Por Guilherme Diniz Simões Moreira [1]
Revisão e Edição por Safira Ferreira [2]
Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [3] e Profa. Nicole Morihama [4]
O Prêmio Nobel é uma iniciativa criada originalmente pelo empresário Alfred Nobel, quando ele deixou sua herança para celebrar a humanidade de forma a premiar aqueles que contribuíram de forma notória para ela. Várias categorias do prêmio existem, como a da Paz, com a recompensa dessa sendo oferecida recentemente para dois jornalistas: Maria Ressa das Filipinas e Dmitry Muratov da Rússia.
O Comitê Norueguês, responsável pela premiação desses dois indivíduos, apontou a luta deles pela liberdade de expressão e como ela é importante para garantir e promover a paz dos povos. Tal organização também conecta essa ação como uma defesa da democracia, já que a liberdade de poder se expressar é um dos direitos esperados em qualquer governo, de que inclua esse sistema em sua forma de funcionamento.
Maria Ressa, em específico, se dedicou para uma luta de apontar abusos de poder e autoritarismo em seu próprio país, as Filipinas, enquanto Dmitry fundou um dos jornais mais independentes da Rússia, Nojava Gazeta, que publica artigos sobre corrupção russa e até sobre o uso de forças militares dentro e fora da nação. Ambas das lutas desses profissionais expõem problemas de suas respectivas sociedades e que são quase familiares para outros locais do planeta. Apesar dos problemas de ambos os países serem significativos, e no Brasil a situação estar melhor, jornalistas brasileiros ainda sofrem com situações ameaçadoras. Análises dos Repórteres Sem Fronteiras, uma ONG internacional que defende a liberdade de prática de jornalismo, aponta o Brasil como 111º no ranque de 180 países em termos de liberdade de jornalismo, ainda à frente da Filipinas ou da Rússia, mas atrás de 100 outros países que trabalham da melhor forma para garantir a liberdade de expressão e jornalismo de seus cidadãos.
Razões para a posição do Brasil, que são dadas pela ONG, incluem as constantes ameaças e zombarias que acontecem como um fenômeno crescente e levaram à queda do país em termos desse ranque. Existem expectativas, por parte da organização, de que uma piora nos termos de ranque, acontecerá nos próximos anos devido à esses movimentos, ações essas que poderão melhorar ou piorar em força e quantidade, visto potenciais futuros do país em seu tratamento com jornalistas.
Como um ponto de inspiração, o Brasil poderia observar a Noruega, que hoje em dia é a nação em primeiro lugar do ranque do Repórteres Sem Fronteiras. Um ponto em especial para se apontar da Noruega está em uma lei de responsabilidade de notícias que tomou efeito em 2020, indica responsabilidades e liberdades de jornalistas e é universalmente reconhecida como uma grande conquista em termos de liberdade de imprensa. O país também não é perfeito, já que alguns representantes da mídia criticaram a falta de acesso a informações sobre a recente pandemia nessa nação, mas ela se mantém em sua distinta posição.
Com muitos desafios recentes para o jornalismo, desde dificuldades de atingir públicos devido a desconfianças que ocorrem no Brasil, até as mais fortes repressões que ocorrem em outros países, é importante relembrar do apontamento feito pelo Comitê Norueguês, que conecta liberdade de imprensa com a democracia. Ameaças a jornalistas e perseguições acabam por se tornar não apenas ameaças a uma carreira, mas também para a própria democracia de um governo, que é algo tão importante a um país e que, tão facilmente pode ser ameaçada; seja com xingamentos ou prisões, todos esses se tornam danos que demoram a ser reparados.
[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM
[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM
[3] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM
[4] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM.