RTV 9

Nos bastidores, como funcionam os programas de auditório

Palestra com Marcelo Kestenbaun, diretor do Domingo Legal, e Rita Fonseca, diretora do programa Hora do Faro

Por Manuella Sanches dos Reis [1]

Edição por Gabriel H. A. Campagnoli [2]

Revisão por Gabriel H. A. Campagnoli [3]

Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Prof. Nicole Morihama [5]

Na última sexta-feira (29), encerrando a Semana Acadêmica, os convidados Marcelo Kesternbaun, Diretor do programa Domingo Legal e Rita Fonseca, Diretora do programa Hora do Faro, puderam contar um pouco sobre os bastidores dos programas de auditório da TV brasileira. A palestra foi mediada pela professora do curso de rádio e TV, Andrea Llopis.

O gerenciamento de pessoas foi o principal ponto citado por ambos os convidados durante o evento, pois, para eles, trabalhar com um número grande de funcionários requer saber lidar com diversas opiniões. Além disso, outro ponto que foi bastante comentado pelos palestrantes foi referente as funções do estúdio, como controle do auditório e do apresentador que muitas vezes é personalidade famosa.

Ser muito abrangente e assistir vários programas, mesmo que não seja algo que goste é necessário, pois é essa experiência que garante para aquelas pessoas que trabalham nesse tipo de programa que tenham uma visão da área. “Deixando de lado seu gosto pessoal, é essencial assistir muita televisão, saber como são os outros programas para também saber opinar e debater sobre todos os assuntos”, disse Rita.

Pensar a frente, escutar a opinião de outras pessoas e se adaptar ao novo é necessário para a profissão segundo Marcelo, “Se a gente não se adapta, não houve de tudo, não assiste de tudo, não escuto a opinião de outras pessoas. Você nunca vai se destacar. Nunca saíra do mesmo lugar. E foi uma das coisas que me dês desde a minha época de produtor pensar a frente”, contou o diretor. “Para ser diretor o grande desafio é conhecer de tudo, e não superficialmente, temos que conhecer tudo na minúcia, do detalhe, o diretor comanda tudo, mas ele tem os cabeças que o ajudam nessa tarefa tão importante”, continuou.

Mesmo que seja ao vivo ou gravado, semanal ou diário o planejamento é um dos pilares mais importantes para o sucesso desse tipo de programa. Outro ponto importante é também o planejamento orçamentário. “Algo muito importante também é saber o orçamento, respeitá-lo, muitos dizem que o produtor executivo é quem mais enfrenta o diretor geral, pois ele sabe como funciona a parte financeira, a parte artística sempre quer fazer coisas grandiosas, mas temos que cumprir orçamento”, disse Marcelo. 

Através das reuniões com a equipe são feitas as programações para a semana ou até mesmo do mês. Nessas reuniões são tratados os convidados e sempre buscando renovar e não deixar repetitivo. “Um fator importante, não existe ideia ruim, não existe besteira. As melhores ideias surgem muitas vezes dos estagiários não do produtor com experiência. A junção de ideias também não muito importantes, uma sozinha as vezes não dá certo, mas juntas três ideias gera um bom resultado”, contou o diretor. “Se você tem uma temporada com 13 episódios, você já começa a empreitada com um roteiro prévio, com uma escala. Outro panorama é um programa de variedades, um programa diário, você tem que fazer reuniões diárias cuidando do dia seguinte, e socorrendo o próprio dia, caso a pauta caia, algum convidado não vem m. Temos que estar preparados para tudo, sempre ter um plano b é essencial, complementou Rita.

Com o avanço das tecnologias, o boom das redes sociais e atualização de como a sociedade se comunica cada vez mais rápido, a TV aberta não pode desprezar esse movimento e cada tinha que passa diretores e produtores buscam novas mudanças. Esse diálogo entre TV e internet, segundo Rita, se dá de diversas maneiras. “O programa hora do faro tem conteúdos exclusivos para internet e isso é possível pela junção, a ponte entre a TV e à internet, o YouTube”, contou a diretora.

A importância de estratégias de publicidade também foi tema de conversa na palestra antes do encerramento. “O programa de auditório nunca vai acabar, o digital cresce assustadoramente, mas os dois precisam um do outro”, explicou Rita como que os programas de auditório se reinventam e buscam diversas maneiras de divulgação na internet.

[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – repórter

[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – editor

[3] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – revisor

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM

[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM