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“A MODA É ISSO, A MODA COMUNICA” – TOALÁ ANTONIA

Na semana da Consciência Negra, Toalá Antonia foi convidada para falar sobre as tecidos e estampas africanas aos alunos de moda da Fiam Faam

Por Kaulaine Souza [1]

Edição por Talita Souza [2]

Revisão por Maurício Carvalho [3]

    Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Prof.ª. Nicole Morihama [5]

No dia 24 de novembro, tivemos uma palestra sobre moda para a Semana da Consciência Negra, mediada pelas professoras Hanna Kramolisck e Clarice Oishi, tendo como convidada Toalá Antonia  para falar sobre “A História dos Tecidos Africanos e seus Impactos na Moda”. Toalá é formada em Design Gráfico pela FMU, com MBA em Gestão de Negócios pela Anhembi Morumbi, e por ter dupla cidadania, brasileira e angolana, se considera Angozuca, além de já ter saído na Revista Marie Claire, como case de sucesso das ferramentas do Google para alavancar pequenos negócios na pandemia.

Durante a palestra, ela mostrou alguns tecidos de origem africana e explicou o significado de cada um deles, e para não ter nenhuma informação divergente, optou por citar exatamente como foi descrito cada um como mostra nas imagens abaixo:

A designer diz que quando observa alguém com determinada estampa já compreende a mensagem que ela deseja passar, explicando que durante a história os tecido eram feitos a mão e os reis tinham cada um o próprio como forma de identificação, e logo quando mudava o reinado, trocavam os tecidos.

Na cultura africana a relação com o tecido e com a estampa é muito sagrada, é um dote recebido que se torna herança dos ancestrais. Ela diz ainda que, quando se ganha um tecido conhecido muitas vezes pelo nome de Capulana, é extremamente desrespeitoso cortar, costurar, etc., a peça pode ser utilizada com amarras ou na cabeça, mas sem danificar o tecido.

A estampa Samakaka é muito conhecida e utilizada pelos brasileiros, Toalá diz que o tecido africano é para todos, pessoas pretas e não pretas.

 “Até porque, na África também tem gente branca”, ressalta a entrevistada.

Essa estampa específica traz um grande significado em cada cor, o vermelho representa o sangue derramado nas guerras, o preto significa luto pelos que se foram, já o amarelo representa a prosperidade e esperança de dias melhores e por fim, o branco sendo a paz que tanto buscam.

Os tecidos tradicionais possuem desenhos singulares , mas as cores são diversas. A convidada ainda reforça que até onde ela sabe, o único que tem significado de cor é o Samakaka.

MODA AFRO-BRASILEIRA

Para Toalá, a moda tem um papel importante de militar, comunicar e explicar. O vestuário afro-brasileiro está sendo reescrito, e os jovens que foram menosprezados estão escrevendo a própria história através da moda.

A designer ressalta outros conhecidos do universo da área, como Isaac Silva, um estilista brasileiro que leva o discurso do macramê de origem africana, e a marca Meninos Rei, destaque da Fashion Week por não mostrar receios em falar da cultura afro nas passarelas.

PROCESSO CRIATIVO

Toalá explica que não cria estampas, tem o processo criativo de definir as criações. Ela espera sempre que a pessoa realmente se sinta um rei ou rainha e entenda que a ancestralidade é possível.

Questionada sobre os tons das estampas que são em cores quentes, ela responde que existem tecidos que não são tão coloridos, que puxam mais para o dourado.  Com isso, o interessante do universo das peças é a possibilidade de combinar diversas ideias.

COMO IDENTIFICAR O TECIDO ORIGINAL?

Os tecidos africanos foram inspirados na técnica Batique feita na Indonésia. Logo, para verificar um tecido original no Brasil, é necessário estar ciente que sempre será 100% algodão, além de ser estampado dos dois lados. Sem esquecer a durabilidade maior e, por mais que se lave inúmeras vezes, não perde a cor de primeira, mantendo a qualidade intacta.

Para finalizar, a entrevistada deixa a seguinte mensagem: “Como diz o grande Isaac Silva: “Acredite no seu axé”. Acredite em você, às vezes é muito difícil quando somos alunos, pois a cabeça vai a mil, mas é uma fase! Vai passar, irá valer apena. Aproveite agora que o mundo esta parando para ouvir.”

[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM

[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM

[3] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM

[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM