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Antropologia da Malandragem: A Evolução da Figura do Malandro

Por Stefanie Tozzo dos Santos [1]

Edição por Giuliana Maciel Araujo [2]

Revisão por Andressa Lemes de Amorim Matos [3]

Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Profa. Nicole Morihama [5]

Em seu trabalho de Iniciação Científica, realizado entre o 5º e o 6º semestre de 2021, sob orientação do professor William Pianco, o estudante de jornalismo do Centro Universitário FMU/FIAM-FAAM, Rodrigo Augusto Eugênio Veiga aborda a questão da “Antropologia da Malandragem: A Evolução da Figura do Malandro”.

Para aqueles que acreditam que a Iniciação Científica é algo assustador, Rodrigo conta: “Requer muita dedicação, não foi difícil! Depois do trabalho, eu me senti muito mais confiante com qualquer produção acadêmica ou produção textual, em si”.

Ele começou a esboçar uma primeira versão do artigo em 2018/2019, mas a abordagem sobre a antropologia da malandragem era mais “geral”. Depois de uma conversa com o professor da instituição, Bruno Casalotti, decidiu falar sobre o tema, com foco no cinema.

“Eu gosto muito de samba, cultura brasileira e popular em geral. A malandragem tem tudo relacionado a isso”, aponta Rodrigo.

Mas, afinal o que é a “figura do malandro”?

Tendo sua representação adaptada para as mais diversas formas midiáticas, a figura do malandro surge como uma representação alegórica dos marginais que andavam nos morros cariocas durante as décadas de 1930 e 1940.

No cinema, mesmo com o passar das décadas, a alegoria do malandro ainda se encontra presente, sempre estando representada mediante o período histórico/cultural que ele é inserido.

Sob orientação do professor William Pianco, Rodrigo decidiu delimitar o significado do termo “malandro”, com base nas reflexões da antropóloga Alba Zaluar e do pesquisador de cinema Samuel Paiva. “Consideramos cinco décadas da cinematografia brasileira e procuramos identificar e mapear como a figura do malandro foi inserida e representada nos períodos culturais e nas fases do cinema nacional, de 1953 até 2003”.

Rodrigo criou uma árvore genealógica de como o malandro evoluiu e tem sido representado, baseado no seu antepassado, separando-as em três ramificações:

  • O malandro bandido: surge como um salvador classicista, agindo como um vingador social;
  • O malandro excêntrico: expõe o período de contracultura, como o caso de Macunaíma;
  • O malandro trabalhador: que mantém sua alegoria estética, se veste e age como o malandro, mas não tem aversão ao trabalho, como, por exemplo, o personagem “Valdomiro” do filme “Rio, 40 Graus” de Nelson Pereira dos Santos.

Ao final de sua pesquisa, ele concluiu: “Foi possível afirmar que a figura do malandro sempre esteve presente no cinema, porém, sempre sendo adaptada para o período histórico cultural vigente de sua narrativa.”.

[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – repórter

[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM – editor

[3] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM – revisor

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM

[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM