Texto por Sabrina Moreira Szcypula [1]
Revisão por Guilherme Augusto de Lima Faria [2]
Edição por Cláudia Lima de Oliveira [3]
Supervisão por Prof. Wiliam Pianco [4] e Profa. Nicole Morihama [5]
Na noite do dia 27 de abril, quarta-feira, contamos com a presença do aluno egresso Rodrigo Maia, atual editor chefe da CNN Brasil, que através de uma abordagem extremamente educativa e honesta pontuou-nos sobre a relevância do jornalismo de educação.
Rodrigo Maia graduou-se em Jornalismo pelo Centro Universitário FIAM-FAAM, em 2002. O palestrante já trabalhou na TV Record, Rede Bandeirantes e no R7, porém atualmente integra a equipe da CNN.
Rodrigo iniciou a palestra introduzindo aos discentes quanto à notabilidade da ausência de interesse pela educação e de como esta situação é enraizada desde os tempos de escola, de forma que contribui para um mercado onde profissionais desqualificados são via de regra. O Jornalista cita inclusive, que esse fato ocorre em qualquer área de estudo e grau de formação em que o indivíduo decida atuar. Contudo, quando falamos de Jornalismo é ainda mais notável essa falta de interesse pois ao observarmos a editoria de educação, a mesma carrega e reflete essa imagem negativa desde a escola primária e tende a piorar a cada ano.
Rodrigo comenta sobre a importância do “Jornalismo de educação”, ou seja, o Jornalismo que reflete como é a educação atualmente. Segundo ele, infelizmente é de costume geral expor principalmente a parte negativa do sistema educacional brasileiro, minimizando e omitindo as variantes positivas. Isso ocorre mediante a pouca atenção direcionada para a educação, entretanto ele expõe como é de extrema relevância que o Jornalismo retrate as os fatores positivos presentes na educação brasileira, pois através dessa atitude o público terá consciência de com o devido investimento, o ramo educacional trará diversos benefícios para a sociedade como um todo.
O Jornalista ressalta o fato de que muitos brasileiros não entendem porquê vão à escola. O noticiamento constante que traz uma visão negativa da educação, cria um consciente coletivo nas pessoas de que a educação é valorizada e reflete que a situação é preocupante pois esta imagem gera insegurança e contribui para o aumento de profissionais desqualificados que apenas procuram ter um diploma, seja ele apenas do ensino médio ou do ensino superior, mas que não aprenderam nada em sua trajetória educacional.
Usando como exemplo matérias veiculadas nas grandes massas, o palestrante conta como as reportagens com teor negativo geram milhares de acessos e grande fluxo de leitores, enquanto as que se referem a algo positivo não possuem o mesmo engajamento. Mesmo com esses resultados, de certa forma desencorajadores, afirma que o jornalismo de educação deve sempre procurar relatar não só o que há de ruim, mas também como solucionar os ditos problemas e expor os panoramas positivos.
Rodrigo também comenta sobre o Jornalismo e a educação, sendo este o Jornalismo de qualidade, que é composto por jornalistas que realmente estudaram e continuam se reinventando visando crescimento e conhecimento. Ele incentiva os discentes que sempre procurem se educar e consumir conteúdos além dos propostos pela faculdade, tornando-se desta forma cada vez mais qualificados para ingressar no mercado de trabalho e que se aprimorem constantemente após o ingresso. O palestrante exemplifica e recomenda o “Jeduca”, sendo este uma associação criada por jornalistas que retratam e falam sobre a educação.
Na etapa das perguntas, Rodrigo é questionado por um dos alunos quanto a sua crença referente a possibilidade de utilizar o Jornalismo como meio de educação, ajudando as pessoas a encontrarem motivação em suas carreiras. Segundo o palestrante, o Jornalismo pode sim ser uma ferramenta utilizada para isso, principalmente em canais nichados, onde as pessoas encontram determinados temas e se aprofundam neles.
Outra questão que surgiu durante a palestra, refere-se a como Rodrigo relaciona a falta de profissionais qualificados no mercado de trabalho com o jornalismo extremista e sensacionalista, e o o palestrante responde primeiramente que não acredita em um jornalismo “sensacionalista”, tendo como motivação o tipo de Jornalismo que normalmente é considerado o dito “sensacionalista”. Segundo ele, existem pessoas que conseguem se identificar com esse tipo de jornalismo, pois este mostra mais da periferia e a realidade sem nenhum tipo de filtro. Entretanto, considera que a sim um jornalismo que transforma a notícia em um espetáculo e que este atrapalha visivelmente, mas este não é necessariamente o jornalismo sensacionalista que a maioria enxerga. Rodrigo diz que nós vivemos em uma sociedade que procura exatamente esse extremismo da pergunta, não só na política, como também em outros ramos. Ele finaliza que todos deveríamos tentar não apontar esse extremismo, mas sim, entender todos os lados extremos e quebrá-los, de certa forma.
[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM.
[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM.
[3] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM.
[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM.
[5] Professora do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisora de estágios AICOM.