Tainah Negreiros2

Professora Tainah Negreiros fala sobre Crítica Feminista de Cinema

Por Guilherme Pereira [1]

Edição por Gabriel Barbosa das Neves [2]

Revisão por Matheus Houck [3]

Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Prof. Nicole Morihama [5]

No último dia da 11° Semana de Comunicação, última sexta feira (29), contou com a palestra da Professora Tainah Negreiros, ao vivo no Blackboard, com o tema “Critica Feminista de Cinema’’.

A palestra trouxe os olhares das mulheres nas produções audiovisuais, considerando aspectos de gênero e apresenta obras feitas por mulheres e suas diferentes histórias ao longo dos anos.

Negreiros inicia a palestra com algumas definições sobre a crítica feminista, onde ressalta a estrutura junto da história das relações e apontando os olhares pela igualdade em que o feminismo diferencia das demais críticas.

Em meio sua fala, as “Vanguardas do cinema”, como são chamadas as pioneiras cineastas e roteiristas, como a própria Alice Guy, (1873-1968), e o filme “A Fada do Repolho (1896)”, o qual foi vítima de um determinado apagamento histórico

Durante a palestra, a docente trouxe alguns trechos do revolucionário filme “A Sorridente Sra. Beudet”, (Germaine Dullac, 1923), são analisados pela professora. Negreiros conclui que ainda não existia feminismo como debate, mas o filme proporciona e propõe o conhecimento sobre o que vê os olhos de uma mulher, trazendo pela primeira vez seus sonhos e desejos aos olhos do público.

O filme “Tramas do Entardecer” de Maya Deron, (1943), afirma Negreiros, traz uma das mais importantes obras mundiais, precursora do cinema experimental que reinventa o surrealismo no cinema. O filme radicaliza os sentimentos da mulher, que é a protagonista e mais de uma personagem, algo inovador para a época.

Na década de 70, consolidou-se o debate de como vinha sendo a representação da mulher no cinema, B. Ruby Rich, autora de “In the name of feminist” em 1980 se inspirou e informou por Laura Mulvey em “Prazer Visual e Cinema Narrativo”, “Psicanálise e Cinema”, obras das quais a intenção de Mulvey foi levantar o debate sobre as formas eróticas de olhar, crítica à fetichização do olhar hollywoodiano. Tema do qual a autora Edileuza Penha de Souza refletProfessora Tainah Negreiros fala sobre Critica Feminista de Cinema

No último dia da 11° Semana de Comunicação, última sexta feira (29), contou com a palestra da Professora Tainah Negreiros, ao vivo no Blackboard, com o tema “Crítica Feminista de Cinema’’.

A palestra trouxe os olhares das mulheres nas produções audiovisuais, considerando aspectos de gênero e apresenta obras feitas por mulheres e suas diferentes histórias ao longo dos anos.

Negreiros inicia a palestra com algumas definições sobre a crítica feminista, onde ressalta a estrutura junto da história das relações e apontando os olhares pela igualdade em que o feminismo diferencia das demais críticas.

Em meio sua fala, as “Vanguardas do cinema”, como são chamadas as pioneiras cineastas e roteiristas, como a própria Alice Guy, (1873-1968), e o filme “A Fada do Repolho (1896)”, o qual foi vítima de um determinado apagamento histórico

Durante a palestra, a docente trouxe alguns trechos do revolucionário filme “A Sorridente Sra. Beudet”, (Germaine Dullac, 1923), são analisados pela professora. Negreiros conclui que ainda não existia feminismo como debate, mas o filme proporciona e propõe o conhecimento sobre o que vê os olhos de uma mulher, trazendo pela primeira vez seus sonhos e desejos aos olhos do público.

O filme “Tramas do Entardecer” de Maya Deron, (1943), afirma Negreiros, traz uma das mais importantes obras mundiais, precursora do cinema experimental que reinventa o surrealismo no cinema. O filme radicaliza os sentimentos da mulher, que é a protagonista e mais de uma personagem, algo inovador para a época.

Na década de 70, consolidou-se o debate de como vinha sendo a representação da mulher no cinema, B. Ruby Rich, autora de “In the name of feminist” em 1980 se inspirou e informou por Laura Mulvey em “Prazer Visual e Cinema Narrativo”, “Psicanálise e Cinema”, obras das quais a intenção de Mulvey foi levantar o debate sobre as formas eróticas de olhar, crítica à fetichização do olhar hollywoodiano. Tema do qual a autora Edileuza Penha de Souza reflete, pensando sobre a hipersexualização das mulheres e a forma que são representadas pelos meios de comunicação.

De acordo com dados apurados pela ONU Mulheres, Geena Davis Institute e Fundação Rockefeller, em 2014, apenas 30,9% de todos os personagens de filmes com fala são do sexo feminino.

O UOL Entretenimento apurou filmes com o Teste de Bechdel, que questiona se uma obra de ficção possui pelo menos duas mulheres que conversam entre si sobre algo que não seja um homem. Para a surpresa de muitos, filmes como: Star Wars, Avatar, O Senhor dos Anéis, Ratatouille, Os Vingadores, entre outros, não possuem diálogos femininos, mesmo com durações acima dos 120 minutos, mostrando claramente um sinal de preconceito.

Negreiros indica autoras e obras com rupturas de propostas diversas de olhar:

– Laura Mulvey em ‘’Riddle Of Sphinx’’, 1977, obra da qual retrata uma panorâmica do ambiente a volta da mulher;

– Yvonne Rainer em ‘’Film About A Woman Who’’, 1974, obra da qual o foco é retratar o enquadramento;

– Tereza Trautman em ‘’Os Homens Que Eu Tive’’, 1973, obra caçada na ditadura brasileira, por retratar os desejos de uma mulher subversiva. Importante obra a ser estudada em matéria de apagamento da mulher e do filme.

– Agnés Varda em ‘’Uma Canta A Outra Não’’, 1975, retratando a história de duas amigas relatando suas difíceis experiências da vida por meio de cartas, ressaltando a visão feminina sobre a vida;

– Julie Dash em ‘’Illusions’’, 1982, no qual, apresenta uma cantora negra que faz a voz de uma mulher branca, trazendo à tona diversos debates sobre preconceitos de raça e gênero.

“Além de trazer para debate a questão do apagamento das mulheres, devemos mencionar sobre o apagamento das mulheres negras”, diz Negreiros e analisa o pensamento de Patricia Hill Collins. “Existe uma fetichização específica de mulheres negras, um apagamento específico quando se trata de uma mulher negra, como também, das mulheres latinas em Hollywood”.

Negreiros traz também o pensamento de Bell Hooks, onde a autora chama a atenção para o ponto em que o feminismo desconsidera as especificidades das experiências das mulheres negras e focam-se nas experiências das mulheres brancas.

Os debates “étnico-raciais” são debates que necessariamente devem estar presentes no dia a dia. Em meio a mais uma indicação, Negreiros aponta uma obra que foi produzida por sua aluna da FMU/FIAM-FAAM, com uma qualidade impecável e, que aborda o tema étnico-racial. As indicações são:

– Kbela (Yasmin Thainá, 2015);

– Eugenia (Ingrid Rios, 2018);

–  Cores e Botas (Juliana Vicente, 2010).

A palestra da Professora Tainah Negreiros trouxe uma reflexão aprofundada em obras de cinema que revolucionaram a indústria cinematográfica, muitas vezes desafiando e enfrentando o patriarcado das sociedades, desde Alice Guy até os dias de hoje.

A representatividade feminina no cinema ainda é, de certo modo, prejudicial para as mulheres pelo fato da erotização de seus corpos e a descredibilizarão de suas falas, porém, como visto durante a palestra, existem diversas obras que buscam mudar este cenário e, viabilizar a crítica feminina mais frequente nos debates.

“A jornada como artista mostra como uma mulher artista, além de representar o olhar das mulheres, tem de lutar no interior das estruturas” – Professora Tainah Negreiros.

[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – repórter

[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – editor

[3] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM – revisor

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM

[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM