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Fotografia alia conceito, repertório e prática

A professora Carla Christiani da Silva explica como a Fotografia dialoga com o universo da Publicidade e Propaganda, e ajuda o aluno a ter mais repertório 

Por: Lino Bocchini [1]

Revisado por: Wiliam Pianco [2]

Supervisão: Prof. Wiliam Pianco [2] e Profa. Nicole Morihama [3]

A professora de Fotografia Carla Christiani da Silva já teve banda, deu aula de Sociologia, protagonizou exposições e dançou. Literalmente, profissionalmente. Foi ainda professora na São Marcos e na Faap antes de aterrissar na Publicidade e Propaganda da FMU, onde desembarcou com a rica bagagem que a permite aliar a fotografia com o mercado, a antropologia visual e outras linguagens artísticas, como o teatro e a dança.

“Adoro dar aula, gosto da troca. Eu sou a professora, mas os alunos também trazem muita coisa. Aí elaboramos tudo no curso, e acaba sendo muito interessante”. Carla conversou com a AICOM sobre a sua disciplina:

Professora, o que exatamente ensina a disciplina de Fotografia? E como ensinar em sala de aula uma temática muitas vezes vista como prática?

A disciplina de Fotografia não é só prática. Você precisa conhecer alguns conceitos para fotografar bem, e eu ensino alguns desses conceitos, além de apresentar referências imagéticas importantes, para que o aluno tenha repertório.

E, a partir daí, a cada conceito teórico aprendido em sala de aula, são propostos exercícios práticos, para os quais são necessários os conhecimentos prévios.

Ou seja: é uma disciplina com aulas teóricas que levam a aulas práticas que, depois, resultam nas fotografias em si.

E de que forma esses conhecimentos da Fotografia podem ser aplicados na futura vida profissional do aluno?

O profissional de Publicidade e Propaganda precisa ter um bom repertório imagético, e trabalhamos a ampliação de sua cultura visual ao longo do curso.

É preciso olhar o mundo também a partir desse universo imagético na hora de trabalhar campanhas e produtos, principalmente gráficos ou audiovisuais.

A Fotografia em si também pode ser um campo profissional para o aluno de Publicidade e Propaganda?

Sim. Com dedicação, o aluno pode se tornar um fotógrafo publicitário se assim o desejar. Ele vai ter conhecimentos para isso. Esse caminho é mais específico do que a disciplina, mas no curso já trabalhamos com exemplos e práticas da fotografia publicitária, porque sei que o tema é do interesse dos alunos.

E é importante frisar que a fotografia publicitária não para nunca. Nem mesmo na pandemia. Quando fotógrafos de eventos e de outras áreas tiveram que interromper seus serviços, os fotógrafos publicitários seguiam em casa fazendo still [fotos de produtos], trabalhando nos estúdios… estavam a todo vapor.

Carla, pensando de uma forma mais ampla, como a Fotografia se insere no contexto do curso e das profissões ligadas à publicidade e à propaganda?

O desenvolvimento do processo criativo, a fuga do senso comum e a busca de novas perspectivas fazem parte da coluna vertebral do meu curso. Bem como a associação de toda a linguagem visual com som e texto.

Busco estimular que o aluno enxergue o mundo a partir de um repertório visual ampliado, de uma cultura visual rica. Isso permite que ele trabalhe de forma criativa, associando elementos e artes igualmente importantes para o universo da Publicidade e Propaganda.

Alguns alunos acreditam que Publicidade e Propaganda se aprende apenas na prática… É isso mesmo?

Olha, falar “apenas” é muito restrito. Acredito que a fundamentação teórica, os conceitos, o repertório e a troca de experiências dentro da universidade é muito rica, muito importante. Como o próprio nome já diz, universidade é um universo. É uma gama de possibilidades, um leque que se abre na vida do aluno.

Óbvio que a prática é fundamental. Seja o estágio, ou mesmo o mercado de trabalho. Mas a relação traz a profundidade. Existem várias formas de aprendizado, e elas não podem ser excludentes, devem ser somadas.

Veja o exemplo do próprio momento em que estamos vivendo. Antes da pandemia o ensino era apenas presencial. Depois, no momento mais agudo da Covid, ficamos exclusivamente online. E agora estamos em um momento híbrido, que eu acho o melhor dos mundos. Por que ter uma coisa só quando se pode ter o melhor dos dois mundos?

[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM

[2] Professor de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM

[3] Coordenadora dos cursos de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM