é mais específico para a publicidade. Trabalha o conceito criativo, como a criação opera nos diferentes meios, a criação para o audiovisual, para a internet, o meio impresso… Além disso, os alunos têm atividades práticas, desenvolvem campanhas colocando em prática o que estão aprendendo.

E de que forma o que é aprendido em sua disciplina acaba sendo usado, na prática, na futura vida profissional do estudante?

A disciplina tem total aplicação na vida profissional do aluno, até porque seu nome corresponde a uma profissão do mercado publicitário, o criativo. E o mais importante é que oferecemos a possibilidade de desenvolver ferramentas mentais – digamos assim – para o aluno trabalhar a criação de uma maneira mais autônoma, mais independente.

Professora Ediliane, por favor, fale um pouco sobre sua trajetória…

Sou do Rio Grande do Sul, nasci em Porto Alegre e fui criada em Ijuí. E foi uma experiência interessante, no interior trabalhei muito dentro de empresas, e só depois que passei por agências. E sempre na área de produção gráfica, de criação e desenvolvimento de produtos visuais. Também trabalhei em editora, criando capas de livros, uma trajetória muito ligada à criação e à direção de arte.

Me formei pela Unijuí, onde também fiz mestrado. Mas meu doutorado em Ciências da Comunicação, foi em São Paulo. Comecei a dar aula em 2017, e hoje dou aula de diversas disciplinas, em vários cursos diferentes, até para engenharia da computação, onde ministro Interface Homem-Máquina.

Professora, uma coisa que pode intrigar algumas pessoas que não são do ramo publicitário, como é meu caso, é a questão do ensino da criatividade. Isso é de fato possível?

Te agradeço por essa pergunta. A criatividade pode ser aprendida sim. A criatividade não é uma luz divina, ou uma genialidade. Ela está mais ligada à solução de problemas. E é possível ser criativo em múltiplas áreas. Cada ser humano tem habilidades que pode desenvolver, dentro de sua área, conectadas com a criatividade.

Existem processos criativos, métodos e ferramentas que você desenvolve e vão te ajudando a resolver problemas. Ou seja: criatividade é algo que se desenvolve sim, e a pessoa pode ficar mais criativa no decorrer do tempo.

E para ser mais criativo é preciso quebrar algumas barreiras. Estar sempre aberto ao diálogo, não achar que tem razão sempre.

Mas veja bem, o dom é diferente. Talento você desenvolve. Mas o dom meio que já nasce com você, são aquelas raras pessoas meio geniais de natureza. Só que a maioria das pessoas pode desenvolver o talento da criatividade ao longo da vida. Existem inúmeros cursos e ferramentas, mas é preciso disposição para o aprendizado e para novas ideias.

Para terminar, o que a sra. recomenda para quem deseja ser mais criativo?

Terapia. Vai ajudar a pessoa a estar mais aberta, e também a colocar em prática as suas potencialidades, a encontrar luz para os problemas. E tudo isso contribui para a construção da criatividade. 

E também buscar todos os dias uma coisa nova, algo que fuja da sua rotina, por menor que seja.

[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM

[2] Professor de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM

[3] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM