Por Guilherme Pereira. [1]
Edição Gabriel Barbosa [2]
Revisão por Matheus Houck [3]
Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Profa. Nicole Morihama [5]
História dos Tecidos e seus Impactos na Moda, foi um dos eventos realizados pelo Centro Universitário FMU FIAM-FAAM na Semana da Consciência Negra e foi apresentado por uma ex-aluna da faculdade, Toalá Antonia Joaquim Marques, fundadora da Casa das Kapulanas, loja online de tecidos africanos de qualidade.
A palestra contou com o Professor Sérgio Kooji, a Professora Hanna Kramolisck e a Professora Clarice Oishi, como moderadores do evento.
Marques começa sua fala apresentando-se e relata sua dupla cidadania, aqui no Brasil e em Angola. Possuindo família em ambos os países, Toalá se concentrou em buscar ser a diferença quando os assuntos são empreendedorismo e empreender produtos africanos.
Utilizando sempre o que tem ao seu alcance, ela fornece um material com muita qualidade e história por trás de sua produção.
De acordo com a empreendedora, na África, dar um tecido para alguém é o mesmo que dar uma flor aqui, pois possuem um grande valor cultural e também é utilizado como moeda corrente em alguns países.
Com toda esta valorização cultural na África, a ex-aluna viu a importância de se trabalhar com tecidos de qualidade para difundir a cultura e a oportunidade para valorizá-la aqui no Brasil.
Contando um pouco da história dos tecidos, Marques ressalta a história das Nana Benz, mulheres negras que vivendo um regime ditatorial no Togo de 1970, conseguiram dominar boa parte do mercado e se tornam peça fundamental para a emancipação econômica do país. Conquistadoras históricas se denominaram Nana Benz, pois sempre que uma chega ao topo, compra uma Mercedes-Benz para se destacarem ainda mais.
Cada tecido africano possui uma linda história por trás. Dependendo do país, as formas utilizadas nas estampas possuem significados, enquanto em outros países as cores são quem define o verdadeiro significado.
Com esta determinada”aproximação” dos significados a conexão de pessoa com tecido deve ser incentivada e de acordo com a convidada, se retirarmos os clássicos, vão restar os tecidos que, em sua grande maioria, são únicos, sem nenhuma outra peça igual, tornando a pessoa que irá vesti-la em um alguém exclusivo, dono de algo que foi feito praticamente para a mesma pessoa.
No Brasil, a “moda Afro-brasileira” ainda é vítima de opiniões preconceituosas e expressões políticas e religiosas. A intolerância e o racismo apagam a ancestralidade dos estilos que todos usam, apagando também muitas histórias de muitas famílias.
Devido ao crescimento do interesse do povo brasileiro por itens e vestuários africanos, em meio a estilistas de sucesso, surge o brasileiro Isaac Silva, estilista com grande destaque na São Paulo Fashion Week (SPFW) e é um dos pioneiros da moda AfroBR, reforçando a cultura.
Outros estilistas mencionados são os Meninos Rei, que também foram destaque na SPFW, com bandeiras de causas de minorias e roupas com estampas e cores diversificadas que, no final, combinam muito.
Após sua auto apresentação e curiosidades sobre alguns tipos de tecidos africanos, Toalá reforça a questão de dar um pontapé inicial na carreira. Mostrando as dificuldades que enfrenta por ser mulher e por ser negra, sua persistência hoje começa a dar resultados e inspirar muitas outras mulheres negras a valorizarem sua cultura, seus antepassados e a si mesmas.
[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – repórter
[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – editor
[3] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – revisor
[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM
[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM