Palestra/debate sobre como o cinema brasileiro foi descentralizado durante a vigência do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual), como política pública que busca a diversidade de narrativas em produções do setor
Por Renato Felix Iwamoto [1]
Edição por Safira Ferreira [2]
Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [3] e Profa. Nicole Morihama [4]
A Escola de Comunicação do FIAM FAAM Centro Universitário promoveu nesta terça, 26, às 19:00, a palestra Sociologia do Cinema Brasileiro (II). O evento teve mediação dos professores Bruno Casalloti e Thiago Venanzoni, com duração de três horas, e também a participação de alunos e professores ao final.
O objetivo da palestra foi mostrar a maneira com o que as produções cinematográficas da última década, tiveram como ponto central de discussão, os marcadores sociais; por exemplo, conflitos entre classes, e abordagens sobre diversidade cultural.
O aumento da produção de filmes que abordavam outro tipo de narrativa se deu através da lei 11.437, de 2006, cuja categoria FSA (Fundo Setorial do Áudio Visual) integra o Fundo Nacional da Cultura, destinado ao desenvolvimento da indústria audiovisual no Brasil.
Foram apresentados gráficos mostrando o aumento de produções que abordavam a diversidade, promovendo também questões ligadas ao debate sobre classes sociais, contradições étnico-raciais e gêneros. Um dos destaques foi o gráfico GINI, que mede a desigualdade de renda. Abarcando dados desde seu primeiro ano de verificação, em 1976, até o ano de 2017, foi possível verificar que o gráfico contrasta com dados do FSA, onde foi observado o aumento expressivo de verbas destinadas ao fomento cultural durante o mesmo período de redução nos dados sobre renda.
A palestra também conta com a ajuda de um artigo da pesquisadora Mariana Souto, intitulado Relações de Classe no Cinema Brasileiro Contemporâneo. Estudo que tem como autor central o sociólogo Jessé Souza, conhecido por cunhar o termo “Ralé” ao se referir às classes desfavorecidas em suas análises sobre a gênese das contradições de classe no Brasil.
E, além disso, foram apresentados trechos de filmes como: “O som ao Redor”, que ajudaram a ilustrar a maneira que as narrativas críticas são abordadas, a partir da viabilização de novas formas de contribuição orçamentária e logística. O que permitiu a descentralização da produção audiovisual para além do eixo Rio-São Paulo.
[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM
[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM
[3] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM
[4] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM