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A importância do Ministério da Cultura foi tema de palestra nesta segunda-feira

Roda de conversa com o Doutor e Cientista Político Rafael Moreira sobre o lançamento de seu livro, o impacto das eleições a presidente neste ano e a importância da cultura em nosso país.

Por Manuella Sanches dos Reis [1]

Edição por Gabriel H. A. Campagnoli [2]

Revisão por Gabriel H. A. Campagnoli [3]

Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Prof. Nicole Morihama [5]

No primeiro dia da semana da comunicação (25), a importância do Ministério da Cultura foi tema da palestra realizada no período noturno. A palestra foi ministrada por Rafael Moreira, Doutor pela USP, Cientista Político e autor do livro “O fim do Ministério da Cultura- Reflexões sobre políticas culturais na era pós Minc” conta sobre a produção da obra e como o governo Bolsonaro e as mudanças acarretaram a idealização do livro. Mediada pelo professor Bruno Casalotti, bacharel em ciências sociais pela USP, mestre em sociologia (UFRGS) e doutorando em ciências sociais (UNICAMP).

No início da palestra, o Professor mediador, Bruno Casalotti deu uma breve explicação sobre o Ministério da Cultura. “O ministério da cultura é uma instituição, um órgão vinculado ao executivo federal, e tem como/ tinha como atribuição principal a centralização de políticas culturais e de alguns órgãos específicos, como biblioteca nacional e cinemateca brasileira. Era um agente, um aplicador das políticas culturais que se aplicam para diversas áreas da economia, sociedade e para nossa área de comunicação.”, pôde explicar o mediador dando início a primeira noite da semana da comunicação para os alunos do curso de Rádio e TV.

O convidado, Doutor Rafael Moreira, contou como iniciou a pesquisa e o que o motivou a iniciar a escrever seu livro. O professor afirma que, ao seu eleito, o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), anunciou a extinção do Ministério da Cultura, tendo suas atribuições vinculadas ao criado, Ministérios da Cidadania, que absorveu também outros ministérios extintos pelo presidente. “Na primeira semana após o término do meu doutorado, pensei em descansar, depois de doze anos seguidos me dedicando totalmente aos estudos, um colega me enviou uma mensagem pensando em um projeto e escrevemos juntos, a ideia que tivemos juntos de lançar o livro, de escrever uma obra que analisa-se qual seria o impacto da extinção do ministério da cultura para nossa cultura no Brasil”

Para Rafael, seu livro fico marcado na história, pois cita um momento importante da história do país, em seguida a pandemia do novo coronavírus começou. O convidado também explicou que por conta do distanciamento social puderam expandira ideia inicial do projeto apesar do atraso. O livro de divide em duas partes. A primeira é uma reflexão dos autores, com opiniões e dados e a história do Ministério da Cultura, e a segunda parta foi destacada por dar vozes as pessoas que sofreram impactos diretos com a extinção do MinC.

O livro conta com dez entrevistas com diversidade étnica e de gênero, com nomes que representam diferentes segmentos culturais, “Entrevistamos a mestra Joana que é a primeira mestra de uma nação do maracatu, de uma periferia em recife, ocorreram alguns imprevistos de conexão de ‘internet’ e o aprendizado de encontros online, mas deu certo, também o ex-ministro da cultura, Juca Ferreira, durante o governo Lula, e trouxe reflexões incríveis sobre como é estar no ministério”, disse o autor.

A obra traz uma relação sobre os principais impactos após a extinção do Ministérios da Cultura. O escritor relatou que após o lançamento, o Secretário Nacional de Cultura, comentou sobre o livro com o Presidente Bolsonaro, que fez um post em seu perfil no Twitter, o que fez gerar uma repercussão a redor da obra. “O livro foi lançado no início deste ano.  O ministério da cultura foi criado em 1985, e seu legado fez com que se tornasse natural para nós brasileiros sua existência. Dessa forma a sua ausência nos traz muitos retrocessos e estranhamento, pontuando que antes ele não existia e o país tinha um regime militar acontecendo”, diz Rafael.

Para Rafael a extinção do MinC gerou um impacto negativo inclusive nos estados brasileiros. “Um ponto importante é que a extinção do ministério impactou os estados de forma diferente, e os investidores em cultura também ficaram receosos com as oscilações políticas”, relato o palestrante

Concluindo a palestra o convidado Rafael ressaltou a importância que tinha esse ministério e como devemos falar sobre o assunto, sobre o impacto que o voto tem na nossa cultura e em toda estrutura social enraizada em nosso país. Os impactos nas periferias e a quem não tem total ou nenhum acesso à cultura como teatro, cinema, feiras e rodas de conversa. E encerrou falando sobre os desafios caso haja um retorno do ministério “Considerando as principais candidaturas de Jair Bolsonaro e Lula, serão cenários totalmente diferentes para o segmento cultural nos próximos quatro anos. Caso se mantenha o governo Bolsonaro acredito que essa política de destruição da política cultural brasileira, afinal essa era sua promessa em 2018. E caso o governo Lula retorne acredito, o primeiro paço que ele vai dar é justamente instaurar novamente o Ministério, a questão é somente retornar com o ministério não basta, ele deve ter um orçamento possível para gerir as políticas culturais do nosso país, expandi-las e trazer o segmento cultural de participação ativa.”

[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – repórter

[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – editor

[3] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – revisor

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM

[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM