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Taxação das Plataformas Digitais

Palestrantes discutem a regulação das plataformas digitais para a preservação do jornalismo democrático

Por Julia Valentin [1]

Edição e revisão por Mayara Abdala [2]

Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [3] e Profa. Nicole Morihama [4]

Na noite da última quinta-feira, (28), o Centro Universitário FIAMFAAM promoveu a palestra Taxação das Plataformas Digitais, mediada pelos docentes Maria Lúcia da Silva e Gean Gonçalves, conduzida pelos jornalistas Paulo Zocchi, Vice-presidente da FENAJ e Thiago Tanji, Presidente do Sindicato Jornalistas de São Paulo.

O objetivo da palestra foi mostrar a história da taxação das plataformas digitais. Paulo Zocchi iniciou contando um pouco de sua trajetória como profissional e mencionou que o impacto que as plataformas digitais causam em nosso meio é uma questão antiga, devido ao não reconhecimento dessas plataformas como veículos de comunicação, mas dominarem completamente a esfera da comunicação.

Paulo aponta que as plataformas digitais, como Google, Facebook, Twitter, entre outras atingem o conjunto dos meios de comunicação, esse modelo faz demolir a circulação do jornalismo pago e faz com que as pessoas tenham uma visão errada de que informações jornalísticas devem ser de graça, deixando as empresas em uma crise estrutural. A Federação Nacional dos Jornalistas tomou uma iniciativa em relação a isso com uma proposta para seus respectivos Sindicatos, chamada Plataforma Mundial do Jornalismo de Qualidade, defendendo que a nível nacional as entidades encaminhassem campanhas pela taxação das plataformas digitais para fomentar a atividade jornalística.

Essa taxação no Brasil assume a forma da ideia de haver uma contribuição, com base na legislação, de criar um fundo público, que com base em critérios éticos, de respeito a direitos trabalhistas e de democratização da comunicação, possa gerir os recursos para fomentar a comunicação no país.

Paulo destaca que não é fácil nas redes sociais distinguir o que é fato e o que é fake e com o crescente número de Fake News, o antídoto é o jornalismo. Principalmente na pandemia do Coronavírus, as pessoas foram em busca de fontes confiáveis para obter informação, então efetivamente o jornalismo foi sendo valorizado pela população.

O convidado Thiago Tanji deu sequência à palestra evidenciando a importância do Sindicato no jornalismo, pois deve ser pensado para encontrar soluções para os problemas, principalmente na mudança do “fazer” jornalismo de hoje em dia.

Thiago salienta que as plataformas digitais também monopolizam os anúncios e direcionam as publicidades de grandes empresas para quem quiser, juntamente com algorítmos, por um preço muito menor do que em revistas ou jornais. Para continuarem sendo plataformas interessantes, estas precisam de matéria e o problema acaba sendo a não remuneração para os veículos de comunicação. 

Os palestrantes abordaram ao longo do evento, a regulação dessas plataformas para trabalharem de maneira justa do que se apropriam, para também um jornalismo independente e cooperativo, como essa taxação contribui para auxiliar as empresas jornalísticas a se recomporem e defender o jornalismo, propiciar também novos projetos e iniciativas financeiras para ampliação democrática.