Professor dos cursos de Jornalismo e Rádio, TV e Internet da FMU / FIAM – FAAM
Por Caroline Feliciano Almeida Silva [1]
Revisão por Guilherme Diniz Simões Moreira [2]
Edição por Safira Ferreira [3]
Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Profa. Nicole Morihama [5]
O professor César sempre esteve no caminho artístico (um grande aspirante a músico que cresceu ouvindo rock em casa com seus pais), o que fez germinar o apreço que tem por rock e suas ramificações; como heavy metal, indie e rock alternativo. Aos 14 anos ganhou sua primeira guitarra, que toca até os dias de hoje; e na época, ele tinha convicção de que montaria sua banda e ficaria rico; porém, seu pai sempre ‘puxou sua orelha’ para que realizasse faculdade e tivesse uma vida profissional por meio dela.
Ele deu início a sua formação acadêmica como Técnico de Áudio no Instituto de Áudio e Vídeo (IAV), depois, fez sua graduação de bacharelado em Ciências Humanas, Rádio, Televisão e Comunicação Digital, na Universidade Anhembi Morumbi. Realizou cursos paralelos na Academia Internacional de Cinema, cursando Direção de Fotografia, Cinema, TV e Vídeo, fez pós-graduação em Fotografia Aplicada, realizada no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), sua outra pós-graduação foi na Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), no curso de Docência no Ensino Superior. E também fez mestrado em História da Arte e Cultura, na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
O professor de jornalismo, na matéria de fotografia, teve seu início muito cedo no universo da Comunicação, começando com apenas 16 anos. Logo, iniciou trabalhando com áudio como assistente em um estúdio de gravação, carregando cabos desde muito jovem. Em toda sua adolescência, sonhava em ter uma banda e trabalhar em estúdio compondo; e como um bom jovem dos anos 1990, embarcou numa jornada para tornar esse sonho possível. Porém, houve um período de virada no Brasil, em que, ocasionalmente, a maioria das gravadoras acabaram sumindo, causando um déficit no mercado de trabalho musical, dando espaço a estúdios caseiros e à democratização da música.
Através de todas essas mudanças, César acabou desistindo desse sonho e foi fazer faculdade de Jornalismo. Porém, levava parte do antigo sonho consigo, por gostar de trabalhar com equipamentos de gravação, televisão e cinema, além de ser músico. Entretanto, confessa que se arrependeu de começar pelo Jornalismo, e foi para o curso de Rádio e TV, por influência de seu pai.
Quase concluindo o curso, um professor entrou em contato pedindo sua ajuda para operar a câmera. César já tinha um grande hobby em tirar fotos, além de experiência por ajudar muito sua mãe, por ela ter sido educadora de moda universitária, ajudando-a a tirar fotos das modelos. Logo, atendeu o pedido de ajuda do professor e o auxiliou nas gravações das matérias que foram transmitidas na BandNews. Depois dessa experiência, o professor lhe propôs realizar um curso de operador de câmera e, com isso, conseguiu tirar sua DRT. Acabou virando fotógrafo e cinegrafista por acaso do destino e comentou que nem gostava da parte de imagem, achava chato, muito óbvio e monótono, dizendo ainda que preferiria áudio, mas como áudio é muito desvalorizado e tem uma baixa remuneração, acabou se apaixonando por algo que nunca imaginaria exercer, que foi imagem.
Como gosta muito de estudar e trabalhar, através de um amigo, conheceu a FMU, pois lhe trouxe uma informação de vaga de emprego como cinegrafista, e com isso mais uma oportunidade de estudar. Ficou um período trabalhando nos estúdios da faculdade e, com o passar dos anos, a professora Tereza Imperiale, que leciona no curso de Publicidade e Propaganda, lhe fez um convite para ser professor da instituição.
Ao decorrer de sua história profissional, já dava aula de fotografia, entretanto, com o incentivo de seus amigos e convívio com alunos e professores, acabou sendo indicado para lecionar e entrou de cabeça nisso, fazendo seu mestrado e podendo exercer sua profissão como professor no Centro Universitário FIAM-FAAM. Ao descrever suas primeiras experiências dentro de sala de aula, relata que foi super tranquilo, como se estivesse entrando em seu próprio quarto. Ele se sentiu mega confortável e ainda acrescenta que pensou que iria ficar muito ansioso por ter gastrite nervosa e acabar passando mal no meio da aula, porém foi totalmente o oposto.
Como professor, sempre prezou em ser aquele que dá suporte, pois, sendo aluno, já teve diversas experiências com muitos professores que não estão ligando para a sala de aula e fazem um desserviço. César tenta dar o melhor de si para não cometer esses mesmos erros que acabou vivenciando. Entretanto, também absorveu todos os aprendizados positivos dos professores atenciosos, tornando-lhe um profissional que está sempre disposto a ajudar e a tirar as dúvidas dos seus alunos.
Ele procura levar o melhor para a sala de aula, mas na parte teórica que envolve a fotografia e a história da arte, por muitas vezes sente seus alunos desinteressados. Como ele já passou por isso, sabe que todos ficam ouriçados para pegar logo uma câmera, e aprender a mexer na aula prática. Entretanto, para chegar a este patamar, César precisava apresentar o contexto inteiro para que o aluno entendesse de forma completa o que estava fazendo e, por isso, tenta tornar sua aula mais divertida e descontraída.
Para César, o importante de ser professor é isso: agregar na educação do seu aluno, ainda mais sabendo que o Brasil distribui um péssimo repertório de ensino, algo que sabe em razão de já ter passado por escolas públicas no início de sua juventude. Portanto, o professor tenta compensar minimamente as lacunas que estejam faltando em cada pessoa que entra em sala de aula, incentivando seus alunos a adquirir conhecimentos de todas as formas possíveis, diante das maneiras mais básicas até as mais complexas, através de leituras, palestras e livros.
Como professor de fotografia, carrega dois lemas para sua sala de aula: “Você não vai ser original, isso é algo que vai ter que tirar da cabeça. Você vai usar referências que já existem e transformar em algo novo, tentar ordenar de uma maneira interessante” e “Pare de pegar referências às coisas que já estão de costume em seu convívio, vá buscar novos ares, buscar coisas fora da sua zona de conforto, até mesmo algo que não te agrade, que não é de simpatia alguma com seus gostos, sair do seu vício de linguagem e vivência”. E como professor de História da Arte, uma grande meta que César tem é ensinar que cada período tem sua demanda de produção artística visual, não podendo desmerecer os trabalhos realizados em épocas diferentes. Cada época tem seu valor, nunca uma época será melhor que a outra, pois é necessário buscar o contexto artístico em cada uma delas.
César conclui dizendo que ama ser professor e sente falta de estar em sala de aula com seus alunos. Fala com tristeza em relação a todo o período de distanciamento social, e que existem muitos alunos que tem muita vontade de aprender, porém, com as aulas on-line, ficou bem difícil o desenvolvimento das aulas práticas, dado que não tem como aprender fotografia só com a parte teórica e, como diz: “É a mesma coisa que tentar aprender a dirigir lendo um livro, não tem como”.
Em seus planos futuros, ele almeja dar uma oficina aos alunos sobre o que aprenderam teoricamente neste período de pandemia, para deixar suas aulas mais completas e se sentir mais realizado com seus ensinamentos, podendo tirar as frustrações que ficaram não só por parte dele como professor, mas para seus alunos que amaram participar das aulas e gostariam de praticar também.
[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM
[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM
[3] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM
[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM
[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM.