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Opinião: O IMPACTO DIRETO DAS REDES NOS INDIVÍDUOS

Texto por Maria Eduarda Souto Rodrigues do Nascimento [1]

Toda a estrutura social foi modificada pelas redes sociais, a maneira de falar e/ou escrever, relacionamentos são diretamente voltados para tudo o que a internet pode oferecer. Os afetos, atualmente, estão sendo pautados no quanto um indivíduo pode lhe dar atenção. Toda essa movimentação acarretou em uma carência emocional, na qual, é exemplificado na necessidade de competir com o outro em questões de quem tem mais compartilhamento e curtidas.

Existindo uma ponte entre a realidade e toda a utopia que se insere no mundo da “vida perfeita”, sendo escancarado pelos digitais influencers. No que ocasiona o sentimento de comparação em todos que acompanham estes, hoje em dia, o crescente consumo da internet pode trazer sérias consequências emocionais. Estar conectado diariamente se tornou um hábito. Nos Estados Unidos, é empregado o termo “fear of missing out”, que em português significa “medo de ficar de fora”. Logo esse “medo” foi imposto pela sociedade como um todo.

O sociólogo Zygmunt Bauman debate o conceito de modernidade líquida, exemplificando as modificações em todo o contexto da sociedade tecnológica. Relações frágeis e imprevisíveis são o novo normal, segundo ele, esse contexto faz alusão do ditado popular “você é aquilo que você tem”. É mais importante mostrar aquilo que se tem; é mais importante a quantidade do que a qualidade. As redes sociais obedecem essa dinâmica.

As pessoas criaram uma realidade paralela, sendo o principal objetivo a fuga da realidade. O que era algo para servir de acessório dispensável e opcional se tornou uma necessidade que está presente em todo o cotidiano, adentrando em todo o contexto corporativo que muitas organizações utilizam das redes para publicidades, comunicação interna e todas as funcionalidades derivativas. Segundo um estudo da Universidade Sagrado Coração, Bauru, São Paulo, realizado pelos alunos “o relacionamento virtual exagerado tem levado à perda de limites e respeito ao outro, refletindo não apenas na vida particular, mas também nos contextos organizacionais” e isso é muito real, sendo notório na crescente denúncia dos casos de perseguição e relacionamentos abusivos que norteiam diante da série “YOU” com três temporadas e um sucesso da Netflix. A história é sobre Joe um cara aparentemente normal que trabalha na biblioteca, porém com segredos obscuros, que o colocam como perseguidor de uma jovem garota que o mesmo conhece no seu local de trabalho. Ele faz de tudo para entrar na vida dela, até mesmo, matar.

A internet, mesmo com toda a sua praticidade, os indivíduos ainda não aprenderam a se comportar diante de uma ferramenta tão funcional, mesmo com todas as tecnologias usuais e pessoais, o que falta é o senso comum e o respeito aos limites pessoais. Não é porque está na palma das suas mãos todas as informações e liberdade de expressão que é algo ético diante de toda a vida pessoal e corporativa xingar, ameaçar, enfim, a violência virtual é crescente, pois é mascarado com a falta de policiamento nas redes. Algo até ilusório, porque a demanda de dados que estão disponíveis e toda a velocidade impactam diretamente na falta de conseguir punir todos os diversos compartilhamentos em questões de segundos.

Portanto, é possível concluir que mesmo com todo o avanço tecnológico há uma necessidade de que os indivíduos entendam e respeite os limites pessoais de cada um, acompanhando e podendo evoluir cada vez mais em todos os âmbitos da sua vida. Ou seja, as pessoas precisam ser ensinadas desde cedo, como estamos já nas Revoluções Industriais 4.0 e 5.0, os “natizes” são estes os que já nascem em todo esse meio tecnológico. As escolas em conjunto com alguns projetos sociais poderiam inserir essa questão, até porque é uma nova realidade, podendo ir até os mais velhos, 35 anos em diante, que precisem estar bem-antenados sobre todo esse novo contexto.

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[1] Aluna de Relações Públicas e integrante do NERD.