A Live, conduzida pela Engenharia, pautou o assunto da presença de pesquisadores negros na ciência para uma reflexão neste mês da Consciência Negra.
Por José Ibiapina [1]
Edição por Talita Souza [2]
Revisão por Maurício Carvalho [3]
Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Prof.ª. Nicole Morihama [5]
Na última terça-feira (09), aconteceu o encontro: “Uma questão de diversidade: contribuições de pesquisadores negros e negras para a ciência brasileira”, feito pela Engenharia, mediado pela professora Elisangela Ronconi. O evento teve como convidados: Fábio Brito dos Santos, doutor em Medicina Tropical, Karla M. Paranhos, bióloga e pesquisadora, e Maria Lucia da Silva, docente do FMU | FIAM-FAAM Centro Universitário.
No início da Live, Elisangela afirma ‘’É uma questão urgente que precisa ser discutida e revista em nosso país, já que temos um problema muito sério: o racismo’’.
A professora Maria Lucia contou um pouco de sua trajetória. Vinda do Espírito Santo para concluir sua vida acadêmica em São Paulo, a capixaba conta que atua na FMU desde 2012, mantendo uma luta antirracista no ambiente acadêmico junto ao Núcleo de Estudos Étnicos-Raciais (NERA).
Fábio, como pesquisador, controlou o fungo Criptococose na região amazônica de 2011 a 2013, e logo, a pesquisa rendeu 22 publicações em revistas especializadas dando destaque de que o fungo atingia principalmente pessoas com imunidade baixa, como o caso de portadores do vírus da AIDS, sigla que em inglês significa: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Acquired Immunodeficiency Syndrome).
Brito prosseguiu relatando que em suas viagens pelo mundo, tem dificuldades de se identificar como cientista brasileiro negro, à vista disso, as pessoas associam o convidado a um país da África. Há também, a questão de que em publicações de sua pesquisa não era mostrada sua foto, não existiu destaque de que foi elaborado por um brasileiro negro, sendo que tais informações são uma conquista para o povo negro e a ciência do Brasil.
O encontro seguiu com Karla, que relatou sua experiência como professora da rede pública do Rio de Janeiro e sua luta antirracista. Tendo estudado no ensino público, seguiu na UNESP (Universidade Estadual Paulista). A pesquisadora também abordou a experiência no IPE (Instituto de Pesquisas Ecológicas) e suas pesquisas na preservação das espécies, como a do macaco Mico-leão-preto.
Sem cortes, todos os convidados tiveram a oportunidade de expor suas experiências na vida acadêmica, contando as trajetórias que passaram sendo negros em minoria nos centros universitários. Por fim, se faz cada vez mais necessário, encontros como estes para fazer valer a contribuição da comunidade negra também na ciência.
[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM
[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM
[3] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM
[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM
[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM