Por Manuella Sanches dos Reis [1]
Edição por Gabriel H. A. Campagnoli [2]
Revisão por Barbara da Silva Paula [3]
Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Prof. Nicole Morihama [5]
Na última terça-feira (08/03), prestigiando a data, o Núcleo de Estudos Etnico-Raciais (Nera) realizou palestra com a participação da jornalista e doutoranda Carla Tôzo, com a mediação pela também docente Maria Lucia da Silva.
A palestra apresentada foi baseada na pesquisa feita pela jornalista em seu doutorado: “Mulheres no jornalismo de ciências”. De início ela contou sobre a sua formação e um pouco de sua história enquanto mulher negra no jornalismo. Carla começou sua carreira em revistas femininas e desde lá se tornou mestre em comunicação em 2005, docente em ensino superior em 2007 e ingressou no doutorado no ano de 2020.
Dessa forma, ela prosseguiu a palestra explicando os pontos principais da pesquisa, em como a participação feminina no jornalismo científico foi ignorada por instituições e como a inclusão dessas profissionais tem se tornado cada vez mais necessária na pandemia da COVID-19. O estudo visa mostrar como o número de mulheres neste ramo tem crescido e como o papel delas é essencial neste núcleo. A partir disso fomos apresentados aos seguintes dados:
Segundo a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), o perfil do jornalista brasileiro mudou desde 2012, onde foi feita a primeira pesquisa, até o ano de atualização mais recente em 2021. A presença de pessoas negras aumentou de 23% para 30% em relação aos últimos anos, reflexo direto de políticas afirmativas como cotas e programas de bolsas de estudos para incluir estas minorias no ensino superior. Os dados constatam que majoritariamente jornalistas no Brasil são compostas por: mulheres (58%), brancas (68%) e solteiras (53%). A pesquisa foi feita com mais de sete mil entrevistados.
Carla ressalta a homenagem feita pela revista Maire Claire às mulheres que se destacaram em comunicação e como a atitude está à frente da informação em um momento tão histórico como este que estamos vivendo. Algumas das personalidades prestigiadas na matéria foram: Maju Coutinho, Andrea Sadi, Flávia Lima, Gabriela Bilo, entre outras mulheres que foram destaques para o jornalismo e na promoção da informação principalmente às voltadas à área da saúde e da ciência.
Além da matéria da edição impressa, correram também conteúdos online, lives contando a trajetória dessas mulheres, jornalistas, âncoras, repórteres, comentaristas, apresentadores, colunistas e fotojornalistas em cargos ombudsman. Uma forma de evidenciar profissionais que sobressaíram na divulgação de informações no decorrer da pandemia.
Partindo ao final da palestra, a professora prestou homenagem também a grandes profissionais de seu convívio. Entre elas se destaca Graça Caldas, graduada em Comunicação Social, atualmente vinculada ao programa de pós-graduação e divulgação científica e cultural do Labjor, premiada como “Pesquisadora Sênior” do prêmio Adelmo genro filho”; Marluce Moura, graduada em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestra e doutora em comunicação, que criou a revista Pesquisa Fapesp e desenvolveu o projeto “Ciência de rua”. Além de outras grandes personalidades citadas como: Fabíola de Oliveira, Luiza Caires, Meghie Rodrigues, Mariana Varella, Claudia Collucci.
Por fim, a proposta da palestra “Mulheres no jornalismo de ciências”, além de apresentar o tema do doutorado da professora também nos mostrou a importância da participação das mulheres no meio jornalístico e a abrangência dele no tempo que estamos presenciando. Ressaltando a necessidade de mais profissionais interessados em cobrir a área científica.
[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – repórter
[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – editor
[3] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – revisor
[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM
[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM