sancler

Perfil: Sancler Ebert

Professor de Rádio e TV, Produção Audiovisual, Produção Multimídia e Publicidade e Propaganda

Por: Sabrina Moreira Szcypula [1]

Revisado por: Guilherme Augusto de Lima Faria [2]

Edição por: Cláudia Lima de Oliveira [3]

Supervisão: Prof. Wiliam Pianco [4] e Profa. Nicole Morihama [5]

Em uma conversa extremamente agradável e cativante, o Professor Sancler contou-nos detalhes de sua trajetória até o atual momento, nos mostrando uma visão positiva até mesmo sobre as partes negativas de determinadas situações, e um olhar de alguém extremamente empático perante o próximo.

Nasceu em Vera Cruz, uma pequena cidade no interior do Rio Grande do Sul, e por lá passou toda a infância e adolescência. O gosto pela profissão surgiu desde muito novo, quando ainda criança brincava com uma amiga de ser professor. Na brincadeira, eles davam aulas um para o outro, passavam atividades e se divertiam. Mesmo que inicialmente não tenha seguido na carreira de professor, o gosto e admiração pela profissão estava presente desde muito cedo em sua vida.

Durante seus anos escolares e até os dias de hoje, o docente sempre viu a educação como algo de extrema importância e relevância, tanto em sua vida quanto na vida dos outros. Ciente desde muito cedo de que a educação poderia mudar sua vida, sempre foi um aluno muito dedicado e possuía um bom convívio com seus professores, procurando dedicar-se ao máximo em seus estudos e aprimorando-se cada vez mais.

O docente iniciou sua graduação em Jornalismo em 2005, finalizando em 2009, através do Prouni — sendo da primeira turma do Prouni — na Universidade de Santa Cruz do Sul, e se mostrou extremamente grato por ter tido essa oportunidade em sua vida. Sancler comenta que o fato de ter estudado em uma universidade privada lhe ajudou como docente, pois a experiência como um aluno em uma instituição particular lhe deu uma melhor visão de como as coisas funcionavam e como ele poderia ser um bom professor para seus alunos.

Sancler nos conta que começou muito cedo a trabalhar. Iniciou aos 15 anos como jovem aprendiz no Banco do Brasil. Após concluir sua graduação, trabalhou como repórter nos jornais Gazeta do Sul e Zero Hora, chegando a entrevistar o músico Zeca Pagodinho em certo momento de sua carreira. Após um tempo na área, observou que continuar como jornalista não era exatamente o que desejava, mesmo que ainda gostasse da profissão, por conta disso, resolveu pôr um fim em sua carreira na imprensa.

Em sua trajetória acadêmica, o docente iniciou outra graduação, desta vez em História, pela Universidade Estácio de Sá, e está para finalizá-la com a realização de um estágio. Realizou o Mestrado em Imagem e Som na Universidade Federal de São Carlos, entre 2014 e 2016, onde realizou estágio docente e foi nesse momento em que realmente viu querer seguir como docente. Atualmente é Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual (PPGCine), da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Entre 2011 e 2013, após deixar seu trabalho como jornalista, o docente realizou um intercâmbio em Dublin, na Irlanda. Haviam duas motivações para a realização do intercâmbio: estudar inglês de forma mais intensiva, já que estaria em contato o tempo todo com a língua, e a experiência de estar em outro país, interagindo com outra cultura. Ele conta que essa experiência foi muito importante, pois pôde amadurecer e olhar para o mundo com outra perspectiva, podendo lidar com pessoas muito diferentes de si e com culturas e formas diferentes de ser; assim como durante sua formação na UFSCar, onde começou a ter uma maior aproximação com relação a questões tais como as de identidade de gênero e raças. Segundo ele, essas duas experiências foram as principais causadoras de uma mudança em sua visão do mundo, saindo de algo cômodo e lhe permitindo enxergar questões como as citadas anteriormente e outras também de uma forma mais aprofundada e com maior empatia.  O docente conta que essas vivências foram de grande importância, pois lecionar e estar em uma sala de aula exige responsabilidade. Há a questão de tentar tornar o ambiente leve e acolhedor para os alunos, além da dinâmica e situações que podem variar a cada turma. Ele ressalta a maturidade como algo necessário para lidar e contornar essas questões em tempo real.

Foi em seu mestrado como pesquisador docente — inicialmente por conta da pesquisa — onde o professor pôde ver que aquele apreço pela profissão que tinha desde a infância ainda estava presente e que realmente gostava de estar em uma sala de aula. Chegou até mesmo a fazer dois estágios durante os estudos, mesmo que só fosse necessário um para se formar.

Foi um ano após o término do mestrado que o professor começou a trabalhar na área do ensino. Conta que mesmo sendo a docência o que realmente gostava de fazer, entendia ser necessário trilhar todos os caminhos para que tudo acontecesse no momento que deveria.

A forma como o docente descreve sua paixão pela educação é muito bonita, mostra que sua maior inspiração para se tornar um professor foi exatamente o ato de ensinar. A obtenção de conhecimento, um grande amor pela educação e uma grande fé em como a educação pode realmente transformar a vida de alguém. Ele nos mostra que um professor não é só aquele que nos ensina, é alguém que auxilia na mudança da vida das pessoas, tanto com a educação, quant o com a orientação para que os alunos tenham a oportunidade de ter uma vida melhor.

Sua história com a FMU/FIAM-FAAM iniciou-se no segundo semestre de 2019. No começo lecionou as disciplinas de Produção Publicitária em Áudio e Produção Publicitária Audiovisual. Chegou a lecionar “Roteiro”, “Direção de Arte” e “Rádio para Audiovisual”, além de também ter ampliado os cursos nos quais era docente, tendo lecionado em Publicidade, Rádio e TV, Produção Audiovisual, Produção Multimídia, Relações Públicas e Produção Cultural.

Durante o tempo em que trabalha na instituição, conta que teve a oportunidade de trabalhar na Comissão de Eventos dos cursos de RTV, Prod. Audiovisual, Prod. Multimídia e Prod. Cultural. Colaborou na realização de diversos eventos como, por exemplo, o Festival Audiovisual FIAM-FAAM e a Semana Acadêmica, sendo essa, uma experiência que ele cita feliz por ter tido a oportunidade de trazer o diretor de cinema Kleber Mendonça Filho, o diretor do filme “Bacurau”. O docente foi o responsável por mediar a mesa onde Kleber debateu.

Atualmente se encontra trabalhando com uma parte mais interna da faculdade, podendo ter uma visão não só de professor, mas também de alguém que entende e colabora com a parte interna da instituição, o que o deixa muito animado, pois ele demonstra realmente adorar estar sempre se movimentando e constantemente estar se reinventando. Com muita felicidade, o docente comenta que no início do segundo semestre de 2021, foi agraciado com o prêmio Core Faculty, por sua atuação na instituição.

O professor comenta, em relação às aulas remotas, que a adaptação não foi complicada, já que ele encarou tudo como uma forma de se desafiar e de aprender coisas novas. Obviamente, a pandemia num geral não foi fácil para ninguém, então diz ter procurado sempre ter empatia perante todos por conta de toda a situação pela qual o mundo foi acometido devido à pandemia.

Questionado sobre dificuldades, o docente conta que sua maior dificuldade foi lidar com o fracasso. Usa como exemplo um currículo, que exalta sempre cada vitória que nós temos, ignorando as tentativas que não deram certo. Isso dá uma falsa sensação de que quando nós fracassamos, automaticamente somos perdedores, mas em suas próprias palavras: “uma vitória é feita de vários fracassos”, demonstrando que mesmo quando algo não dá certo, não significa que devemos desistir, se aquilo é o que realmente queremos. Usando seu atual cargo como Secretário Executivo da SOCINE (Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual), como exemplo, comenta que na primeira vez que tentou entrar na SOCINE não conseguiu passar, diferente de outros colegas. Nesse momento teve de lidar com essa sensação de fracasso e tentar mais uma vez, já que realmente queria ter esta conquista. O docente não só conquistou sua entrada, como se tornou o Secretário Executivo.

Finaliza comentando que para o futuro, deseja finalizar seu doutorado, continuar se desenvolvendo e aprendendo, podendo colaborar com a instituição de outras formas que surgirem em seu caminho, e também conseguir fazer projetos ligados à educação.

[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM.

[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM.

[3] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM.

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM.

[5] Professora do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisora de estágios AICOM.