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Alice Guy Blaché: uma viagem pelo apagamento feminino

Trabalho realizado pelos alunos do Centro Universitário FMU/FIAM-FAAM relembra a importância da cineasta francesa Alice Guy Blaché.

Por Stefanie Tozzo dos Santos [1]

Edição por Giuliana Maciel Araujo [2]

Revisão por Andressa Lemes de Amorim Matos [3]

Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Profa. Nicole Morihama [5]

Em entrevista para a equipe de reportagem da AICOM, a estudante do 4º semestre de Produção Audiovisual do Centro Universitário FMU/FIAM-FAAM, Mariana Medeiros Bomback fala um pouco sobre o processo de construção da Atividade Prática Supervisionada (APS) para a disciplina de “Documentário e formatos de não-ficção”, ministrada pelo docente Wiliam Pianco.

Semestralmente, em todas as disciplinas, ocorre uma atividade chamada Atividade Prática Supervisionada – a APS -, com o intuito de trazer propostas criativas aos alunos. Ao término da atividade, eles são convidados a refletirem sobre o que foi desenvolvido através de uma autoavaliação.

A demanda exige, muitas vezes, além da criatividade, pesquisa e imaginação a aplicação dos conhecimentos utilizados na disciplina durante o semestre. Essa atividade em específico consistia em trazer uma ideia de documentário, com toda a estruturação: argumento, pré-roteiro, justificativa das escolhas realizadas para o projeto e as referências utilizadas na pesquisa.

A escolha do tema do documentário deu-se pela necessidade em trazer à tona a história de mulheres importantes do audiovisual, que muitas vezes não são contadas. O grupo optou então por apresentar no documentário um dos casos mais famoso de apagamento histórico, o da cineasta: Alice Guy Blaché e, partir dela, trabalhar com as demais cineastas que foram “esquecidas” no meio audiovisual.

Quem foi Alice Guy Blaché?

Alice Guy foi a primeira mulher diretora de cinema. No ano de 1896, lançou seu primeiro filme de não-ficção para o mundo, intitulado “La fée aux choux” (A Fada do Repolho) escrito, produzido e dirigido por ela, marcando assim sua entrada ao mundo audiovisual. Seu sucesso vem no ano de 1906, com o lançamento de “La Vie du Christ” (A Vida de Cristo). O média-metragem tinha duração de apenas 34 minutos, mas, contava com efeitos especiais, personagens marcantes e cortes de cenas, o que foi o pontapé inicial para sua carreira na época.

É possível que Alice Guy tenha trabalhado em mais de mil produções cinematográficas, apesar de apenas 130 terem sido encontradas até hoje. Infelizmente, após um momento de sucesso, Alice caiu no esquecimento.

Desta forma, surgiu a importância em representar novamente este ícone do cinema. “Durante um debate, notamos que sabemos muito pouco sobre grandes nomes femininos que fizeram parte de nossa história, e muitos casos de injustiça, desrespeito, desvalorização e apagamento foram trazidos para a conversa através de notícias e relatos”, aponta Bomback.

Apesar do trabalho não exigir um material gravado, Mariana percebeu após finalizar a atividade que, devido à experiência e por acreditar na necessidade deste tema, ela e outro integrante do grupo, o aluno Renan Alves, decidiram tirar a ideia do papel e gravar futuramente este documentário. “Estamos em fase de busca das autorizações de locações, ideias, figurinos, elenco, linguagem e também estabelecer um roteiro mais elaborado.”

A ideia busca extrair conteúdos e materiais originais da época, além de histórias e notícias relacionadas que serão apresentadas e comentadas por uma atriz, que estará representando a Alice Guy. “Os relatos seriam gravados em um auditório de teatro, local escolhido para criar uma conexão maior com o mundo artístico”, completa Bomback.

Além disso, a proposta visa recriar a ambientação de experiência sensorial cotidianamente vivida pela cineasta, que se relaciona diretamente com as outras mulheres apagadas da história do cinema.

[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – repórter

[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – editora

[3] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – revisora

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM

[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM