Por: Lino Bocchini [1]
Revisado por: Wiliam Pianco [2]
Supervisão: Prof. Wiliam Pianco [2] e Profa. Nicole Morihama [3]
A disciplina de Gestão de Marcas e Fundamentos de Marketing, ministrada pelo professor René Batista de Almeida, mostra que a marca vai muito além de um logo
Saber observar, conhecer e bem gerenciar uma marca é uma das mais importantes tarefas de um profissional de Publicidade e Propaganda, e é exatamente este o ponto central da matéria de Gestão de Marcas e Fundamentos de Marketing.
E a disciplina não poderia estar em melhores mãos. O professor René Batista de Almeida trabalha há mais de duas décadas na área, e há anos se equilibra entre a carreira acadêmica e trabalhos de consultoria, tornando o ensino em sala mais rico.
Professor, o nome de sua disciplina é Gestão de Marcas e Fundamentos de Marketing. O que exatamente é ensinado?
Ensinamos o futuro profissional a gerir a marca pensando nela enquanto um ativo. A intenção é identificar as potencialidades que aquela marca traz consigo e, a partir daí, trabalhar estratégias usando esse potencial ao máximo. E não só no aspecto institucional, mas também promovendo valores e o posicionamento da empresa, aproveitando ela comercialmente.
Quanto mais valorizada e percebida for uma marca, mais ela se torna útil para a criação de novos produtos, e melhor fica o relacionamento com o consumidor.
E é importante lembrar que hoje é inclusive atribuído um valor monetário para a marca, então, mais do que nunca, devemos ter a preocupação de torná-la mais relevante.
Como os conhecimentos aprendidos em sala de aula em sua disciplina podem ser úteis na vida profissional futura do aluno de Propaganda e Marketing?
Nosso principal foco é trazer para o aluno uma visão mais estratégica. É comum o estudante identificar uma marca apenas como um elemento pictórico, imagético. Mas ao estudar gestão de marca ele amplia seu repertório, uma vez que a marca é a representação visual de uma instituição ou de um produto, mas é também uma ferramenta de comunicação. Ela transmite valores, passa ideias e estabelece uma relação com o consumidor.
Ensinamos para o aluno todas essas possibilidades, e como tudo isso pode ser explorado em novos produtos e projetos durante sua vida profissional.
E de que forma a disciplina se insere no contexto geral do curso de Propaganda e Marketing?
Se encaixa de forma muito eficiente. Os fundamentos de marketing já trabalham o pensamento estratégico. E a visão do próprio gestor de marca é um complemento disso.
Em uma agência de publicidade normalmente o profissional trabalha prestando serviço para clientes e aí é preciso ter essa visão estratégica. Conseguir desenvolver uma abordagem mais aprofundada, um trabalho contínuo de percepção e interpretação da marca e acompanhar os públicos com os quais ela se relaciona.
René, por favor, fale um pouco sobre sua trajetória acadêmica e profissional.
Trabalho com comunicação há mais de 20 anos. Comecei numa indústria metalúrgica, na comunicação interna. Depois fui trabalhar em pesquisa de mercado no Ibope e, no paralelo, estudei Publicidade e Propaganda. Passei por muitas agências, nas quais fui de estagiário a diretor de arte.
Voltando para a área acadêmica, fiz MBA em Gestão de Marcas, na época em que comecei a dar aula. Por fim, mais recentemente fiz um mestrado em comunicação institucional em Buenos Aires. Hoje sou mais professor, o que gosto muito, mas sigo trabalhando como consultor justamente nesse universo das marcas.
Muito bacana! Para finalizar, sabemos que alguns alunos creem que Publicidade e Propaganda se aprende apenas na prática… Isso é verdade?
A prática é muito importante, é o trabalho que te ensina os macetes, os detalhes. Por mais competente que seja o professor ao ensinar seu conteúdo teórico, só a vivência de mercado vai ajudar o aluno a entender de fato o que acontece. Mas de nada adianta se, antes disso, ele não tiver uma formação.
O conhecimento acadêmico é importante, e a percepção dos professores, que na maior parte das vezes são profissionais do mercado, também. Esse ensino muitas vezes funciona como um atalho, principalmente no sentido de orientar o aluno.
Muitas vezes o estudante tem uma visão glamourosa do mercado, e aí tentamos botar ele no mundo real. A intenção não é desanimar ninguém, não queremos os estudantes enxergando o mercado de forma negativa, mas sim realista.
[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM
[2] Professor de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM
[3] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM