O jornalista Jorge Rodrigues compartilha seu conhecimento e visão sobre representatividade na Comunicação
Por Júlia Valentin [1]
Edição e revisão por Mayara Abdala [2]
Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [3] e Profa. Nicole Morihama [4]
Na noite do dia 25 de outubro, durante a 11° Semana da Comunicação da FIAMFAAM, os alunos receberam o convidado Jorge Rodrigues, Social Media, Redator e Analista de Mídias Sociais/Business-Intelligence, mediado pelo docente Gean Oliveira Gonçalves.
Com auxílio dos intérpretes Dareska e Wesley, do Educalibras, Jorge iniciou dizendo que, como pessoa surda, viu a necessidade de lutar por pessoas com deficiência, utilizando a comunicação como ferramenta para ajudar a abrir portas no sentido de terem mais oportunidades.
Formado em Jornalismo, Jorge é presidente da Associação dos Surdos, trabalha com Redes Sociais e faz publicações em prol de pessoas com deficiência e pessoas LGBTQI+.
Na palestra, traz a importância da acessibilidade por parte da sociedade para esse grupo.
Para ele, falta a participação ativa, principalmente da comunidade surda em relação à luta pela inclusão, por isso se dedica a essa representatividade.
A acessibilidade cresce com a informação e é direito do cidadão. Ele explica que a cobrança sobre os direitos a quem faz parte da causa dá voz à comunidade. Menciona também que em sua condição, no mercado de trabalho há muito a subestimação e negligência sobre a comunidade de pessoas com deficiência, por esse motivo ele destaca que a luta é de todos nós e cada um deve ter a conscientização em buscar informação, ter contato e trocas com pessoas inseridas a essa situação para nos impor em prol delas.
Jorge aborda sobre o capacitismo para com pessoas deficientes e diz que geralmente a mídia apresenta esse grupo sempre acompanhado, inclusive dos pais, como se não conseguissem fazer tarefas ou viver normalmente sozinhos. De acordo com o palestrante, a inclusão, além da conscientização da população, é iniciada pelo conhecimento de Libras também, pois é necessário que haja a compreensão da comunicação e o reconhecimento da língua. “Muita gente nem percebe que essas lutas existem, a não ser nós que divulgamos todos os dias”, declara Jorge e enfatiza que se Libras fosse reconhecida como língua oficial, não apenas como uma comunicação complementar e fosse incluída na grade curricular escolar, com certeza os surdos teriam mais qualidade de vida.
Para o palestrante, adaptações são necessárias e para um jornalismo mais acessível falta representatividade da comunidade em geral na área da deficiência, com ajuda da divulgação e convite para a luta da causa. Ele salienta que precisa do intérprete, da legenda e essas coisas trazem a notoriedade, presencialmente e nos meios de comunicação.
O convidado cita que em seu manual para as Redes Sociais, de forma didática para o público surdo e não surdo, criou orientações para que a acessibilidade seja garantida nas redes digitais.
Jorge Rodrigues também indica o espaço cultural o MAM (Museu da Arte Moderna de São Paulo), onde há a inclusão e condução do público surdo nas visitas, além de mencionar o jornal do INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos) para maior conhecimento.
[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM
[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM
[3] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM
[4] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM